Aula foi realizada na Escola de Engenharia, no campus Pampulha da UFMG | Foto: Eduardo Maia/Proex
Na sexta-feira, dia 1º setembro, ocorreu a Aula Inaugural da Formação Transversal em Iniciação Científica, com a temática O desastre climático para além do Hype: falando sério sobre justiça ambiental.
A atividade teve uma discussão enfática e aberta sobre crise ambiental, jornalismo e direito à informação, com a jornalista Meghie Rodrigues, que é especializada na cobertura de ciência e meio ambiente.
Ao responder a questionamentos do público, a palestrante explicou o porquê do nome da aula. “As mudanças climáticas são um tema grandissimamente hypado; todo mundo fala sobre isso, o que é ótimo, mas há muitos lugares onde o debate é raso e você não consegue construir conhecimento”.
Ada Lopes e Meghie Rodrigues debateram a crise ambiental e a desinformação | Foto: Eduardo Maia/Proex
A aula foi mediada pela assistente social Ada Lopes, doutora em Política Social pela UnB e servidora técnico-administrativa da Universidade dos Direitos Humanos (UDH), da Pró-reitoria de Extensão da UFMG.
“Quando falamos de preservação ambiental e em sustentabilidade, não estamos falando apenas de preservação de áreas verdes. Estamos falando também por que a espécie humana está correndo risco de extinção. Nós somos a causa da extinção de várias espécies e estamos agora colocando a nossa própria espécie em risco”, afirmou Ada.
Mudanças climáticas e desinformação
Meghie Rodrigues destacou o papel do antropoceno – época geológica caracterizada pelo impacto do homem na Terra – nas mudanças climáticas. “Não dá para dizer que está tudo normal, que são só ciclos solares; não são”.
A jornalista Meghie Rodrigues colabora em veículos de comunicação como as revistas Nature e Scientific American, tendo publicado também na The New York Times | Foto: Eduardo Maia/Proex
Ela também abordou a crescente desinformação sobre ciência em circulação na sociedade, as consequências negativas do negacionismo e esclareceu o papel do jornalismo nesse contexto.
“O jornalismo não é ativismo; o jornalismo lida com fatos concretos. Para você fazer uma reportagem desmentindo uma fake news, a gente fica uma semana pesquisando. No jornalismo responsável, você não pode inventar alguma coisa e publicar”.
Diversidade
Servidora da UFMG, Ada Lopes é doutora em Política Social pela UnB | Foto: Eduardo Maia/Proex
A debatedora Ada Lopes explicou o conceito de justiça ambiental à luz da diversidade existente no Brasil.
“Para falarmos de justiça ambiental, devemos considerar o território brasileiro em sua totalidade e diversidade e como estamos garantindo os direitos humanos e condições de vida nesse território”, disse.
Ada destacou que o Brasil “tem conquistas na área de políticas sociais, como o SUS e o SUAS, mas essas políticas não nos foram dadas, a gente precisa defendê-las todos os dias”.
A aula foi realizada na Escola de Engenharia da UFMG, no campus Pampulha (Auditório TOO5 Bloco 3, térreo).
Sobre a formação transversal
A atividade abriu a Formação Transversal em Divulgação Científica no segundo semestre de 2023.
Criada em 2015, a Formação Transversal em Divulgação Científica é uma das possibilidades de percurso formativo dos discentes de graduação ou pós-graduação da UFMG. Neste semestre, a formação vai oferecer 11 disciplinas.
Giulia Di Napoli | Assessoria de Comunicação da Proex