Projeto Redes de Cuidado na Terra Indígena Yanomami da UFMG lança Guia de Atenção ao Pré-Natal

Documento inédito valoriza um cuidado mais humano e intercultural para os povos indígenas

 

O projeto de extensão Redes de Cuidado na Terra Indígena Yanomami, da Escola de Enfermagem da UFMG, lançou o Guia de Atenção ao Pré-natal na Terra Indígena Yanomami.

A publicação está disponível para download de forma gratuita.

O guia foi criado para orientar o cuidado durante a gestação, parto e pós parto, a partir de uma perspectiva alinhada aos modos de vida Yanonami.

O documento contou com a participação de pesquisadoras indígenas do território e orienta o cuidado pré-natal com base na atenção diferenciada, respeitando os contextos, as cosmovisões dos povos da Terra Indígena Yanomami e as práticas de saúde baseadas em evidências científicas.

Lançamento

Professores da UFMG e representantes de instituições parcerias no lançamento do guia | Foto: Projeto Redes de Cuidado na TIY

Professores da UFMG e representantes de instituições parcerias no lançamento | Foto: Projeto Redes de Cuidado na TIY

A cerimônia de lançamento ocorreu na Universidade Federal de Roraima (UFRR), em Boa Vista, no dia 8 de julho de 2025.

O evento contou com a presença de Lúcia Alberta, diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai, Marcos Kaingang, secretário nacional de Direitos Territoriais Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas, Joênia Wapichana, presidente da Funai, Lucinha Tremembé, secretária adjunta da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), Júlia Garrafa, representante do Ministério da Saúde, professor José Geraldo Ticianeli, reitor da UFRR, Carla Yanomami, representante das Associações Yanomami, Enio Mayanawa Yanomami, representante da Hutukara Associações Yanomami e Ana Gomes, representante do Programa em Direitos Humanos, Educação e Saúde na Terra Indígena Yanomami da UFMG.

A coordenadora do projeto, professora Érica Dumont, explica a importância dessa conquista para o contexto cultural Yanomami e Ye’kwana. “Esse guia é, até onde sabemos, o primeiro documento oficial no Brasil que normatiza o trabalho dos profissionais da saúde indígena com base explícita na interculturalidade e no que chamamos de cuidado sensível e adequado. Existem, sim, documentos que mencionam a importância da interculturalidade ou que recomendam sua adoção e documentos inspiradores, que não estão regulamentados na saúde pública como o livro Saúde Yanomami. Um manual etnolinguístico do Bruce e Gale. Não falamos disso por pioneirismo mas sobretudo para nos alertar para uma lacuna histórica que faz com que o trabalho na saúde indígena seja um desafio enorme. A interculturalidade não está dada, ela precisa ser construída, negociada, refletida e nós vimos o quão desafiador foi nessa construção”.

Para acompanhar o lançamento, o projeto elaborou ainda vídeos educativos, destinados aos profissionais do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami e Ye’kwana (DSEI-YY) e às Casas de Saúde Indígena (CASAIs), que foram disponibilizados no YouTube.

Com informações da Escola de Enfermagem UFMG