O admirável mundo distante e frio de Plutão – Espaço do Conhecimento UFMG
 
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O admirável mundo distante e frio de Plutão

 

Plutão é um objeto celeste muito pequeno e está muito distante de nós, de forma que ninguém consegue enxergá-lo a olho nu no céu. Basta alguém falar o seu nome que um debate logo surge: afinal, Plutão é ou não é um planeta?

 

 

Plutão não é mais um planeta. A verdade é que quando foi identificado, em 1930, os astrônomos, utilizando os conhecimentos científicos consensuais na época, decidiram classificá-lo como planeta. À medida que foram estudando melhor esse objeto e o Sistema Solar, viram que ele não mais se enquadrava na mesma categoria dos planetas maiores, e encontraram outros corpos mais semelhantes a ele. Dessa forma, os cientistas preferiram criar uma categoria que representasse melhor as características desse novo grupo do que adicionar uma infinidade de novos objetos ao conjunto dos planetas. 

 

Quando um corpo celeste é considerado um planeta?

Na assembleia da União Astronômica Internacional, em 2006, ficou definido que um corpo celeste é considerado um planeta se: estiver em órbita ao redor do Sol; possuir massa suficiente para que sua autogravidade o faça ter uma forma quase redonda; e tiver uma vizinhança limpa em torno de sua órbita. 

 

Plutão atende aos dois primeiros critérios, mas não o terceiro, pois habita uma zona onde há outros objetos de tamanho semelhante e, portanto, a vizinhança de sua órbita não está limpa. Nessa mesma assembleia, foi criada uma nova classe, os planetas anões, ao qual Plutão passou a fazer parte. Atualmente, existem mais quatro objetos nessa mesma categoria: Ceres, Eris, Makemake e Haumea.

 

Desvendando os mistérios de Plutão

A mudança em sua classificação não faz com que Plutão seja menos interessante ou importante. Tanto que uma sonda, a New Horizons, foi colocada no espaço por mais de 9 anos, com o objetivo de passar perto dele e estudá-lo melhor. E que descobertas fantásticas sobre esse mundo distante foram feitas!

 

Antes da New Horizons, a melhor imagem que tínhamos de Plutão era um borrão. Nem o Hubble, um dos telescópios espaciais mais potentes, conseguiu uma foto nítida do planeta anão. Só chegando mais perto foi possível finalmente conhecer a aparência desse objeto. 

 

Imagem obtida com o telescópio espacial Hubble em 2002

 

Assim que a primeira imagem do planeta anão feita pela New Horizons foi divulgada, uma região com um formato bem curioso chamou a atenção de todos. O local recebeu o nome de Tombaugh Regio, em homenagem ao astrônomo americano Clyde Tombaugh, que descobriu o corpo celeste em 1930. Nessa região se encontra a maior geleira conhecida no Sistema Solar, composta por nitrogênio e com 1.000 km de largura. As imagens também revelaram uma paisagem notável, contendo uma variedade de formas de relevo, incluindo planícies amplas, cadeias de montanhas com vários quilômetros de altura e evidências de vulcões.

 

Imagem obtida pela sonda New Horizons em 2015

 

Outra descoberta feita pela New Horizons que surpreendeu os cientistas é que Plutão possui uma fina atmosfera de cor azul, composta por nitrogênio, metano e monóxido de carbono.

 

Atmosfera azul de Plutão

 

Luas de Plutão

Plutão, apesar de pequeno, possui cinco luas, todas já conhecidas antes da New Horizons chegar ao seu destino. Caronte, a maior delas, tem cerca de metade do tamanho de Plutão, o que faz com que ele seja o maior satélite em comparação com o planeta que orbita em nosso Sistema Solar. 

 

 

Imagem de Caronte

 

O pequeno notável

Apesar de não ser mais chamado de planeta, Plutão é um mundo surpreendente e peculiar. Os cientistas continuam analisando os milhares de dados que a sonda New Horizons coletou e ainda farão muitas descobertas impressionantes sobre o planeta anão e suas luas. Plutão pode ser um objeto distante e frio, mas não menos fascinante!

 

Créditos das imagens: https://www.nasa.govhttps://www.photographytalk.com

 

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[Texto de autoria de Nathalia Fonseca, assessora do Núcleo de Astronomia]