Universidade está responsável por elaborar o projeto, que pretende ser referência no atendimento associado a deficiências intelectuais no município

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No lançamento da parceria, representantes da UFMG, da Prefeitura e da Rede de Apoio de Mães Atípicas de Nova Lima. Foto: André Dias | UFMG

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vai apoiar a Prefeitura de Nova Lima, município que integra a Região de Metropolitana de Belo Horizonte, na implantação do Centro Integrado de Reabilitação e Estimulação do Neurodesenvolvimento para Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e/ou com Deficiências Intelectuais. A UFMG e a Prefeitura assinaram um termo de cooperação na última sexta-feira (12/01), o que assegura que o projeto, criado a partir de lei sancionada em agosto do ano passado, seja implantado. Nova Lima tem uma população de 111.697 habitantes, segundo o Censo 2022. Estudo piloto, realizado pela USP, indica a existência de uma pessoa com autismo para cada 367 habitantes. No Censo 2022, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fez a inclusão de uma pergunta sobre autismo no seu Questionário de Amostra.

O lançamento simbólico da parceria entre a Universidade e o município de Nova Lima reuniu a pró-reitora de Extensão, Claudia Mayorga, representando a Reitoria, e do prefeito João Marcelo Pereira (Cidadania – MG). A solenidade ainda contou com a presença do vice-diretor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), Rogério do Pateo, dos professores Érika Lourenço e André Dias, do Departamento de Psicologia da UFMG,  dos secretários municipais de Educação e Saúde, Pedro Dornas e Alice Neto de Almeida, respectivamente,  e de integrantes da Rede de Apoio de Mães Atípicas de Nova Lima (Rama).

Em 2021, o PIB per capita era de R$ 216.092,4. Na comparação com outros municípios do estado, ficava nas posições 9 de 853 entre os municípios do estado e na 44 de 5570 entre todos os municípios. Já o percentual de receitas externas em 2015 era de 54,3%, o que o colocava na posição 744 de 853 entre os municípios do estado e na 4903 de 5570. Em 2017, o total de receitas realizadas foi de R$ 546.293,77 (x1000) e o total de despesas empenhadas foi de R$ 468.838,77 (x1000). Isso deixa o município nas posições 14 e 13 de 853 entre os municípios do estado e na 161 e 163 de 5570 entre todos os municípios.

Equipe mobilizada
O acordo prevê que, nos próximos meses, a Universidade ficará responsável pela elaboração da proposta de criação e funcionamento do novo centro, que pretende ser referência na oferta de serviços especializados e multiprofissionais de saúde para pessoas com TEA e deficiência intelectual. Atualmente, o município conta com 30 unidades de saúde públicas.

Os trabalhos já vêm mobilizando, desde novembro do ano passado, professores e estudantes das áreas de Psicologia, Medicina, Musicoterapia, Enfermagem, Educação Física, Nutrição e Fonoaudiologia, entre outras, no âmbito do programa de extensão Observatório de teorias e práticas em educação especial e educação inclusiva.

A professora Érika Lourenço, coordenadora do programa de extensão, explica que a proposta vai dimensionar os serviços ofertados, a integração com o Sistema Único de Saúde (SUS) e as demandas por espaço físico, equipamentos, mobiliário e profissionais multidisciplinares. “Esse levantamento será essencial para o município estimar custos e viabilizar o centro integrado de reabilitação e estimulação”, afirma a docente. Segundo ela, “a ideia é estruturar uma instituição diferenciada e de ponta no que se refere ao atendimento a essas pessoas”.

Com a instituição em funcionamento, expectativa é também integrar estudantes de graduação e de pós-graduação da UFMG às atividades do centro, que atuará como campo de formação profissional e de atuação de projetos de extensão.

O Observatório
Executado desde 2022, em parceria com a Prefeitura de Nova Lima, o programa Observatório de teorias e práticas em educação especial e educação inclusiva desenvolve outras ações em conjunto com o município, como minicursos para professores, análise de projetos pedagógicos de escolas, avaliação de políticas públicas, oferta de disciplina sobre TEA na Formação Transversal em Acessibilidade e Inclusão e plataforma digital de formação docente.

Segundo a pró-reitora Claudia Mayorga, esse trabalho tem sido exitoso e vai ao encontro do processo de interiorização da extensão da Universidade. “Estar mais próximo dos municípios é fundamental para que a UFMG cumpra sua função de estreitar a relação com outros setores da sociedade, fortalecer as políticas públicas e gerar impacto na formação dos nossos estudantes”, destaca a pró-reitora.

[Com Assessoria de Comunicação da Proex]