Escola de Verão lança luz sobre a corrupção na América Latina

Professor explicou que a corrupção afeta diretamente os direitos humanos nos países da região  

 

Professor Claudio Nash defendeu a correlação entre corrupção e violações de direitos humanos Foto Eduardo MaiaProex UFMG

Docente destacou a correlação entre corrupção e violações de distintos direitos | Foto: Eduardo Maia/Proex

Temática inédita na Escola de Verão ­- Educação em Direitos Humanos, corrupção e direitos humanos foram debatidos na aula da manhã desta terça-feira, dia 6, no curso de extensão promovido pela Pró-reitoria de Extensão (Proex) da UFMG e a Associação das Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM).

O palestrante Claudio Nash, professor da Universidad de Chile e membro da Cátedra Aberta de Direitos Humanos da AUGM, desafiou os cursistas a refletir sobre o estado democrático de direito, a liberdade de expressão, os direitos dos povos indígenas, negros, mulheres e outras minorias e violência institucional. Mas, para isso, defendeu que o primeiro passo a ser dado é compreender a corrupção nos países da América Latina.

Isso porque, segundo Nash, a corrupção tem afetado diretamente todo o sistema de proteção e não haverá resultado se não houver uma mudança social, cultural e estrutural na sociedade. “Nada do que vocês pensam fazer nessa matéria será possível com o estado atual de corrupção em nossos países; a corrupção tem impacto nas distintas áreas. A luta anticorrupção é o principal e maior desafio que nós temos”, afirmou.

O docente acrescentou que a corrupção está instalada não só em organizações do Estado, espaços de poder e grandes cooperações, mas também na mídia e nas relações privadas, chamada pequenas corrupções, manifestando-se, ainda, por meio de práticas clientelistas e utilitaristas e de “normalização”.

Estratégias de luta

Os cursistas foram instigados a refletir sobre estratégias de luta, como a estudante de graduação em Farmácia da UFMG Paula Cruz, que interveio e lançou o seguinte questionamento: “Como podemos combater a corrupção estrutural na América Latina?”. A aula destacou estratégias com enfoque institucional, penal e internacional. Outras estratégias apontadas foram transformação cultural, controle social, campanhas públicas, capacitação da população e enfrentamento à normalização.

Mayara Diniz enfretamento à corrupção na Saúde 

Mayara Diniz: enfretamento à corrupção na Saúde | Foto: Eduardo Maia/Proex

Mayara Diniz, aluna de graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Viçosa (UFV), destacou que saiu da palestra consciente da complexidade do tema. “A corrupção reflete em diversas áreas, e não é diferente com relação à Saúde. Precisamos nos politizar para combatê-la na Saúde”, disse a estudante.

A palestra Corrupción y Derechos Humanos foi ministrada em espanhol no segundo dia da Escola de Verão, que ocorre de 5 a 9 de fevereiro, mergulhando em diferentes temáticas afetas ao campo dos Direitos Humanos no Brasil e na América Latina. Confira a programação.

Outras informações podem ser obtidas pelo e-mail udh@proex.ufmg.br, no perfil da Proex no Instagram ou pelo telefone (31) 3409-4065.