O
artista popular Raimundo Machado de Azeredo (1894-1988) começou
a construir o Presépio do Pipiripau em 1906. No princípio,
uma caixinha de papelão forrada com cabelo de milho, musgos
e folhas abrigava o pequeno Menino Jesus. Aos poucos, foi ganhando
novas peças e movimento, aproximando-se de um teatro de bonecos.
O Presépio do Pipiripau, com 20m2, é formado por 45 cenas e 580 figuras que representam uma maneira singular de percepção e interpretação do mundo pelo artista. Passagens bíblicas se misturam com parque de diversões, palácios, igrejas, moinhos e monjolos. Atividades de caça, pesca, pecuária, agricultura integram o presépio, criando um espaço mágico.
O
Pipiripau transferiu-se para o Museu de História Natural e
Jardim Botânico da UFMG em 1976. Passou a fazer parte definitiva
do acervo da Universidade em 1983 e, no ano seguinte, foi tombado
pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional. Em 1986, o Presépio do Pipiripin, também construído
pelo artista, em dimensões menores, cerca de 4m2 , passou a
integrar o acervo do Museu. Tanto o Pipiripau quanto o Pipiripin contaram
com a manutenção cuidadosa de Raimundo até 1988.
O Presépio do Pipiripau sempre atraiu milhares de visitantes ao Museu de História Natural e Jardim Botânico que se encantam com o trabalho artístico de Raimundo Machado de Azeredo. O Presépio tem sido a referência da instituição. Muitas pessoas só localizam e passam a conhecer o Museu através do Pipiripau. O escritor mineiro Carlos Drummond de Andrade foi o primeiro jornalista a dar a devida atenção e divulgação a este teatro de bonecos. Neste ano de comemoração do centenário do poeta, o Museu presta sua homenagem divulgando o poema Pipiripau, publicado em 1927.
Os
Presépios do Pipiripau e Pipiripin integram o acervo do Museu
desde 1976. A transferência do Pipiripau da casa do artista
Raimundo Machado de Azeredo para o Museu de História Natural
e Jardim Botânico da UFMG significou um marco para a instituição
que passou a receber centenas de visitantes. As 48 cenas e 580 figuras
móveis fazem do Pipiripau um presépio especial que encanta
todas as gerações. Famoso desde o princípio do
século, o Pipiripau ganhou notoriedade através do jornalista
e poeta Carlos Drummond de Andrade com a poesia Pipiripau, publicada
no Diário de Minas em 1927 sob o pseudônimo de Antonio
Crispin.
Em
2001, tornamos público uma parte expressiva do Pipiripau formada
pela sua engenharia mecânica. Através de um vitrine instalada
na parede anexa ao presépio, o visitante pode observar e conhecer
o funcionamento deste teatro de bonecos movido de maneira precisa
e sincronizada com fios, barbantes e uma variedade de sucatas. Simultaneamente,
inauguramos uma exposição permanente apresentando depoimentos
do artesão, expondo ferramentas, moldes e equipamentos usados
para confeccionar as peças e mover as cenas.
Fotos: detalhes do Presépio por Foca Lisboa