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Nº 1826 - Ano 39
24.6.2013

Novidades no prelo e nos tablets

Editora UFMG se prepara para publicar e-books, lança novas coleções e busca público de fora da academia

Itamar Rigueira Jr.

Os tempos são de números redondos para a Editora UFMG. Sua milésima produção – uma biografia de Aleijadinho escrita em 1858, com alentado prefácio de Silviano Santiago – acaba de ser lançada, ao mesmo tempo em que a casa se aproxima da marca de 1 milhão de exemplares vendidos. Mas a comemoração desses feitos simbólicos não tem tomado muito tempo da direção e da equipe. Os tempos são também de novos projetos, já em andamento.

Além de novas coleções que representam opções distintas das que têm marcado seus 27 anos de existência, a Editora está prestes a lançar novo site, de vendas por meio de cartão de crédito, e se prepara para atender à demanda pela leitura em dispositivos digitais. Alguns lançamentos terão versões também para tablets, e obras do catálogo começam a ganhar edições eletrônicas.

“Estamos aderindo a tendências como a da leitura digital, mas vamos começar com cuidado, de acordo com nosso perfil. Ao mesmo tempo, depois de consolidada na área de livros acadêmicos, a Editora UFMG se abre para novo público”, comenta o diretor Wander Melo Miranda. Ele se refere à coleção Clássicos UFMG, que vai oferecer, a partir do segundo semestre deste ano, títulos importantes da literatura brasileira e mundial, com alta qualidade gráfica e a preços acessíveis.

Os primeiros quatro volumes serão dedicados a Machado de Assis: Quincas Borba, Memorial de Aires, Dom Casmurro e Memórias póstumas de Brás Cubas. Depois virão obras de Lima Barreto, Aluísio Azevedo e uma coletânea de peças de Luigi Pirandello, entre outras, sempre contando com apresentação de um especialista.

A Editora UFMG também já começou a traduzir obras importantes que não contavam ainda com versões brasileiras ou que são consideradas pouco conhecidas por aqui. A coleção Fora de Série começa com títulos como Poemas, de Georges Bataille (tradução de Vera Casa Nova), Antiafrodisíaco para o amor platônico, de Nievo Ippolito (versão de Patricia Peterle e Wander Melo Miranda), Biografia literária de Luciano de Samósata (organização de Jacyntho Lins Brandão) e A raposa de cima e a raposa de baixo, de Jose María Arguedas (tradução de Rômulo Monte Alto).

As coleções Clássicos UFMG e Fora de Série contam com apoio da Administração Central da Universidade. No caso da primeira, a Editora busca recursos complementares junto a agências de fomento para ajudar a subsidiar a política de preços reduzidos.

Arquivos e artes visuais

Outras duas coleções devem ser inauguradas ainda este ano pela Editora. Uma delas reunirá ensaios na área de artes visuais. Dois dos primeiros volumes serão Arte poder, do alemão de origem russa Boris Groys, e Design e crime, de Hall Foster. Além de ensaios, a coleção abrirá espaço para obras relacionadas e especialmente relevantes. “Vamos publicar pela primeira vez em livro as pinturas do escritor Lúcio Cardoso, obra pouco conhecida e de muita qualidade”, anuncia Wander Melo Miranda. A lista de edições na área de artes visuais inclui ainda O livro de artista e a enciclopédia visual, versão de tese defendida pelo professor Amir Brito Cadôr, da Escola de Belas-Artes.

A outra coleção tem intenção de enriquecer bibliografia em português na área de arquivologia, de que o país ainda é carente. Organizada pelo professor Renato Venâncio, da Escola de Ciência da Informação, ex-diretor do Arquivo Público Mineiro, a coleção dará espaço a autores brasileiros e estrangeiros, de países com maior experiência no campo dos arquivos.

Aleijadinho

Prefácio do crítico cultural Silviano ­Santiago e ensaio fotográfico de Jomar Bragança compõem a edição comemorativa dos mil títulos da Editora. Traços biográficos relativos ao finado Antonio Francisco Lisboa, distinto escultor mineiro, mais conhecido pelo apelido de Aleijadinho foi escrito em 1858 pelo professor, promotor e deputado provincial mineiro Rodrigo José Ferreira Brêtas. Em seu texto, Santiago contextualiza a obra e a importância do Aleijadinho para o século 18. As fotos retratam diversas criações do escultor encontradas em museus e cidades históricas mineiras.