Professor Facundo: comunidade como território de direitos | Foto: Eduardo Maia/Proex
Como fortalecer a comunidade num mundo marcado pela fragmentação dos laços sociais?
A reflexão foi o mote da aula La Territorialidad y el fortalecimiento de los Derechos Humanos, que ocorreu na manhã desta quarta, dia 7, na Escola de Verão - Educação em Direitos Humanos.
Professor da Universidad Nacional de Mar del Plata (UNMDP, Argentina), o palestrante Facundo Alvarez discorreu sobre transformações sociais a partir do fortalecimento da identidade comunitária.
Nessa concepção, as pessoas em seus territórios são protagonistas de direitos coletivos e individuais por meio meio da plena participação e da ação conjunta e solidária, em que a comunidade compartilha objetivos e expectativas e enfrenta suas necessidades e problemas. “A territorialidade e direitos humanos seriam construídos nas lutas e contextos da vida cotidiana”, explicou o palestrante.
O papel da universidade nessa construção também esteve presente na exposição do professor. Ele disse que essas instituições são agentes externos importantes no processo de fortalecimento comunitário e elas devem “conhecer os territórios e dialogar com seus problemas, ser facilitadoras e catalizadoras de transformações”.
O docente, que é também coordenador de Centros de Extensão Universitária (CEU) na UNMDP, destacou também a experiência de implantação de unidades territoriais em Mar del Plata como ações relevantes da extensão universitária para fortalecer os direitos humanos.
Alimentação e meio ambiente
Professora Mariana: soberania alimentar | Foto: Eduardo Maia/Proex
Já quarta-feira à tarde, Escola de Verão - Educação em Direitos Humanos discutiu o direito humano à alimentação e sua relação com o respeito ao meio ambiente.
A aula da professora da Universidade de Brasília (UnB) Mariana Wiecko de Castilho teve como tema O direito à alimentação: o humano e a natureza na utopia do bem-viver.
Além de vasta experiência acadêmica na área, a palestrante tem atuação com povos indígenas e quilombolas, comunidades tradicionais e com políticas públicas de segurança alimentar.
O conceito de direito à alimentação, segundo Mariana, vem se ampliando ao longo do tempo até tornar-se Direito Humano à Alimentação e à Nutrição Adequadas (DHANA), o qual vai além de aspectos nutricionais e incorpora, por exemplo, componentes culturais, comunitários e espirituais e reflete a indivisibilidade dos direitos humanos.
“O direito à alimentação e demais direitos humanos estão imbricados; temos que compreender que o alimento nutre o corpo e o espírito”, frisou a professora.
A docente salientou também que “alimentar-se está cada vez mais dependente da lógica capitalista global de produção e comercialização de alimentos, que se caracteriza, entre outras coisas, pela destruição de ecossistemas”. A palestrante propôs a prática da soberania alimentar, que “pode começar dentro dos nossos espaços de moradia”.
Luciana Queiroz refletiu sobre a alimentação adequada nas escolas de BH | Foto: Eduardo Maia/Proex
A educadora ambiental Luciana Queiroz, que assistiu à palestra, refletiu que “entender sobre segurança alimentar é um ato político; a alimentação faz parte da nossa identidade. A aula mostrou a importância do fortalecimento das escolas como espaço privilegiado para práticas da alimentação adequada”, afirmou a cursista.
A Escola de Verão - Educação em Direitos Humanos ocorre de 5 a 9 de fevereiro no campus Pampulha da UFMG, em Belo Horizonte. Confira a programação.
Outras informações do curso de extensão podem ser obtidas pelo e-mail udh@proex.ufmg.br, no perfil da Proex no Instagram ou pelo telefone (31) 3409-4065.