Jogos e brincadeiras africanas 

08 de novembro de 2022

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O corpo e o movimento são elementos fundamentais para que a aprendizagem ocorra. Com isso, as brincadeiras podem ser um caminho para a construção de conhecimentos. Além disso, por meio do desenvolvimento lúdico é possível aprender regras, maneiras de se relacionar com o outro e com os próprios sentimentos, bem como desenvolver consciência corporal.

Vários jogos e brincadeiras estão presentes em nossa vida, e na maior parte das vezes, nós não conhecemos a sua origem. Por isso, neste texto, vamos conversar sobre alguns desses passatempos conhecidos no Brasil, mas que tiveram a sua origem em países do continente africano. 

Ethiopia – Foto de Steve McCurry (créditos: Fubiz)

Terra-mar 

Regular em diversas cidades do Brasil, este jogo é uma variação de um outro originado em Moçambique e é muito fácil de brincar! Basta riscar uma grande linha no chão delimitando dois espaços. De um lado deve-se escrever a palavra “terra” e do outro lado, a palavra “mar”. Os participantes dispõem-se em fila ao longo da linha traçada, sem pisá-la. Não há número limite de participantes.

É preciso escolher entre os participantes uma pessoa que será responsável por ditar os comandos da brincadeira. Todos os participantes começarão a jogar do lado indicado como “terra”.  Quando for dado o comando “mar”, todos pulam para o outro lado do traço. Ao ouvir o comando “terra”, todos pulam para o lado indicado como terra.

O processo vai se repetindo várias vezes, em que os participantes vão alternando aleatoriamente entre ambos os lados. Neste momento, os comandos são falados de maneira cada vez mais veloz, e de modo desregulado. Quem pular para o lado errado ou se sugestionar a pular, quando não deve, é eliminado. O participante que ficar por último é o vencedor.

Rolar o pneu 

Uma brincadeira simples, mas muito divertida! Ela tem origem em Angola, um país em que também se fala português. Para a atividade é necessária a utilização de um pneu ou aro de bicicleta, além de uma vara, para auxiliar na condução do pneu pelo percurso da brincadeira. Existem, ainda, variações em que não são utilizadas as varas e os pneus são guiados apenas com a mão. Os participantes podem definir se haverá uma linha de chegada ou não. Em geral, é uma atividade que não tem o objetivo de estabelecer ganhadores. 

Foto de Shahadat Hossain (Créditos: pexels) 

Mbube Mbube

Mbube é uma palavra Zulu que significa leão. A brincadeira Mbube Mbube tem como país de origem Gana. No jogo, o objetivo se relaciona a tarefa dos participantes em auxiliar o leão em sua caça. Dois dos jogadores são vendados, um deles assume o papel de leão e o outro de caça; os outros participantes fazem um círculo ao redor dos dois, enquanto alguém os gira e os afasta. O jogador que for o leão fica dentro do círculo e começa a perseguir quem for a caça e, quanto mais perto o leão se aproximar da caça, as crianças dentro do círculo cantam mais alto e mais rápido “Mbube, mbube“. Ao se afastar, cantam mais baixo e mais lento. 

E aí, o que achou do texto? Já conhecia esses jogos e brincadeiras? Conhece outros? Compartilhe conosco o que achou pelas nossas redes e mande esse texto para uma amiga ou amigo!

O Espaço do Conhecimento UFMG promove, ao longo do ano, uma oficina nomeada ‘Jogos e Brincadeiras Africanas’, em que são apresentadas algumas dessas atividades e curiosidades sobre os países de origem de cada uma delas. Quer participar dessa e de outras atividades? Fique atento a nossa programação que pode ser acessada aqui. 

[Texto de autoria do Núcleo de Ações Educativas]

Referências

ALMEIDA, Izabelle Cristina de. O corpo em movimento na Educação Infantil: análise da prática pedagógica nos complexos educacionais da rede municipal de ensino de Ponta Grossa/PR. Dissertação (Mestrado em Educação), Universidade Estadual de Ponta Grossa, 2018. Disponível em: https://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2616. Acesso em: 30 de outubro de 2022

CUNHA, Débora Alfaia da. Brincadeiras africanas para a educação cultural. Castanhal, PA: Edição do autor, 2016. E-book (118 p.). Disponível em: http://livroaberto.ufpa.br/jspui/handle/prefix/196. Acesso em: 29 de outubro de 2022