Representantes da UFMG e das escolas na abertura oficial do evento nesta quinta (14) | Foto: Eduardo Maia | Proex UFMG
A canção O trono do estudar, escrita por Dani Black, é uma homenagem a estudantes que ocuparam, em 2015, escolas de São Paulo para protestar contra plano de reorganização do governo estadual que previa o fechamento dessas instituições, mas acabou frustrado em razão dessa mobilização.
A letra, que se tornou um manifesto em defesa educação pública no país, foi lembrada e também ressinificada na abertura da 24ª UFMG Jovem. “Ninguém tira o trono do estudar. Ninguém é dono do que a vida dá. E nem me colocando numa jaula porque sala de aula essa jaula vai virar”, declarou, um dos versos da canção, a pró-reitora de Assuntos Estudantis (Prae/UFMG), Licínia Correa, na abertura.
Com o Auditório Nobre do CAD1, no campus Pampulha, praticamente lotado, a atividade inaugural, nesta quinta-feira, dia 14, recebeu estudantes, professores e professoras de escolas públicas e privadas de 35 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e de Minas Gerais, como São João del-Rei, Caputira, São José da Varginha e Guiricema.
O tema deste ano da UFMG Jovem é Ciência, cultura e diversidade dos povos: saberes em prol da vida.
Evento consolidado
Vice-reitor Alessandro: “Vocês ocupam um espaço que é de vocês” | Foto: Eduardo Maia/Proex UFMG
Ao abrir os trabalhos, o vice-reitor da UFMG, Alessandro Fernandes Moreira, festejou a presença das escolas nos ambientes físicos da Universidade. “É uma alegria imensa. Vocês estão ocupando um espaço que é de vocês; e só uma questão de tempo para vocês retornarem à UFMG”.
Alessandro acrescentou que a UFMG Jovem tem uma grande importância para ciência e formação de futuros cientistas. “A UFMG Jovem é um evento consolidado, que lhes ensina como fazer ciência e como ela é fundamental em nossas vidas. Se estamos aqui hoje, devemos isso à ciência”.
A pró-reitora de Extensão da UFMG, Claudia Mayorga, ressaltou que “o momento é oportuno para celebrar a vida; o evento é, também, a verdadeira festa do conhecimento, que planta sementinhas que vão florir ao longo do tempo”.
Corrente do bem
A abertura também contou com a participação da secretária de Educação de Belo Horizonte, Roberta Rodrigues, e da coordenadora das Ações de Aprendizagem (Ensino Médio) da Secretaria de Educação de Minas Gerais, Vanessa Nicoletti. “Os professores têm um papel fundamental. Eles estão na ponta da educação e formam uma corrente do bem para vocês, alunos, estarem aqui hoje”, disse a secretária Roberta Rodrigues.
Emocionada, a coordenadora da 24ª edição e professora do Centro Pedagógico (CP/UFMG), Ana Cristina Vaz, relembrou o tema da edição e o contexto de retorno da programação ao formato integralmente presencial, depois de três anos (devido à pandemia de covid-19). “O tema é fantástico para essa volta ao presencial. É muito bom ver a Universidade ocupada novamente pelas escolas para celebrar a ciência, a cultura, a diversidade e a vida”, declarou Ana Cristina.
Participaram ainda da abertura a Diretora de Divulgação Científica (DDC/UFMG), Débora Reis, a pró-reitora Adjunta de Pesquisa (PRPq/UFMG), Jaccqueline Takahashi, a pró-reitora Adjunta de Extensão, Janice Amaral, e o coordenador da 11ª Feira Brasileira de Colégios de Aplicação e Escolas Técnicas (Febrat), Santer Alvares de Matos.
Feira
Maria Luíza (à direita) e as colegas Maria Eduarda Malta e Milene Flora (centro) participam da feira representando a Escola Municipal José Miranda Sobrinho | Foto: Eduardo Maia/Proex UFMG
As escolas apresentam seus trabalhos até sexta (15) na feira da educação básica, que é aberta à visitação do público. A atividade expõe 81 trabalhos da educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, incluídas as modalidades da educação profissional e educação de jovens e adultos.
Um dos estandes instalados no saguão do CAD1, no campus Pampulha, é da estudante Maria Luíza Teixeira, de 14 anos, que é aluna do 9º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal José Miranda Sobrinho. Juntamente com as colegas Maria Eduarda Malta e Milene Flora, ela apresenta o projeto Inseticida natural MMF: manejo de insetos daninhos nas áreas verdes da escola.
Apesar de participar pela primeira vez da feira, ela contou que o projeto já foi premiado na Feira de Ciência da sua escola. “Estou muito feliz de estar aqui agora. Além da oportunidade de apresentar minha experiência, a feira permite conhecer outros trabalhos e trocar conhecimentos”, frisou Maria Luíza.
O professor de Maria Luíza e de suas colegas é Marcos de Melo, que foi premiado ano passado – Destaque Ensino Fundamental com a Escola Municipal Aristides José da Silva.
Ele fez questão de trazer de novo seus alunos à feira da UFMG. “É muito importante a Universidade se abrir para receber a educação básica. Os alunos apropriam de espaços produtores de educação de qualidade, se entusiasmam a participar de mais feiras e eventos de divulgação científica e se desenvolvem em diversos aspectos. É um impacto muito grande na vida deles”, destacou.