Transdisciplinaridade em museus de ciências – Espaço do Conhecimento UFMG
 
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Transdisciplinaridade em museus de ciências

 

Você já parou para se perguntar para que servem os museus de ciências? Você os percebe como espaços de aprendizado? Se sim, como se dá o aprendizado nesses espaços? 

 

Nas últimas décadas, os museus do Brasil vêm se reinventando, deixando de ser entendidos como meros espaços de transmissão de conhecimento, mas também como lugares de construção do saber

 

Uma das missões atuais dos museus e centros de ciências é convidar os seus mais diversos públicos para experiências que vão muito além da complementação do aprendizado escolar ou da ilustração dos conteúdos vistos em sala de aula. As especificidades desses museus permitem a esses espaços uma maior autonomia para o desenvolvimento de suas práticas, em diálogo com discussões teóricas sobre educação formal e não formal, sobre ciência e sobre transdisciplinaridade.

 

Experiências em museus podem ir além da transmissão de conhecimento

 

A transdisciplinaridade pode ser entendida como uma forma de ler criticamente o mundo, para além das segmentações das áreas do conhecimento e das disciplinas escolares. Ela se constrói a partir de um constante movimento entre essas segmentações e para além delas. Ajuda, assim, a transformar nosso olhar individual e coletivo sobre o mundo.

 

O Espaço do Conhecimento UFMG e outros museus têm buscado, cada vez mais, provocar e potencializar tais movimentos transdisciplinares, na medida em que incluem, por exemplo, a arte na ciência e a ciência na arte, e que se preocupam em contextualizar o saber científico em suas relações com saberes populares e tradicionais, bem como com a sua própria história e seus sujeitos.  Partimos da ideia de que, para aproximar a sociedade do conhecimento científico, é preciso pensar a ciência também através de aspectos de subjetividade, tais como a arte e a afetividade. Nesse sentido, é possível extrapolar a ideia tradicional de divulgação científica e chamar a atenção para as especificidades da ciência enquanto atividade cultural historicamente construída.

 

Essa é uma das razões por que, no Espaço, temos mediadores com formações plurais nas áreas das ciências exatas, biológicas, humanas e das artes, que trabalham de forma colaborativa, dialogada, na construção de vários projetos e ações educativas. Entendemos que essa pluralidade de olhares é enriquecedora da nossa experiência de construção de conhecimento em conjunto com os públicos. Nesse sentido, algumas das questões que perpassam cotidianamente o nosso trabalho são: qual a perspectiva das artes visuais sobre a formação do Universo, a da física sobre a cultura Grega, a da biologia sobre a forma como usamos a tecnologia? Como ressignificar permanentemente o nosso olhar sobre o mundo, a partir dessas trocas? 

 

A pluralidade de olhares enriquece a construção do conhecimento

 

Desse modo, buscamos, durante as visitas escolares, convidar o educador a ampliar os diálogos entre as disciplinas escolares entre si e com o mundo, a fim de escapar de um modelo escolar formal tradicional, em que cada conhecimento permanece em sua caixinha. Além disso, buscamos desenvolver a visão crítica de que a construção da ciência é um processo que sempre acontece dentro de um recorte social e temporal.

 

Conexões, relações e provocações são premissas essenciais para que a transdisciplinaridade possa acontecer, para que possamos perceber a realidade como um todo e superar as fronteiras e fragmentações disciplinares. Esse é um movimento importante também no contexto escolar. Então, queríamos ouvir de você: você vive uma experiência transdisciplinar na sua escola? Acredita que ela pode ser impulsionada por uma visita ao Espaço do Conhecimento UFMG e a outros museus de ciências, de história, de arte e demais espaços culturais da cidade? 

 

Participe do Espaço Aberto a Educadores, enviando sua opinião sobre este texto e compartilhando sua experiência pelo e-mail espacoabertoaeducadores@gmail.com. Conheça também a seção Relato de Visitas no nosso site e se inspire com as experiências de outros professores que já estiveram no Espaço com suas turmas. 

 

Para ampliar: 

 

HISSA, C. E. V. Transdisciplinaridade: breves notas acerca de limites e fronteiras da ciência moderna. DOI 10.5216/teri.v1i1.14391. Revista Terceiro Incluído, v.1, n.1, p.90-105, 2013. Disponível em: <https://doi.org/10.5216/teri.v1i1.14391>.

MARANDINO, M. Interfaces na relação Museu-Escola. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v.18, n.1, p.85-100, abr. 2001. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/download/6692/6159%3E> .

PEREIRA, J. S.; CARVALHO, M. V. C. Sentidos dos tempos na relação museu/escola. Cad. CEDES [online], v.30, n.82, p.383-396, 2010. ISSN 0101-3262. Disponível em:   <https://doi.org/10.1590/S0101-32622010000300008>.

SOMMERMAN, A.; MELLO, M. F. de; BARROS, V. M. de. Educação e transdisciplinaridade II. São Paulo: Trion, 2002. Disponível em: < https://www.livrosgratis.com.br/ler-livro-online-26998/educacao-e-transdisciplinaridade-ii> .