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Nº 1827 - Ano 39
01.07.2013

Entrevista / Márcio Baptista

“A modernização administrativa é um legado”

Ainda que exerça funções típicas de uma gestão municipal, como organização do tráfego e transporte, a Pró-reitoria de Administração também se encarrega de outras tarefas, como a gestão patrimonial da UFMG, ressalta o pró-reitor Márcio Baptista, nesta entrevista ao ­BOLETIM. Ele aborda os esforços feitos pela Universidade para modernizar sua administração, como a implantação do Departamento de Gestão Ambiental e os estudos em torno da criação do Departamento de Administração Universitária, que deve oferecer mais serviços às unidades acadêmicas, no âmbito das atividades de gestão.

Ana Rita Araújo

O trabalho da Pró-reitoria de Administração pode ser comparado ao de uma prefeitura?

Em parte. Embora seja responsável por atividades de gestão do tráfego, circulação de veículos e linhas de ônibus, como fazem as prefeituras, a Pró-reitoria de Administração (PRA) também atua em outros setores, como importação e compras, segurança e gestão ambiental. É seu papel realizar a gestão patrimonial da UFMG, em consonância com princípios de uso racional dos recursos públicos, além de assegurar apoio logístico, limpeza, segurança, transporte e compras. Já a gestão da infraestrutura, a exemplo das operações de manutenção das vias, que em uma cidade estaria a cargo da prefeitura, no quadro da Universidade está entre as atribuições da Superintendência de Infraestrutura e Manutenção e não da PRA.

No ano passado, a PRA mudou a forma de lidar com a questão ambiental. Em que consistiu essa mudança?

Criamos o Departamento de Gestão Ambiental (DGA), o que considero um grande diferencial desse Reitorado no aspecto administrativo. Conseguimos articular diferentes vertentes da questão ambiental e dar uma abordagem mais sistêmica ao tema. Esse Departamento nasceu da articulação de áreas que lidavam, separadamente, com resíduos, saneamento básico e áreas verdes. Colocamos esses três grupos trabalhando juntos, porque as inter-relações são muito grandes: o resíduo químico, por exemplo, afeta o saneamento, enquanto as áreas verdes influenciam a parte de resíduos. A mudança se dá em sintonia com a ênfase que o novo Reitorado atribui às questões ambientais e ao papel da Universidade no seu adequado tratamento.

Quais são os desafios desse departamento?

Ele passa a tratar de forma sistêmica as diferentes vertentes da gestão ambiental universitária, o que inclui resíduos, manutenção das áreas verdes, abastecimento de água, esgotamento sanitário e drenagem pluvial.

Outro desafio é a elaboração de plano diretor para obtenção de licenciamento municipal de funcionamento do campus Pampulha. Estamos em processo de definição da empresa que fará o licenciamento do campus como um todo. Um documento como esse prevê, por exemplo, o impacto do campus na circulação viária da região, no lançamento de esgotos não domésticos na rede, no escoamento superficial a partir do campus e na geração de resíduos.

Que outras medidas estão sendo estudadas para modernizar a administração da UFMG?

Apresentamos à Reitoria a proposta de dividir o Departamento de Logística e Operações, que atualmente exerce duas atividades muito distintas. Assim, teremos o Departamento de Administração Universitária, que deve absorver parte das atividades de gestão exercidas pelas unidades acadêmicas, como as áreas de importação e compras, gestão patrimonial e de documentos. Com isso, há ganho em economia de escala e em tempo. Esse grande departamento ampliaria a oferta de serviços para a comunidade, e cada unidade poderá decidir se quer continuar a ter seu próprio setor de compras ou se adere a esse serviço centralizado.

Já o Departamento de Logística cuidaria das áreas de segurança, circulação e tráfego, bem como da gestão da frota de veículos. Essa proposta consta no Plano de Desenvolvimento Institucional elaborado pela Universidade para o período 2013-2017. Não se trata apenas de uma divisão formal, mas tem uma grande implicação funcional. Será construído um novo prédio, para abrigar esses setores. Estamos na fase do projeto executivo da obra.

Considero a modernização administrativa um legado que esta gestão deixa para a UFMG. Outro aspecto fundamental desse processo é o sistema administrativo, nova plataforma de informatização de procedimentos.

O que muda com a adoção desse programa?

O sistema administrativo tem um impacto enorme em áreas como centralização de compras e de descarte e destinação de bens de patrimônio e bens de consumo. A UFMG cresceu, suas demandas também, e precisamos encontrar novas formas de gestão, para fazer frente a essas novas exigências. Os processos de compra agora estão informatizados, o que torna possível automatizar e controlar todo o processo de aquisição e logística, promovendo otimização de custos e sinergias operacionais.