13 de fevereiro de 2020
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Quem pensa em um bicho-preguiça, deitado na árvore e comendo folhas tranquilamente, nem imagina que seu ancestral era mais parecido com um elefante! Extintas há mais ou menos 10 mil anos, as preguiças-gigantes fazem parte da megafauna brasileira, junto com tigres-dentes-de-sabre, mastodontes, antas e tatus-gigantes.
As preguiças constituem um grande grupo da ordem Xenarthra e apareceram na era pleistocena. Elas surgiram na atual região da Patagônia, na América do Sul, e subiram para os países mais ao norte. Hoje, os cientistas conhecem bem a anatomia do animal e seus hábitos alimentares devido à grande quantidade de fósseis encontrados pelo continente.
Em 1796, o pesquisador Georges Cuvier saiu em busca da primeira reconstrução de uma preguiça-gigante e acabou por encontrar o maior gênero do grupo, que nomeou de Megatherium americanum. Ela apareceu há 17 milhões de anos, nas Américas do Sul e do Norte. Chegava a pesar quatro toneladas e tinha seis metros de comprimento.
As garras eram essenciais para apanhar folhas, base da dieta das preguiças, que conseguiam se alimentar dos arbustos rasteiros até as árvores mais altas devido à altura avantajada. Elas nunca ficavam com fome! O lábio superior e a língua tinham formato próprio para agarrar a vegetação. Já os dentes sugerem que eram adaptados para vegetais duros e fibrosos.
Muitos fósseis já foram encontrados e estudados no Brasil. Lá em 1834, o paleontólogo dinamarquês Peter Wilhelm Lund encontrou o fóssil de uma preguiça-gigante em Lagoa Santa, região metropolitana de Belo Horizonte, datado em cerca de 9 mil anos atrás.
Em abril de 2019, foi descoberta uma nova espécie mineirinha. O paleontólogo Cástor Cartelle e sua equipe recolheram cerca de 200 peças fossilizadas. Nomeado de Glossotherium phoenesis, o animal teria habitado São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, Pernambuco e Paraíba, indo até a Venezuela. As outras espécies já conhecidas eram de regiões mais frias, enquanto essa estava nos nossos dias tropicais.
Uma de suas particularidades é que os ossos do crânio permitiram diferenciar macho e fêmea. Outra característica curiosa é a presença de ossos bem pequenos junto à pele, que poderiam dar mais proteção e ajudar na regulação da temperatura corporal.
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