Conheça seis ritos de passagem que abraçam o novo ano e seus infinitos caminhos
29 de janeiro de 2025
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Por Maria Eduarda Abreu,
estudante de Jornalismo e estagiária do Núcleo de Comunicação e Design
Muito mais do que uma simples troca de calendário ou o amanhecer de um outro dia, o Ano Novo representa também um momento de transformação e boa fortuna por praticamente todo o globo! É o momento de possibilidades máximas, sonhos inesperados e metas entusiasmadas. Diante de tantas expectativas, são muitas as práticas culturais que buscam aproveitar ao máximo os ventos de renovação e esperançar por um ano melhor que o anterior, cheio de realizações pessoais.
As tradições de ano novo por aqui já são conhecidas (e praticadas) pela maioria de nós! Mas e fora do Brasil, quais são os ritos de passagem que abraçam o novo ano e seus infinitos caminhos? Vamos embarcar em uma volta ao mundo para descobrir como pessoas moradoras de 06 países do mundo comemoraram a chegada de 2025!
Ao contrário de grande parte dos países do globo, a China não segue o calendário gregoriano, cujo Ano Novo se dá entre 31 de dezembro e 01 de janeiro. O calendário chinês é baseado nos 12 ciclos da lua e cada ano é relacionado a um animal, uma tradição ligada ao budismo, sendo 2025 o ano da cobra. A celebração também não é fixa, podendo acontecer entre 20 de janeiro e 20 de fevereiro, um feriado oficial de três dias que, em algumas localidades, pode se estender por até sete. Hoje, 29 de janeiro, a China dá início ao Ano da Cobra, com uma explosão de símbolos e rituais que celebram a renovação e a força da transformação. Durante este período, as festividades incluem a decoração das casas em tons vermelhos, a dança do Dragão e do Leão, realizadas nas ruas e símbolo de paz e boa sorte, além de viagens com toda a família reunida. No último dia de celebração do Ano Novo Chinês, acontece o Festival das Lanternas, onde milhares delas decoradas com desenhos e enigmas preenchem as ruas de luz e beleza.
Em pleno inverno e sob temperaturas extremas, alguns canadenses corajosos mergulham em lagos congelantes como promessa de que cumprirão suas metas estabelecidas antes da virada. Por lá, esta atividade é conhecida como Polar Bear Swim, tida como purificadora e perfeita para adentrar o novo ano. Ainda no gelo, uma pesca é organizada nas áreas rurais de Quebec todo dia 1º de janeiro, acompanhada de comidas e bebidas. Visitar as Cataratas do Niágara, que se enchem de luz neste período do ano, assim como ver a Aurora Boreal, são algumas outras atividades para entrar com o pé direito no ano que chega!
Por falar em pé direito, tanto na Grécia como na Escócia, é preciso tomar cuidado com quem entra em sua casa pela primeira vez após as doze badaladas. A pessoa pode representar sorte ou azar, a depender do pé que primeiro cruzar a soleira da porta. É imprescindível que seja o direito! Nas terras gregas, também é comum que no dia 31 de dezembro crianças saiam batendo de casa em casa cantando a canção típica “Kalandra” e tocando triângulos. Por fim, os gregos costumam assar um vasilopita, uma espécie de bolo amanteigado, e cortá-lo em fatias precisamente à meia-noite. Quem encontrar a moeda colocada dentro da massa no momento do cozimento tem sorte garantida para o próximo ano.
Já na América do Sul, a Colômbia tem tradições únicas para celebrar o momento da virada! Os moradores locais podem criar bonecos em tamanho real que representem o ano velho e, um pouco antes da meia-noite, jogá-los no fogo para se despedir do ciclo que se encerra. No dia 31, também é possível que você veja pessoas correndo com malas na mão ao redor de seus quarteirões. Por mais estranho que nos possa parecer, é uma tradição local para atrair um novo recheado de viagens e realizações do tipo! Andar com lentilhas no bolso fecha com chave de ouro este conjunto de costumes.
Para o calendário tradicional da cultura iorubá, cujo nome é Cojodá, o ano tem 91 semanas, tendo cada uma delas quatro dias, indo de 03 de junho do calendário gregoriano a 02 de junho do ano seguinte. Nas comemorações do Ano Novo Iorubá, que tomam lugar na 1º semana de julho, é de costume plantar uma muda de “árvore de obi” (Cola acuminata), sinal de cortesia, amizade e ligação entre o mundo espiritual e o mundo físico. Os iniciados na religião iorubá se dirigem até os templos e assistem o momento em que é descoberto o “odu” (destino) do ano novo. Este sinal dado pelo oráculo do jogo de búzios vai determinar as máximas a serem respeitadas, as oferendas a serem feitas e os demais preceitos que as divindades do panteão africano pedem para proporcionar vida longa a seu povo.
Outro lugar que não comemora o Ano Novo segundo o calendário gregoriano é a Tailândia! No país, cuja população segue majoritariamente o calendário budista, a celebração acontece em 13 de abril e leva o nome de “Songkran”. Um costume bem interessante e muito bem-vindo no mês mais quente para os tailandeses são as brincadeiras com água. Para os locais, ela representa pureza, mentes inocentes e corações bondosos, um verdadeiro símbolo de bons desejos. As batalhas de água que tomam lugar nas ruas das cidades, o momento de limpeza das casas e o simples ato de derramar de água no solo e nas plantas também afastam energias negativas e chamam chuvas para a época de plantio de arroz.
Referências
Planos e tradições para celebrar o Ano Novo no Canadá
Saiba mais sobre o Ano Novo Chinês e destinos para celebrar e conhecer a tradição chinesa!
Ano Novo em África: conheça algumas tradições de diferentes países
Songkran: o Ano Novo tailandês é marcado por batalhas de água e desfiles com Buda