Reitora da UFMG está reunida com outros dirigentes em Valência e participou de encontro para integração de universidades de América Latina e Europa, em Santiago de Compostela

Sandra Goulart Almeida debateu com dirigentes universitários da União Europeia, América Latina e Caribe

Em Santiago de Compostela, Sandra Goulart Almeida debateu com dirigentes universitários da União Europeia, América Latina e Caribe Foto: Divulgação

“A colaboração internacional entre universidades deve ser respeitosa e solidária, visando ao desenvolvimento de todas as pessoas, especialmente aquelas que estiveram historicamente excluídas do ensino superior e de outros benefícios”, afirmou hoje, em Valência, na Espanha, a reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida. Ela participa do 5º Encontro Internacional de Reitores Universia, que segue até esta quarta-feira, 10 de maio.

Sandra disse que não há desenvolvimento social, econômico e ambiental sustentável sem participação efetiva das universidades, que devem dirigir suas ações para as demandas das sociedades e dos países. Ao citar especificidades das universidades latino-americanas, a reitora da UFMG destacou o compromisso com a comunidade, por meio das atividades de extensão.

Para ela, a internacionalização se beneficia sobremaneira do estabelecimento de redes de universidades. “Acredito no potencial da participação em redes de cooperação, que têm efeito multiplicador importante, na diversificação das parcerias e na variedade das modalidades de colaboração, envolvendo estudantes, docentes e técnicos. Os parceiros devem estar em todos os continentes”, enfatizou Sandra Goulart, que, na Espanha, representa também a Associação de Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM), da qual é presidente.

Sandra também exaltou a valorização e a busca de diversidade no ambiente universitário, “que é fundamental para o aprimoramento da reflexão crítica e da produção de conhecimento”.

O Encontro Internacional de Reitores Universia é apoiado pelo Banco Santander. O objetivo do evento é estimular o potencial da universidade como catalisadora frente aos desafios de transformação digital, emergência climática e desigualdade social. Estão reunidos em Valência cerca de 700 líderes universitários para debater sobre aprendizagem ao longo da vida, promoção do empreendedorismo e da inovação e redes e interconexão entre as instituições.

 

Europa, América Latina e Caribe


Nos dias 4 e 5, Sandra Goulart Almeida participou, em Santiago de Compostela, da 2ª Cimeira Acadêmica e do Conhecimento da União Europeia, América Latina e Caribe. Ela falou na primeira sessão plenária, sobre a importância da relação entre as regiões no âmbito do ensino superior e da pesquisa, e integrou o grupo de dirigentes que elaborou o documento final do encontro, que será entregue aos chefes de Estado das duas regiões.

Sandra ressaltou que o espaço comum que União Europeia e América Latina e Caribe pretendem criar deve “ter como princípio a educação superior como bem comum e direito de todos” e deve ser responsabilidade de Estados e governos, “com o objetivo de inclusão e garantia de permanência dos estudantes”.

“As regiões são complementares, por isso são grandes as possibilidades de cooperação e integração. A UE tem instituições sólidas, com forte espírito público, que defendem a democracia e a liberdade de expressão e cátedra. E rechaçam a mercantilização da educação, que não pode ser dissociada de um projeto civilizatório, de um projeto de nação e de regiões prósperas, soberanas e autônomas. Compartilhamos esses valores”, declarou.

 

Sandra Goulart, em Valência:

Sandra Goulart (ao centro), em Valência: participação em redes e parcerias diversificadas Foto: Divulgação

 

Extensão é modelo


A reitora da UFMG lembrou ainda que a região da América Latina e Caribe tem universidades fortes, em sua maioria públicas, com destacada ação de extensão universitária, que, segundo ela, é modelo para outras regiões. “Com a pandemia, as universidades de todo o mundo estão direcionado sua atenção para seu papel social e a interação com os povos de seus países, valorizando a justiça social, a sustentabilidade e a redução das desigualdades”, ela concluiu.

A reitora da UFMG também participou como ouvinte de reunião informal entre autoridades da área de educação superior. Nesse encontro, o Brasil foi representado pelo professor Rui Opperman, diretor de Relações Internacionais da Capes.

A Cimeira Acadêmica reuniu representantes de universidades latino-americanas, caribenhas e europeias, autoridades institucionais e políticas de ambas as regiões e representantes da sociedade civil. O evento deu impulso à construção de um espaço comum de educação superior, ciência, tecnologia e inovação, por meio da geração de conhecimento, do estabelecimento de linhas comuns de ação, de alianças e de capacidades de promoção estáveis, e da integração estratégica birregional.