Busca no site da UFMG

Nº 1827 - Ano 39
01.07.2013

Norte para o crescimento

ICA, em Montes Claros, tem o desafio de se expandir com rapidez e coordenação

Ewerton Martins Ribeiro

Prestes a comemorar 45 anos de existência, o Instituto de Ciências Agrárias (ICA), com sede em Montes Claros, aprovou, neste semestre, seu primeiro Plano Diretor, instrumento para o processo de planejamento e implantação de uma política de desenvolvimento físico, social, econômico, político e administrativo do campus. A aprovação acontece em momento especialmente decisivo: o Instituto enfrenta o desafio de ampliar, de forma coordenada e, ao mesmo tempo, com velocidade, a sua infraestrutura, de modo a absorver a expansão experimentada nos últimos anos – especialmente entre 2008 e 2012, resultado do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Os números dão a medida do desafio enfrentado. De 2008 para cá, o ICA triplicou o número de graduações em oferta: aos cursos de Agronomia, de 1999, e de Zootecnia, de 2005, somaram-se outros quatro: Administração (que acaba de ser avaliado com conceito 5 pelo MEC), Engenharia de Alimentos, Engenharia Agrícola Ambiental e Engenharia Florestal – todos criados em 2009 a partir do Reuni. O corpo discente cresceu de forma exponencial. Em 2008, eram 333 alunos. Hoje já são quase 1400 – 1250 na graduação, cerca de 50 no mestrado e número equivalente na especialização. O aumento do corpo docente não acompanhou a curva de crescimento: eram 35 professores em 2008; hoje são 70. O mesmo ocorreu em relação à evolução dos servidores técnicos administrativos: 49, em 2008, frente aos 67 registrados em 2013. Segundo o diretor do ICA, Delacyr da Silva Brandão, uma das principais demandas do Instituto é de professores com especificidade na formação, problema que antecede a expansão. “Ainda temos professores atuando em áreas que não são precisamente as de sua especialidade. Para isso, precisamos de mecanismos que nos possibilitem a contratação de novos docentes”, diz.

Consolidação

Na esteira da evolução do ensino superior no campus Montes Claros, o número de cursos de pós-graduação também cresceu. Ao mestrado em Produção Vegetal (antes denominado Ciências Agrárias) e à especialização em Recursos Hídricos e Ambientais somou-se o mestrado em Produção Animal, com turma inaugural prevista para o primeiro semestre de 2014. Previsão idêntica à da especialização em Agronegócio e Agroindustrialização, que está em tramitação na Capes.

Delacyr explica que esse crescimento só vem sendo possível pelo fato de o ICA ter deixado de ser uma unidade especial, em 2008, para se tornar uma unidade acadêmica. “Isso ampliou a inserção do Instituto no universo da UFMG, principalmente no que diz respeito aos órgãos colegiados. Mas o principal ganho, em termos práticos, é a dotação orçamentária própria que passamos a ter com a mudança de status”, afirma o diretor. Para se ter uma ideia houve um incremento de 73% no orçamento de custeio entre 2008 e 2011. Evolução que também ocorreu em relação aos recursos destinados a investimentos. “Para este ano, temos a previsão de aporte de R$ 12 milhões nos empreendimentos em andamento e projetados.”

Na opinião do diretor, esses investimentos são uma condição indispensável para que o campus alcance objetivos ainda mais ambiciosos. “Queremos ampliar a pesquisa, tornar o ICA ainda mais plural, com cursos em outras áreas de conhecimento, como Humanas, Sociais Aplicadas e Linguística, Letras e Artes. Uma grande meta é abrir o nosso primeiro curso de doutorado”, anuncia ele.

Com base no Plano Diretor, várias reformas e construções estão sendo iniciadas este ano, algumas com o intuito de conferir especificidade às atividades realizadas em cada espaço. O objetivo é proporcionar mais organização e sinergia.

Estão em construção vários laboratórios, como de serraria, produção de energia, papel e celulose, mecânica e mecanização, construções rurais, entre outros. Outro empreendimento previsto é a construção de prédio de gabinetes para abrigar novos professores. Reformado, o imóvel da antiga moradia universitária reúne oito laboratórios. Já a moradia inaugurada há três anos, com capacidade para abrigar 120 pessoas, é alvo de estudos que visam a sua ampliação.

Também há obras sendo realizadas no Centro de Atividades Administrativas e Didáticas (CAAD), localizado em área de 54 mil metros quadrados contígua ao campus.e que foi desapropriada pela União e repassada à UFMG em janeiro do ano passado. O CAAD já recebe algumas atividades didáticas ministradas em 12 salas – número que subirá para 16 – e passa por reformas para abrigar a estrutura administrativa do campus, além de um centro de convenções e cerca de 20 laboratórios.

O ICA ocupa área de 237 hectares, incluindo a Fazenda Experimental Professor Hamilton de Abreu Navarro, que pertence à UFMG desde a década de 1960. O local abriga aulas práticas, pesquisas e atividades de agricultura e pecuária.