UFMG e UFCSPA vislumbram parceria de combate a emergências climáticas

Enchentes históricas no sul do Brasil mobilizam as duas universidades, que compartilharam experiências de enfrentamento a desastres

 

Universidades compartilharam experiências e debateram estratégias e parceria | Foto: Eduardo Maia/Proex

Universidades compartilharam experiências e debateram estratégias e parceria | Foto: Eduardo Maia/Proex

Gestores e professores da UFMG e da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) debateram nessa quinta, dia 13, experiências e estratégias de enfrentamento à crise climática que assola o Rio Grande do Sul.

No encontro na Reitoria da UFMG, representantes das duas instituições também vislumbraram parceria interinstitucional com objetivo de desenvolver projetos, pesquisas e ações conjuntas nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. O objetivo é ajudar as comunidades gaúchas e atuar, de forma permanente, nos contextos de emergências climáticas.

Promovido pelo programa Participa UFMG, o evento teve como tema Desastres climáticos e ambientais: diálogos entre Minas Gerais e Rio Grande do Sul e reuniu a pró-reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis (Proext) da UFCSPA, Mônica de Oliveira, a reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida, a pró-reitora de Extensão (Proex) da UFMG, Claudia Mayorga, e equipes das duas universidades que atuam em desastres.

Impacto, mobilização e esperança

A pró-reitora Mônica de Oliveira contou que a comunidade acadêmica da UFCSPA foi bem afetada pelas enchentes. Segundo ela, prédio da instituição no centro de Porto Alegre, mais de 90 alunos da graduação e da pós-graduação e mais de 20 técnicos administrativos, docentes e terceirizados foram atingidos pelas enchentes. Mônica informou que ela própria foi afetada e precisou ser resgatada.

“Nosso estado enfrenta uma catástrofe sem precedentes. Os impactos de tudo que estamos vivendo, infelizmente, vão se estender por bons anos. O diálogo com a UFMG, que tem vasta experiência em Minas no enfrentamento do desastre de Brumadinho e de Mariana, chega em bora e dá uma luz, uma esperança”, afirmou Mônica, que ressaltou “que é fundamental pensarmos o lugar ocupado pela universidade pública na emergência climática e agirmos juntos para enfrentar os efeitos”.

Mônica de Oliveira ainda destacou os esforços voluntários empreendidos pela comunidade da UFCSPA assim que as primeiras localidades começaram a ser atingidas. Essas ações, segundo ela, consistiram em atendimentos em Saúde nos abrigos montadas pela Prefeitura, levantamento de necessidades da comunidade, assistência a pessoas e animais, apoio psicopedagógico, entre outras.

No momento, a instituição está mobilizada para a retomada da vida por meio do Recomeça UFCSPA, que recebe e incentiva doações para ajudar aqueles que foram afetados. “Esse programa é, agora, o carro-chefe das ações de enfretamento”, declarou pró-reitora da UFCSPA.

Solidariedade e cooperação

Ao se solidarizar com o Rio Grande do Sul, a reitora da UFMG, Sandra Goulart, ressaltou a relevância da expertise adquirida por ambas as universidades e exaltou a possibilidade de cooperação interinstitucional.  “Expressamos nossa solidariedade aos nossos irmãos do sul. A UFMG está à disposição para ajudá-los e para construirmos juntos uma cooperação que seja permanente e sustentável nos campos da pesquisa, ensino e extensão. Acho que essa construção seria muito interessante para nós”, destacou.

Mônica de Oliveira (primeira, à esquerda), Sandra Goulart e Claudia Mayorga: experiências acumuladas para enfrentar emergência climática | Foto: Eduardo Maia/Proex

Mônica de Oliveira (primeira, à esquerda), Sandra Goulart e Claudia Mayorga: experiências acumuladas para enfrentar emergência climática | Foto: Eduardo Maia/Proex

A pró-reitora de Extensão da UFMG, Claudia Mayorga, avaliou como “produtiva a troca de experiências” e reiterou “a importância das ações e políticas de recuperação que vêm sendo implementadas nas comunidades de Mariana e Brumadinho, em diálogo com as populações locais, para garantir direitos das populações afetadas”.

Anos antes da tragédia climática que assola os gaúchos, Minas Gerais enfrentou – e ainda enfrenta – impactos provocados pelo rompimento de barragens de mineração. Após os dois episódios, ocorridos em 2015 e 2019, respectivamente, a UFMG, por meio da Pró-reitoria de Extensão, iniciou diversas ações para avaliar os impactos e reconstruir as comunidades.