UFMG foi às ruas no Dia Nacional da Luta Antimanicomial

Cortejo teve carros alegóricos, alas temáticas, samba enredo e muitas fantasias; evento chamou à atenção para a importância do direito à saúde mental e ao cuidado em liberdade 

 

Alunos e professores da UFMG no Desfile do Dia Nacional da Luta Antimanicomial | Foto: Comunicação Proex

Estudantes e professores da UFMG no Desfile do Dia Nacional da Luta Antimanicomial | Foto: Comunicação Proex

A UFMG participou do tradicional cortejo, conhecido como 18 de maio, no Dia Nacional da Luta Antimanicomial. O evento, ocorrido na última quinta-feira (18), foi marcado pelo desfile da escola de samba Liberdade ainda que tam tam.

Participaram a comunidade universitária, movimentos sociais, coletivos e usuários dos serviços de saúde de Belo Horizonte e região metropolitana.

Os participantes se concretraram na Praça da Liberdade e percorreram as principais ruas centrais de Belo Horizonte, até a Praça da Estação.

Neste ano, o tema foi Plantando esperança, reflorestando o amanhã: pessoas são para dar frutos doces e tantans. O samba enredo O pulo do cavalo azul ninguém cancela foi criado pelo Centro de Convivência Barreiro.

O ato também integrou a programação da 11ª Semana de Saúde Mental e Inclusão Social da UFMG.

Melhora dos serviços

Para a professora Débora Barbosa, docente de Psicologia na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich/UFMG), o 18 de maio é um marco para todos que defendem uma melhora no sistema de saúde mental. “Conseguimos uma luta de muitos anos para um processo de despsiquiatrização, que era fazer um tratamento digno ao portador de sofrimento mental”.

Professora Débora (direita) e alunos no Desfile do Dia Nacional da Luta Antimanicomial | Foto: Comunicação Proex

Professora Débora (direita) e alunos no evento | Foto: Comunicação Proex

A docente acrescentou que a ideia do desfile é ser um movimento para que a sociedade veja com outros olhos as pessoas portadoras de transtornos mentais, de forma a pensar a ressocialização e inserção.

A professora Caroline Reis Barros, docente de Psicologia (Fafich/UFMG), ressaltou a importância do evento para a pauta antimanicomial.

“Desfilar no ’18 de maio’ é reafirmar que só é possível o cuidado em liberdade. É cobrar das agências governamentais mais investimento na rede de saúde mental, para seguir a política nacional de saúde mental. É também denunciar os espaços de segregação, os novos velhos manicômios que são as comunidades terapêuticas. E também para fechar de vez os manicômios judiciários”, concluiu.

Acolhimento e inclusão

Desfile do Dia Nacional da Luta Antimanicomial | Foto: Comunicação Proex

Participantes percorreram as ruas centrais de BH até a Praça da Estação | Foto: Comunicação Proex

O desfile contou com a presença de diversos usuários do sistema público de saúde mental. Flávio, do Centro de Convivência Oeste, compartilhou sua alegria em estar participando do evento: “É importante, porque eu me sinto representado, me sinto acolhido. É sensacional as pessoas terem consciência dos seus direitos; isso é muito bom”, disse.

Fernanda, também do Centro Oeste, destacou que conseguiu seu primeiro emprego de carteira assinada graças às atividades do centro. “Essa inclusão é muito bom para a gente; faz muito bem para a saúde estar trabalhando, conviver com outras pessoas e ter uma rotina de trabalho”.

No cortejo, foi lida uma carta que foi destinada às Câmaras de Vereadores de Minas Gerais exigindo a garantia de direito à saúde mental.

O 18 de maio visa defender a luta antimanicomial e denunciar os desmontes da atenção psicossocial e do Sistema Único de Saúde (SUS). O desfile é organizado pelo Fórum Mineiro de Saúde Mental (FMSM), Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental (ASSUSSAM) e Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial (RENILA).

Giulia Di Napoli | Assessoria de Comunicação da Proex