Inaugurado há dez anos, o Centro de Microscopia foi a primeira materialização, na UFMG, da concepção epistemológica segundo a qual grandes saltos na ciência seriam frutos da pesquisa transversal, afirmou o reitor Jaime Ramírez em solenidade realizada na semana passada.
Após breve cerimônia, que integrou a agenda de comemorações dos 90 anos da Universidade, os laboratórios do Centro permaneceram abertos à visitação de pesquisadores de todas as áreas do conhecimento na última sexta-feira, 18. Segundo o diretor, Wagner Rodrigues, a iniciativa teve o objetivo de divulgar a potencialidade de atendimento e ampliar o número de usuários.
Atualmente estão registrados como usuários 500 pesquisadores, 900 alunos de instituições de todo o país e 50 empresas, especialmente nas áreas de mineração e metalurgia, siderúrgicas, indústrias do setor de microeletrônica, de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia, de transformação de bens de consumo, hospitais e laboratórios de análises.
Liderança
Jaime Ramírez destacou a liderança da reitora Ana Lúcia Gazzolla (gestão 2002-2006) na época de fundação do Centro e afirmou que a continuidade das boas ideias é traço institucional da UFMG, em referência aos gestores que nos anos seguintes também apoiaram a consolidação do projeto.
Wagner Rodrigues disse que o Centro é “um caso de sucesso, resultado do trabalho de muita gente, de uma equipe dedicada e apaixonada”.
Ronaldo Pena, reitor na gestão 2006-2010, comentou que a característica de inovação do Centro de Microscopia da UFMG não é o objeto de pesquisa, uma vez que abriga projetos de diversas áreas. “Aqui, a inovação se dá pelo interesse na nanodimensão, e nela há muito conhecimento a ser buscado”, enfatizou.
Para Clélio Campolina, reitor na gestão 2010-2014, projetos como o Centro de Microscopia têm a capacidade de “desequilibrar o sistema, no sentido de criar o novo, de promover efeito estruturante, do ponto de vista da ciência”.
-
-
Reitora Ana Lúcia Gazzolla (gestão 2002-2006) Foto: Marina Gontijo / UFMG
-
-
Reitor Jaime Ramírez. Foto: Marina Gontijo / UFMG
Desafio
Ana Lúcia Gazzolla relembrou detalhes do período em que a UFMG se uniu em torno da criação do Centro de Microscopia. “Aprendi com o reitor Francisco César Sá Barreto, na gestão de quem fui vice-reitora, que há momentos em que a Universidade precisa aprender a abrir mão das demandas setoriais para construir coletivamente uma demanda que possibilite uma mudança de patamar. Essa talvez tenha sido a nossa contribuição”, disse.
Ela relembrou que o intuito era apresentar proposta única da Universidade em edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) que viabilizava a aquisição de grandes equipamentos: “Foi feito um trabalho para convencer as pessoas de que todos deveríamos abrir mão das legítimas necessidades setoriais e procurar um projeto que atendesse a todos e elevasse o patamar da capacidade instalada de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico da UFMG e, portanto, do estado”.
Localizada no campus Pampulha, a unidade dispõe de infraestrutura de excelência em microscopia e microanálise, que abrange microscopia eletrônica de varredura e de transmissão, microscopia de feixe iônico, microscopias de varredura por sonda, microscopia de fluorescência, microanálise por fluorescência de raios-X e por perda de energia de elétrons.

Painéis próximos aos laboratórios com informações sobre capacidade dos equipamentos. Foto: Marina Gontijo / UFMG
A relação detalhada de equipamentos encontra-se na internet. Leia mais sobre o Centro.