Em clima satisfação, gratidão e festa, a quarta edição da Escola de Verão - Educação em Direitos Humanos foi encerrada nesta sexta-feira, dia 9.
Ao longo da semana, de 5 a 9 de fevereiro de 2024, o curso debateu, de forma aprofundada, temas e problematizações afetas ao campo dos Direitos Humanos.
O curso de extensão foi promovido pela Associação das Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM) e pela UFMG, por meio da Pró-reitoria de Extensão.
Saúde Mental
No último dia de atividades, na sexta-feira à tarde, foi realizada a aula Saúde Mental e Direitos Humanos, que foi ministrada pela professora de Psicologia e coordenadora do Laboratório de Estudos sobre Trabalho, Cárcere e Direitos Humanos (Labtrab/UFMG), Carolyne Reis Barros; pela diretora do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI /UFMG), professora Regina Céli; pela coordenadora do bloco carnavalesco Sem prisões e sem manicômios, Alessandra Vieira; e pela ativista antimanicomial Manuela Carvalho.
A aula discutiu abertamente aspectos e desafios da luta antimanicomial, antiproibicionista, antiprisional e outros movimentos.
A professora Carolyne Barros chamou a atenção para a fragmentação das lutas pelos direitos humanos e defendeu a unificação das pautas. “Se qualquer direito for violado, independentemente de qual seja, se há opressão e exploração, isso deve afetar e mobilizar todos nós que lutamos pelos direitos humanos”, afirmou a docente.
Alessandra Vieira contou a história do bloco Sem prisões e sem manicômios, que nasceu, em 2017, a fim de contribuir para uma sociedade sem segregação, levando política, cultura, diversidade e alegria para as ruas de Belo Horizonte. No dia 18 de fevereiro deste ano, o bloco espera reunir cerca de 500 pessoas no bairro Santa Tereza. “Nosso objetivo é popularizar e ampliar esse debate urgente na busca de apoiadores para a luta antimanicomial”, destacou Alessandra.
A palestra sobre saúde mental ainda refletiu alternativas ao encarceramento em massa, aos manicômios e às comunidades terapêuticas. A ativista Manuela Carvalho, que foi professora de artes por 17 anos de Centros de Convivência da Rede de Saúde Mental de BH, destacou a importância dos Centros de Convivência como espaços alternativos de inclusão, cidadania e arte.
Comunicar afetos
Além disso, o último dia da 4ª Escola de Verão - Educação em Direitos Humanos contou, no turno da manhã, com aula Dimensões afetivas e estratégicas da Comunicação para os Direitos Humanos, do professor Juarez Guimarães Dias do Departamento de Comunicação Social da UFMG.
O palestrante esclareceu questões fulcrais para a efetivação dos direitos humanos, como diversidade, alteridade, gênero e a relação entre afetos e comunicação.
O professor explicou que afetos podem ser compreendidos como a perspectiva de abrir-se para algo de fora, para o desconhecido, para o que não sabemos imediatamente; ao mesmo tempo, é colocar-se, sem preconceitos, no lugar do outro, escutar e assim ser transformado por essa experiência. “O que te afeta/atravessa e qual a relação dessa afetação com os direitos humanos?”, questionou o palestrante.
A partir das problematizações e da apresentação de casos recentes de homofobia que ganharam ampla repercussão, os cursistas fizeram uma reflexão crítica e ética sobre a comunicação e sobre como ela pode visibilizar os direitos humanos e atuar em questões estruturais da nossa sociedade.
Ao comentar a centralidade adquirida pela temática na atualidade, Juarez ressaltou a importância da comunicação na defesa dos direitos humanos. “Devemos usar a potência da comunicação para fazer o bem, contribuir para a justiça e igualdade, em vez de fake news e maldades”.
Participação diversa
A Escola de Verão - Educação em Direitos Humanos foi realizada no campus Pampulha da UFMG (CAD2, Auditório A2).
A escola teve a participação de cursistas de vários locais do Brasil e de alguns países da América Latina, entre estudantes de graduação e pós-graduação, professores universitários e de educação básica, servidores técnico-administrativos e representantes de movimentos sociais, de associações civis e de políticas públicas.
Aulas foram ministradas por professores das universidades da Cátedra de Direitos Humanos da AUGM.
Com carga horária de 30 horas/aula, o curso de extensão vai disponibilizar certificado para os participantes que concluíram 75% das atividades. Os certificados serão enviados por e-mail.
A programação completa do curso de extensão está disponível nesta página e Instagram da Proex.
Outras informações podem ser obtidas pelo e-mail udh@proex.ufmg.br ou pelo telefone (31) 3409-4065