
Sessão pública de apresentação do Programa de Extensão Direitos Humanos, Educação e Saúde Yanomami e Ye’kwana | Foto: Eduardo Maia/Proex
Na quarta-feira, dia 2 de julho de 2025, o Programa de Extensão Direitos Humanos, Educação e Saúde Yanomami e Ye’kwana foi apresentado à comunidade acadêmica e externa da UFMG. O evento, que foi realizado no auditório da Reitoria, contou com a participação de representantes e lideranças dos povos indígenas.
O encontro divulgou as atividades desenvolvidas na Terra Indígena Yanomami (TIY) e contou com a presença acolhedora de membros dos povos Yanomami e Ye’kwana envolvidos nas ações, além de representantes de associações e parceiros externos. Entre os participantes, esteve o líder Davi Kopenawa.
A diretora da Universidade dos Direitos Humanos (UDH), da Pró-reitoria de Extensão (Proex), professora Maria Guiomar Frota, ressaltou a importância do encontro para a trajetória de diálogos e articulações entre a Universidade e os povos indígenas. “É essencial termos clareza do quão amplas e potentes são as atividades do programa. Elas tiveram início a partir de demandas das lideranças indígenas e da rede interinstitucional e interdisciplinar criada pela UFMG, em 2023, e que resultou em diversas frentes para fortalecer os direitos humanos, a educação e a saúde na terra Yanomami”, afirmou.
Direitos humanos em campo
Os quatro projetos que compõem o programa de extensão são vinculados a diferentes unidades da UFMG: Direitos humanos na Terra Indígena Yanomami (Universidade dos Direitos Humanos/UDH), Formação continuada de professores e Magistério Técnico no Território Etnoeducacional Yanomami/Ye’kwana (Faculdade de Educação), Espaços comunitários de saberes, cultura e bem-viver Yanomami (Escola de Arquitetura) e Redes de cuidado na Terra Indígena Yanomami (Escola de Enfermagem).
Os projetos foram apresentados pelas professoras da Universidade Ana Gomes e Clarisse Alvarenga (Faculdade de Educação/FaE), Karenina Andrade (Departamento de Antropologia e Arqueologia/Fafich), Érica Dumont (Escola de Enfermagem) e Adriano Mattos, Priscila Musa e Daniel Jabra (Escola de Arquitetura).

Dario (à esquerda) e Ehuana Yanomami: defesa dos direitos de homens e mulheres indígenas | Foto: Eduardo Maia/Proex
O membro da Hutukara Associação Yanomami (HAY) Dario Yanomami relatou sua experiência na oficina de formação em direitos humanos em Boa Vista (RR). “Esse curso foi uma grande ferramenta para nós, principalmente para os jovens entenderem e defenderem seus direitos”, destacou Dario. O evento teve ainda relatos dos indígenas Edmilson Ye’kwana (Associação Wanassedume Ye’kwana), Junior Hekuari (Urihi Associação Yanomami) e Ehuana Yanomami.

Reunião de discussão e proposição do Grupo Yanomami e Ye’kwana de Acompanhamento e Consulta do Programa de Extensão | Foto: Eduardo Maia/Proex
Já na quarta e quinta (2 e 3 de julho), a UFMG e os representantes das associações discutiram a proposição do Grupo Yanomami e Ye’kwana de Acompanhamento e Consulta do Programa. Nessas reuniões, os parceiros definiram a agenda do Conselho Consultivo – que terá representação indígena e não indígena –, os próximos encontros e atividades de 2025 e 2026.
Violações e exposição
A programação do evento foi iniciada na na terça-feira (1º de julho), também no auditório da Reitoria, com a sessão pública Universidade dos Direitos Humanos e Povos Indígenas. Foram apresentados casos de violação de direitos humanos acompanhados pela UDH de 2021 a 2023. Participaram representantes dos povos Xakriabá, Maxakali, Yanomami e Ye’kwana, parceiros, docentes e pesquisadores da UFMG que estiveram nos territórios para acompanhamento dos casos.
No mesmo dia, foi aberta a exposição Mundos indígenas, no mezanino da Reitoria. A mostra fica em exposição até o dia 15 de dezembro de 2025. Ela foi montada em 2019, no Espaço do Conhecimento UFMG, mas passou a ser itinerante na Universidade. A inauguração teve a presença dos curadores dos povos Yanomami, Ye’kwana, Maxakali, Xakriabá e Pataxoop, entre eles Davi Kopenawa, Célia Xacriabá e Isael Maxakali.
A acolhida dos representantes Yanomami e Ye’kwana na UFMG contou também com visita ao Jardim Mandala, da Faculdade de Educação (FaE).