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Nº 1824 - Ano 39
10.6.2013

Os novos caminhos da formação

Graduação ganha impulso com a adoção de tecnologias e metodologias inovadoras de ensino

Da redação

Com depoimentos e relatos de experiências, um grupo de estudantes do Instituto de Ciências Exatas (Icex) conclui, nesta quinta-feira, dia 13, o I Percurso Formativo Discente, baseado em metodologia que está aprimorando a formação de professores e alunos de graduação e pós-graduação da UFMG.

A atividade, marcada para 17h, no auditório 3 da Unidade, fecha ciclo iniciado em abril e que envolveu cerca de 200 alunos. O grupo se dividiu entre as oficinas de gestão de tempo e organização, de tecnologia e estudo e de reflexões sobre a carreira. Todas elas foram mediadas pela plataforma Moodle, ambiente virtual de vivência acadêmica da Universidade.

O Percurso Discente é mais uma etapa do processo de renovação de práticas de ensino em curso na UFMG e que começou em 2008 com a criação do GIZ, hoje Diretoria de Inovação e Metodologias de Ensino da Pró-reitoria de Graduação. O nome GIZ permanece como marca e designação informal de uma equipe formada por 80 pessoas, entre designers instrucionais, em sua maioria do campo da pedagogia, e bolsistas de graduação e pós-graduação.

Os primeiros beneficiados foram os bolsistas de pós-graduação, com atividades de apoio didático no ensino da graduação. Em cinco anos, a iniciativa está em sua 29ª turma e alcançou cerca de 800 estudantes de mestrado e doutorado. “Um dos objetivos do Reuni era estimular uma reestruturação na graduação brasileira. Como havia grupos que ansiavam renovar suas práticas de ensino, esse investimento despertou movimento nessa direção”, contextualiza a professora Juliane Corrêa, diretora de Inovação e Metodologias de Ensino.

Efeito dominó

A preparação dos bolsistas Reuni logo despertou demanda adormecida entre professores efetivos, dando início aos percursos docentes, que já alcançaram cerca de 500 professores em quatro edições. O interesse pela metodologia é tão grande que a equipe do GIZ vem sendo chamada para disseminá-la por áreas não ligadas diretamente ao ensino, até mesmo fora da UFMG. “Já houve o percurso de gestão acadêmica, voltado para coordenadores de cursos e funcionários de colegiados e seções de ensino, além de percursos para analistas de projetos da Fundep, para funcionários dos hospitais Risoleta Neves e Odilon Behrens e até para professores da rede estadual de ensino”, informa a professora Juliane Corrêa.

Em linhas gerais, um percurso docente, que mistura atividades online e presenciais, é aberto com uma aula inaugural, denominada Sucessos do ofício, na qual professores aposentados são convidados a falar sobre sua experiência. Em seguida, o participante constrói o seu plano de estudos, para, mais tarde, se encontrar com pessoas que fizeram escolhas semelhantes.

“Elas se juntam em fóruns temáticos, grupos de trabalho e oficinas, em grande parte online”, exemplifica Juliane. Essas oficinas oferecem noções sobre como desenvolver blogs, elaborar mapas conceituais, usar os recursos da plataforma Moodle, produzir vídeos, além de estimular reflexões sobre teorias e avaliação de aprendizagem, planejamento e metodologias de ensino superior. Por fim, o docente reúne a experiência acumulada e a compartilha com seus colegas em seminário que fecha o ciclo. “A ideia não é só oferecer um curso, uma teoria para ser aplicada no campo de atuação do professor. Partimos das demandas dos docentes em relação à sua prática de ensino para desenvolver atividades contextualizadas ao longo do percurso”, detalha a diretora.

Entre os frutos gerados pelos percursos estão a revista Docência em Ensino Superior (online) e o repositório de objetos de aprendizagem abrigado na plataforma Moodle, que reúne mais de 900 produções, entre vídeos e peças multimídia. O uso mais intenso do Moodle, aliás, é um dos principais desdobramentos desse novo estilo de aprendizagem. “Antes, era um lambiente em que o professor lançava textos. Hoje temos professores que usam a ferramenta com mais desenvoltura, inclusive lançando mão de recursos interativos”, conclui Juliane Corrêa.