As Formações Transversais em Direitos Humanos e em Gênero e Sexualidade – Perspectivas LGBTQIA+ promoveram na quarta-feira, dia 9, a mesa “60 anos do Golpe, Comissão da Verdade e os Golpes na atualidade”.

O encontro ocorreu dentro da programação do evento 10 anos das formações transversais na UFMG e contou com a presença da professora e advogada Rosa Maria Cardoso e da professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Antonella Galindo. A mesa foi mediada pela professora Maria Guiomar Frota, diretora da Universidade dos Direitos Humanos (UDH), vinculada à Pró-reitoria de Extensão da UFMG.

Violações e golpes

Rosa Maria Cardoso falou sobre direito à verdade e à memória no Brasil, justiça de transição, direito à reparação e questões que marcaram a atuação da Comissão Nacional da Verdade (CNV), que foi criada para apurar graves violações de direitos humanos ocorridas no país, principalmente durante a ditadura militar (1964-1985).

Ela foi coordenadora da CNV em 2013 e membro integrante da comissão desde a sua instalação em maio de 2012. Atuou em diferentes investigações que envolveram as motivações do golpe civil-militar de 1964, os mortos e desaparecidos políticos, a Guerrilha do Araguaia, a Operação Condor, a perseguição política e a repressão a trabalhadores e movimentos sindicais.

No encontro, a palestrante Antonella Galindo abordou os golpes do passado e os da atualidade e democracia e autoritarismo sob perspectiva justransicional. Antonella, que foi a primeira mulher trans a atuar na direção da Faculdade de Direito da UFPE, destacou a importância da luta e resistência dos grupos vulnerabilizados. “Nós só conseguiremos conquistar nossos direitos com democracia. Não negligenciamos isso”, afirmou.

A programação dos 10 anos das formações transversais na UFMG tem conferências, rodas de conversa, palestras e apresentações musicais. As inscrições (gratuitas e com certificado) são abertas a estudantes da UFMG e à comunidade externa.