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Nº 1825 - Ano 39
17.6.2013

Novo jeito de incubar

Da redação

Com o usufruto de ações e cotas de empresas que chegarem ao mercado, UFMG espera ampliar recursos investidos na pesquisa

Recursos provenientes de royalties obtidos com a transferência de tecnologia já representam parte importante do fomento à pesquisa na UFMG. Essa fonte deve se ampliar com a adoção de novo modelo de incubação, que dá à Universidade a prerrogativa de ser remunerada com usufruto de ações ou cotas das empresas que chegarem ao mercado, depois de período de incubação na Inova-UFMG.

Segundo a Pró-reitoria de Pesquisa (PRPq), a Inova já entregou ao mercado cerca de 50 empresas, com taxa de sobrevida superior a 90%. “É um percentual muito alto, o que significa que o processo de incubação está funcionando”, avalia o pró-reitor de Pesquisa, professor Renato de Lima Santos. A nova modalidade, segundo ele, prevê a ampliação de vantagens também para as empresas, que passam a dispor de estrutura mais completa com os atuais investimentos realizados pela UFMG.

Mudanças no modelo de incubação serão possíveis no novo prédio que vai abrigar todas as atividades de inovação da Universidade. A incubadora terá sua capacidade triplicada, saindo do limite atual de dez empresas abrigadas simultaneamente. O edifício também receberá projetos empreendedores da área de biotecnologia.

Além do impacto social – geração de empregos e desenvolvimento econômico – a nova dinâmica prevê que a Universidade dê às empresas condições de fortalecimento enquanto se preparam para entrar no mercado, com o mínimo de taxas, maior suporte administrativo, contábil e até jurídico, dentro das possibilidades da legislação e da Universidade. “Incubar é como cuidar de um recém-nascido: dar condições e um ambiente adequado que permitam conforto e proteção”, compara Santos.

Ele calcula que, com a capacidade de 30 empresas em horizonte de três décadas e período de incubação de três anos, a UFMG terá dez empresas graduadas por ano. “Se 10% dessas 300 tiverem sucesso, o retorno que a Universidade terá por meio da participação acionária vai permitir a retroalimentação do sistema de pesquisa”, prevê o pró-reitor.

Em sua opinião, no futuro tais recursos podem ser o diferencial para uma atividade de pesquisa ainda mais destacada na UFMG, já que as fontes públicas de financiamento são limitadas. Atualmente, recursos advindos de royalties têm custeado os programas de apoio a docentes doutores recém-contratados e o Programa de Incentivo à Inovação (PII).

Planejamento

Dentro de um ano devem ser concluídas, no campus Pampulha, as obras do prédio que abrigará o Centro de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) e a Inova-Incubadora da UFMG. Com 3,3 mil metros quadrados, vai oferecer espaço físico mais adequado para a gestão da inovação na Universidade e para os desdobramentos dessa atividade em produção de conhecimento científico e técnico, com transferência para a sociedade.

Responsável por mais de 5% da produção científica brasileira, a UFMG tem crescente número de depósito de patentes e de transferência de tecnologia para empresas, atividades que também se beneficiarão de nova estrutura. De acordo com a pró-reitora adjunta de Pesquisa, professora Marisa Mancini, a clara tendência de crescimento observada nos últimos anos resulta de planejamento institucional, com o intuito de ampliar a visibilidade da produção científica da Universidade e transformá-la em novos produtos, processos e serviços que gerem retorno para a sociedade. Tal avanço, ela ressalta, advém de esforço de estruturação do setor, com apoio constante da Reitoria, “devido à visão do reitor Clélio Campolina, que compreende a importância estratégica de ciência, tecnologia e inovação”.