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Marcada por aspectos de diferentes tradições, a celebração expressa a diversidade cultural brasileira
09 de julho de 2024
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O texto de hoje se inicia com um exercício de imaginação! Qual imagem vem a sua mente quando mencionamos os seguintes elementos: bandeirinhas coloridas, fogueira, roupas xadrez, forró, canjica, correio elegante, milho, quadrilha, quentão… Se pensou em festa junina, essa é exatamente a temática que abordaremos a seguir!
Festejos juninos no Brasil. (Créditos: Arquivo MTur).
A história das festividades juninas nos leva ao século XVI, durante o período colonial, quando a corte portuguesa estabeleceu suas tradições e costumes no Brasil. Com o nome de festa “São Joanina”, em homenagem a São João, a celebração foi muito influenciada por elementos europeus e pelas festas de outros santos populares, como Santo Antônio e São Pedro, realizadas no mês de junho.
Assim, em meio aos fluxos migratórios forçados de pessoas escravizadas e às relações comerciais, sociais e territoriais da época, a festa “São Joanina” chegou a diferentes locais e passou a ser chamada de “Festa Junina”, devido a outras celebrações que já eram realizadas no Brasil, em junho, como a colheita do milho e a preparação para novos plantios.
A festividade também incorporou aspectos de tradições indígenas e africanas, sobretudo na culinária e na dança, provocando uma fusão entre o sentido religioso herdado das influências externas e as diversas características culturais das influências brasileiras.
Comidas típicas de festa junina. (Créditos: Reprodução/Vai Por Mim | Localiza).
Ao avançarmos no tempo e refletirmos sobre o momento presente, é quase impossível imaginar a nossa cultura sem as festas juninas. Aliás, as celebrações até mesmo se estendem, levando essas festividades para o mês de julho também. As danças, músicas, comidas típicas, brincadeiras e vestimentas que fazem parte das comemorações juninas e julinas são marcadas por aspectos de diferentes países e, em especial, pela diversidade cultural brasileira.
E se tratando de um país tão vasto, cada lugar do Brasil apresenta uma forma especial de realizar as festas juninas! Por isso, convidamos você a conhecer um pouco mais das festividades que estão espalhadas pelo território brasileiro nessa época. Confira:
São João de Caruaru 2023. (Créditos: Prefeitura de Caruaru).
Considerada a “capital do forró”, Caruaru (PB) sedia um São João de grande repercussão e identidade nacional. O evento é organizado desde 1984 pela Fundação de Cultura de Caruaru e, a cada edição, artistas locais e nacionais se apresentam em diversos polos juninos descentralizados: o Pátio de Eventos Luiz Gonzaga, o Polo Cultural da Estação Ferroviária, o Alto do Moura e o polo itinerante da zona rural de Caruaru. Com mais de mil atrações artísticas e 2,5 mil atividades comerciais, a festa recebe cerca de 3,2 milhões de turistas todos os anos.
São João de Campina Grande 2023. (Créditos: Reprodução/Mercado & Eventos).
Há 41 anos, a cidade de Campina Grande (PB) celebra a cultura nordestina com um São João grandioso. Em 2024, o evento se estendeu por 33 dias, de 29 de maio a 30 de junho, com mais de 500 atrações e uma expectativa de quase três milhões de visitantes, representando um aumento de 20% em relação ao ano anterior. Forró, identidade e pluralidade são os pilares desse São João que é um dos principais marcos culturais do país.
Boi Caprichoso e Garantido. (Créditos: Alex Pazuello e Lucas Silva/Secom AM).
O Festival de Parintins (AM) foi criado em 1965 com o objetivo de angariar recursos para a construção da Catedral de Nossa Senhora do Carmo, padroeira da cidade. O evento, que é uma forma de agradecimento a São João, envolve a apresentação artística e a competição entre dois bois: o Boi Garantido, representado pela cor vermelha, e o Caprichoso, representado pela cor azul. As apresentações dos bois ocorrem durante a última semana de junho, ao longo de três noites, no bumbódromo de Parintins. O festival também envolve diversos personagens, figurinos, performances, carros alegóricos, fogos de artifício e uma plateia entusiasmada chamada de “galera”. Neste ano, ambos os bois realizaram apresentações de tirar o fôlego, com muita dança, cultura amazonense e ancestralidade indígena. E ao final da disputa, o Caprichoso se tornou o campeão do 57° Festival de Parintins.
Quadrilha Feijão Queimado, de Belo Horizonte. (Créditos: Pablo Bernardo).
Em 2024, a 45ª edição do Arraial de Belo Horizonte será realizada nos dias 20, 21, 27 e 28 de julho, no Mineirinho. O festejo, que é considerado o maior e mais representativo das regiões Sul e Sudeste, celebra a cultura e as tradições juninas em três eixos: apresentações das tradicionais quadrilhas da cidade, shows musicais de artistas locais e nacionais, e diversas atividades gastronômicas, valorizando o título de Cidade Criativa da Gastronomia, concedido à Belo Horizonte pela Unesco.
Essas são apenas algumas das festividades que abrilhantam os meses de junho e julho no Brasil. Seja em uma festa de bairro, escola, igreja ou em algum grande evento da cidade, o clima junino e julino está sempre repleto de aconchego e diversão!
[Texto de autoria de Ana Carolyna Gonçalves Barboza, assistente do Núcleo de Comunicação]
Referências
COSTA, C. A. da. Festa junina: síntese de uma mistura cultural. 2012. 36 f. Monografia (Licenciatura em Artes Visuais) – Universidade de Brasília, Universidade Aberta do Brasil, Sena Madureira-AC, 2012.
