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tecnologia - Página 5

Um combustível chamado hidrogênio

Imagine uma energia tão limpa que deixa como resíduo apenas água. Ela existe e é objeto de estudos do Laboratório de Materiais e Pilhas a Combustível (LaMPaC), ligado ao Departamento de Química da UFMG. É lá que uma equipe coordenada pela professora Rosana Zacarias Domingues pesquisa as pilhas a combustível, dispositivos abastecidos com hidrogênio e capazes de gerar energia elétrica.

Esses dispositivos apresentam vantagens em relação a fontes semelhantes de energia. Uma delas é a vida útil longa. Nas pilhas e baterias comuns, a reação química que gera eletricidade é produzida pelos próprios materiais do equipamento, o que desgasta os eletrodos. Nas pilhas a combustível, quem produz energia é o hidrogênio, que pode ser substituído quando chega ao fim.

Outro ponto favorável diz respeito ao impacto ambiental. O resíduo do processo químico gerado na pilha é apenas água. E não é uma água qualquer. Ela é extremamente pura e pode ser reutilizada para outros fins.

A principal desvantagem está no custo, mas esse obstáculo tende a ser removido à medida que as pesquisas avançarem. A pilha a combustível requer, também, uma atenção especial à questão da segurança, pelo fato de usar hidrogênio, um gás volátil, inflamável, sem cheiro e cujas chamas não têm cor. Por isso, qualquer equipamento que usa hidrogênio deve conter sensor para indicar possíveis vazamentos.

Módulos  As pilhas a combustível não se assemelham, em seu aspecto físico, às pilhas comuns. Elas podem ter tamanhos variados e são formadas por camadas finas de cerâmica. Sua potência também varia de acordo com o tamanho. Podem ser dispostas em série, na forma de módulos capazes de produzir grande quantidade de energia.

As primeiras aplicações vislumbradas seriam em hospitais, centrais de processamento de dados e outros estabelecimentos que precisam de energia constante e estável. Um conjunto de pilhas pode manter um hospital inteiro funcionando, por determinado período de tempo, na ocorrência de um apagão. Seu uso é visto como alternativa aos geradores tradicionais.

As pesquisas sobre as pilhas a combustível começaram há cerca de 20 anos e estão mais avançadas nos Estados Unidos, Alemanha, Austrália, Finlândia e Suíça. No Brasil, a Cemig é uma das pioneiras na busca da viabilidade desse tipo de energia. A empresa mineira financia o LaMPaC, junto com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).



 


Revista Diversa nº 14
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