Tamanho do texto + A - A
essencial - Página 5

Nas entranhas da terra

Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai são os felizes proprietários de um enorme reservatório de água subterrânea, que ganhou o nome de Sistema Aqüífero Guarani, por estar localizado sob as terras da antiga nação indígena Guarani. No território brasileiro, o aqüífero ocupa 840 mil quilômetros quadrados.

A água está nos poros de um conjunto de rochas arenosas depositadas há entre 144 e 245 milhões de anos. Ela pode ser obtida desde pequenas profundidades – cerca de 50 metros – até, em alguns casos, de 1800 metros, extraída a temperaturas que podem chegar a 65ºC.

Segundo a professora Leila Nunes Menegasse Velásquez, do Instituto de Geociências (IGC) da UFMG, o primeiro passo para o gerenciamento do aqüífero já foi dado, ao se reunirem conhecimentos e informações sobre o Guarani. Ainda é preciso levantar o volume das reservas permanentes e temporárias, assim como os recursos explotáveis. Além disso, diz a pesquisadora que participou de estudos sobre o aqüífero no Oeste de Minas Gerais, deve-se garantir que os usos do solo não comprometam a qualidade da água.

Nesse aspecto, há limitações naturais. Leila Menegasse explica que em determinadas áreas as águas são muito antigas, sobretudo em função de falhas geológicas que colocam em contato rochas porosas e não porosas, dificultando a circulação, o que as torna salinizadas e impróprias para o consumo. “O Guarani é uma alternativa importante, estratégica. Tecnologias já existem, tanto na forma de modelos matemáticos para os estudos quanto de equipamentos para a extração”, afirma a especialista em hidrogeologia.



 


Revista Diversa nº 14
Site desenvolvido pelo Núcleo Web do Centro de Comunicação da UFMG