Busca no site da UFMG

Nº 1825 - Ano 39
17.6.2013

Crescer com qualidade

Pós-graduação enfrenta o desafio de manter ritmo acelerado de expansão sem perder de vista os padrões internacionais de excelência

Da redação

Embora a avaliação da pós-graduação feita pela Capes referente ao triênio 2010-2012 ainda não tenha sido divulgada, uma leitura superficial dos resultados de períodos anteriores já dá uma medida da forte evolução experimentada pela UFMG na área. No triênio 2004-2006, 13 dos 66 programas existentes detinham conceitos 6 e 7, ou 19% do total. Já no triênio 2007-2009, a Universidade teve 25 programas com conceitos 6 ou 7, ou 35% do total.

“De um lado, a UFMG alcançou crescimento substancial no número de programas com conceitos superiores na avaliação da Capes. De outro, registrou aumento expressivo no número de vagas e de matrículas em seus programas. Isso demonstra que, apesar de ser um desafio, é possível aliar crescimento qualitativo e quantitativo”, afirma o professor Ricardo Santiago Gomez, pró-reitor de Pós-graduação da UFMG. Nos dois últimos triênios, o número de programas aumentou de 66 para 72, compreendendo, atualmente, 62 cursos de doutorado e 72 de mestrado, distribuídos em nove áreas de conhecimento.

Pela primeira vez desde que foi criada há mais de quatro décadas, a pós-graduação da UFMG tem mais alunos de doutorado (4.166) do que de mestrado (4.044) – os dados são do final de 2012. “É um cenário que demonstra a consolidação da pesquisa na UFMG, a qualificação do corpo docente, que conta cada vez mais com pesquisadores de outras partes do mundo, além da qualidade e complexidade dos projetos desenvolvidos em nossos campi”, avalia Santiago Gomez.

Internacionalização

Para o pró-reitor, a evolução passa, obrigatoriamente, pela internacionalização. Ele lembra que hoje a UFMG recebe professores de países como Alemanha, Argentina, Austrália, Bélgica, Canadá, Chile, EUA, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Inglaterra, Itália, Japão, México, Portugal, Suécia, principalmente para a oferta de cursos de curta duração.

Esse intercâmbio de linhas de pesquisa e métodos de trabalho é essencial, na visão de Gomez, para que o conhecimento científico produzido na UFMG esteja em sintonia com as principais demandas mundiais. “A internacionalização colabora para que as pesquisas realizadas estejam na ponta”, afirma.

A presença de pós-graduandos também tem crescido. Se em 2008 eram 36, em 2012 já havia 89 alunos estrangeiros na pós-graduação. São alunos de Argentina, Chile, Equador, EUA, França, Guiné-Bissau, Índia, Irã, Moçambique, Peru, Portugal, República Dominicana, Rússia, Uruguai e Venezuela.

O Instituto de Ciências Biológicas, por exemplo, vem recebendo pesquisadores de países asiáticos, como Egito, Paquistão, Irã e Índia, com financiamento do CNPq e da Academia de Ciências do Mundo em Desenvolvimento (TWAS). Segundo o professor Vasco Azevedo, que orienta boa parte desses pesquisadores, 10% dos doutores formados pelo Programa de Bioinformática são estrangeiros.

Além desse diálogo com o exterior, a UFMG também tem buscado fomentar a pesquisa em outras regiões do país. “Realizamos cursos de caráter temporário para o atendimento de grupos especiais de alunos, principalmente docentes de instituições de ensino superior. Esses cursos devem estar vinculados a programas consolidados, com conceito Capes igual ou superior a cinco. Este ano, por exemplo, estamos oferecendo atividades na Universidade Regional do Cariri, no Ceará, e na Federal do Amapá, e ainda devemos estendê-las para a Federal do Amazonas. A definição das parcerias se dá por critérios como relevância social e necessidade de formação de massa crítica nessas regiões”, informa o pró-reitor. Ao todo, já foram mais de 20 projetos, em diferentes localidades.

Foco no pesquisador

A atuação da Pró-reitoria de Pós-graduação (PRPG) da UFMG consiste no investimento em programas voltados para a qualificação profissional, seja em direção ao exercício de atividades de ensino e pesquisa, seja no sentido do mercado de trabalho, externo à academia. O órgão é composto por sete setores: Expedição de Diplomas, Compras, Financeiro, Diretoria Acadêmica, Gabinete, Secretaria Administrativa e Bolsas.

É neste último, o setor de Bolsas, que se desenrolam os trâmites de uma das questões mais estratégicas para a PRPG: o gerenciamento e o acompanhamento dos programas de bolsas da pós-graduação da UFMG financiados pela Capes e Fapemig.

No que diz respeito aos recursos liberados pelas duas agências, o número total de bolsas concedidas a estudantes de pós-graduação nos últimos cinco anos, somando mestrado e doutorado, mais que triplicou, saindo de 925, em 2008, para 2.910, no ano passado. “Em 2008, ofertava-se um total de 571 bolsas de mestrado e 354 de doutorado. No ano passado, alcançamos 1.527 bolsas de mestrado e 1.383 de doutorado. Foi um avanço significativo”, avalia Ricardo Santiago Gomez.

No entanto, adverte o professor, a oferta de bolsas precisa acompanhar o crescimento do número de alunos. Ele lembra que, com o término do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), a Pró-reitoria de Graduação também está trabalhando em novo modelo para substituir a bolsa Reuni, com o intuito de continuar promovendo a complementação das bolsas de mestrado e doutorado para os pós-graduandos que atuam na graduação.

Além do apoio financeiro, a área também precisa de planejamento para registrar crescimento sustentável. Um dos trunfos é o Plano de Desenvolvimento Institucional da Pós-graduação, cujo objetivo é aprimorar a qualidade das modalidades stricto e lato sensu. “Entre suas metas, o Plano busca melhorar os indicadores de inserção internacional dos programas de pós-graduação da UFMG; estimular o estágio pós-doutoral de docentes no exterior, visando parcerias que fortaleçam a cooperação internacional; incentivar a produção intelectual qualificada; e adotar medidas para favorecer a admissão de alunos estrangeiros”, enumera o pró-reitor.

Já entre os cursos de pós-graduação lato sensu, ou especialização, como são mais comumente denominados, houve crescimento de 15% entre os triênios 2004-2006 e 2007-2009. Só em 2012, foram ofertados 76 cursos nesta modalidade, atendendo a mais de seis mil alunos.

Pós-graduação em números (2008-2012)

* 12 novos programas de pós-graduação

* Número de docentes permanentes aumentou 25% de 1.367 para 1.720

* O total de alunos de mestrado aumentou 7%: de 3.782 para 4.044

* O número de alunos de doutorado cresceu 51%: de 2.751 para 4.163

* O número de cursos de mestrado aumentou 11% e o de doutorado, 13%

* O número de vagas cresceu 15% no mestrado e 48% no doutorado