Cisgêneros são as pessoas que têm uma identidade de gênero correspondente ao sexo biológico. Um homem é cisgênero se seu sexo biológico e sua identidade de gênero forem masculinas, independentemente de sua orientação sexual. Portanto, há homens e mulheres cisgêneros homossexuais, heterossexuais e bissexuais. Já transgênero é uma expressão usada para pessoas que assumem um gênero não correspondente ao sexo biológico. Dentro do “guarda-chuva” transgênero, encontram-se as pessoas: transexuais, travestis, por exemplo.
Lésbica é o termo mais comum para se referir às mulheres homossexuais (cis e/ou trans), ou seja, mulheres que se atraem emocional, afetivo e sexualmente por outras mulheres. A homossexualidade é uma das variações da sexualidade humana. No entanto, a palavra lésbicas não se reduz a identificar as mulheres homossexuais. A orientação sexual é independente do gênero. Portanto, existem mulheres lésbicas transgêneros. Não existe norma para expressão da sexualidade. A orientação sexual não está diretamente ligada à como estas mulheres se expressam. Portanto, existem mulheres lésbicas que expressam feminilidade ou não, já que a feminilidade não está de maneira alguma vinculada com as relações sexuais dessas mulheres.
“Ser lésbica, para mim, é entender que amar é um ato de resistência, que andar de mãos dadas com outra mulher, em público, é um ato de coragem. Ser lésbica, para mim, é entender que vou precisar “sair do armário” várias vezes em um dia, em uma semana, em um mês e que todas elas serão atos de resistência, de coragem e sobretudo de liberdade.” – Aluna UFMG
Gay é o termo mais comum para se referir aos homens homossexuais (cis e/ou trans), ou seja, homens que se atraem emocional, afetivo e sexualmente por outros homens. A homossexualidade é uma das variações da sexualidade humana. No entanto, a palavra gay não se reduz a identificar os homens homossexuais. A orientação sexual é independente do gênero. Portanto, existem homens gays transgêneros. Não existe norma para expressão da sexualidade. Homens gays podem performar masculinidade ou não.
“Ser gay pra mim é ter aprendido desde sempre que o bonito da vida (mesmo que dolorido as vezes) está nas diferenças, que o amor nasce da união e que existem famílias que nós temos oportunidade de escolher. Ser gay pra mim é lutar pra ter o direito de amar.” – Luís Carneiro, curso de Turismo, UFMG.
Pessoas bissexuais (cisgêneras ou transgêneras) são indivíduos que se atraem emocional, afetivo e sexualmente por mais de um gênero. A bissexualidade reconhece a dimensão do afeto e do desejo, podendo, ou não, haver predominância em relação a um gênero específico. Assim, é possível, por exemplo, que uma pessoa bissexual se sinta igualmente atraída por homens e mulheres ou que ela se sinta mais atraída por uma (um) ou outra (o); que ela prefira se envolver sexualmente com um determinado gênero e afetivamente com outro gênero. O comportamento sexual promíscuo pode ser encontrado tanto nas comunidades bissexuais quanto nas comunidades heterossexuais e homossexuais, devendo ser respeitado como uma escolha individual desde que não envolva abuso de pessoas vulneráveis, crianças e/ou adolescentes.
Mulher bissexual: “A bissexualidade não é uma fase, a minha orientação não é experimentação.” – Aluna da UFMG.
Homem bissexual: “Bissexual não é bagunça! O bissexual pode sim estar em um relacionamento monogâmico e isso não significa que essa pessoa passa a ser hetero ou homo.”
Matheus D’Ávila, curso de turismo da UFMG
Pessoas transgênero ou transexuais são aquelas cujo gênero difere do imposto em seu nascimento. Elas podem ser binárias (mulheres e homens transgêneros ou transexuais) ou não-binárias (pessoas que rejeitam o sistema binário de gênero). “Trans” pode ser diminutivo de transgênero e transexual, porém há pessoas que se identificam somente como trans e isto deve ser respeitado.
” Ser trans é ter virado a minha vida do avesso e descobrir que o avesso é meu lado certo. E a partir daí passar a ver o mundo pelas maravilhas de avessos possíveis.”
Raul Capistrano
“Ser trans é ter o direito mais básico, o de ter o nome, negado. É ser taxada como doente, lasciva ou louca, sendo que só se quer ser livre. Mas ser trans é lindo, porque em meio a tanta violência e negação é possível ver sua força, se encontrar como ser humano e ver o verdadeiro significado de amor.”
Laura Narateh – Engenharia Ambiental da UFMG
Travesti é uma vivência exclusiva do contexto brasileiro, muitas vezes considerada um terceiro gênero (para além do binário e não-binário). São pessoas designadas como homens no nascimento que se identificam com feminilidades/mulheridades, por isso, sempre devem ser tratadas no feminino.
Uma pessoa intersexo é aquela que apresenta uma variedade de condições nas quais a anatomia sexual e/ou reprodutiva não se enquadra nas definições tradicionais de fêmea ou macho. Uma pessoa pode nascer com elementos dos dois sexos biológicos, porém as características nem sempre estarão visíveis. Em alguns casos, a pessoa nasce com os órgãos sexuais externos de um dos sexos biológicos e internamente possui órgãos do outro. Ou a pessoa pode ter nascido com um mosaico genético onde parte das células possui cromossomo XX e outra parte possui cromossomo XY.
São todos os gêneros que não se enquadram parcialmente ou inteiramente no padrão binário, ou seja, não se encaixam totalmente no masculino, nem no feminino. Inclui-se neste espectro de gênero várias formas: neutro, ambíguo, múltiplo, parcial, gênero fluido, ageneridade e outrogeneridade.
Segundo a Comissão de Direitos Humanos de Nova York, existem 31 identidades de gênero, entre elas estão: Agênero, andrógino, gênero de fronteira, gênero fluido, gênero neutro, gender-queer, gênero em dúvida, gênero variante, hijra, gênero não conformista, butch, bigênero, não-binário, male to female (MTF), female to male (FTM), terceiro sexo, nenhum, homem, mulher.
A LGBTIfobia se configura como todo preconceito, violência ou agressões verbais, físicas, psicológicas e institucionais dirigidas às pessoas LGBTIs com o intuito de agredir, desestabilizar, invisibilizar e silenciar. Essas violações são exercidas por meio da hostilidade e do ódio direcionados a quem não se encaixa nos padrões cis-hetero-normativos impostos a toda sociedade. Por isso, é importante que não se confunda liberdade de expressão com discurso de ódio, pois agressão não se justifica e a maior estratégia para o enfrentamento da LGBTIfobia é garantir a existência, a resistência, as políticas públicas e a visibilidade dessa população. LGBTIs não são doentes, logo não precisam de cura. Terapias de reversão sexual produzem efeitos negativos comprovados: depressão, tristeza profunda e até autoextermínio. O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou na quinta-feira, 13 de junho, que a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero passe a ser considerada um crime.
Fonte: Textos adaptados das cartilhas do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais.