A convivência com diversos dispositivos eletrônico traz consigo o problema de descarte de pilhas e baterias
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O Brasil tem em uso, segundo estimativa da Fundação Getúlio Vargas, cerca de 440 milhões de aparelhos digitais – computadores, notebooks, tablets e smartphones –, o que equivale a dois aparelhos por habitante. O número de baterias e pilhas que fazem funcionar esses equipamentos cresce muito, e aumenta também o descarte. O consumidor deve conhecer os locais em que esses dispositivos eletroquímicos devem ser descartados para uma destinação ambientalmente adequada. A UFMG é um desses lugares: são doze recipientes papa-pilhas espalhados pelo campus Pampulha.

A cada dois meses, são coletadas pilhas e baterias no campus Pampulha. Conduzida pelo Departamento de Gestão Ambiental (DGA), a ação promove o acondicionamento do material descartado em caixas para o recolhimento pela empresa responsável pela logística reversa. O transporte desse material não gera custo para a Universidade.

Cuidado com as pilhas e baterias

“Muitas pilhas usadas no dia a dia da população brasileira não são corretamente fiscalizadas e o vazamento ou abertura com saída de líquidos nocivos é bem comum.” (Rosana Domingues, do Lampac) John Cameron | Unsplash

As pilhas são geradores eletroquímicos que realizam descarga de corrente elétrica com a conversão de energia química. Elas podem ser recarregáveis ou não, e conjuntos de pilhas interligadas em série ou paralelo são chamados baterias. As pilhas não recarregáveis mais comercializadas no Brasil são as de zinco-carbono, as alcalinas e as de prata; entre as pilhas e baterias recarregáveis, as mais usadas no país são as de chumbo, de níquel-cádmio (Ni-Cd), de níquel-metal-hidreto (Ni-MH) e de lítio.

Os materiais das pilhas e baterias são altamente tóxicos, por isso esses produtos devem ser manipulados com atenção e seu descarte deve ser feito de maneira segura para não pôr em risco outras pessoas e o meio ambiente. “A legislação proíbe o descarte de grandes quantidades. Entretanto, quando se olha na própria pilha está marcado que ela pode ser descartada em lixo comum”, comenta a professora do Departamento de Química da UFMG Rosana Domingues, pesquisadora do Laboratório de Materiais e Pilhas a Combustível (Lampac). “O problema é que, se cada cidadão descarta a sua pilha no lixo comum, no final da coleta haverá uma quantidade enorme e muito nociva.”

Os materiais tóxicos das pilhas não são biodegradáveis e têm potencial para contaminar o solo, as águas e retornar ao ser humano por meio da bioacumulação. A poluição atinge os lençóis freáticos, o que prejudica a agricultura e a hidrografia. Nos aterros sanitários, a presença de metais pesados dificulta o tratamento do chorume, enquanto a incineração de pilhas e baterias pode gerar contaminação atmosférica. Estudos desenvolvidos pelo Lampac visam à reciclagem desses materiais. “Há várias maneiras de reciclar os materiais das pilhas. Os processos mais limpos envolvem a separação do material metálico externo e a correta separação dos materiais internos”, diz Rosana Domingues.

Conheça a toxicidade dos materiais presente em pilhas e baterias Adaptado de Mantuano, 2005

Logística Reversa
A destinação ambientalmente adequada de pilhas e baterias, segundo resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente, Conama, é aquela que minimiza os riscos ao meio ambiente, incluindo procedimentos técnicos de coleta, recebimento, reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final de acordo com a legislação ambiental vigente. A última coleta feita na UFMG foi em maio de 2022, quando foram recolhidos 165 quilos de pilhas e baterias, segundo o DGA.

Informações sobre os pontos de coleta de pilhas estão em reportagem produzida pela TV UFMG em 2017.

Outras informações sobre o descarte de resíduos na UFMG podem ser solicitadas pelo e-mail residuos@dga.ufmg.br.