Mestra Zefa
Posted on 09. set, 2013 by ufmgtube in Cultura e Arte, Saberes Plurais
DADOS TÉCNICOS:
Responsável(s):
Maria Aparecida Moura – CPINFO, Belo Horizonte, Brasil.
Data e local: Belo Horizonte, sexta-feira, 03 de maio de 2013
Contato: colaboratorio@ufmg.br
Realização e disponibilização online:
Maria Aparecida Moura (CPINFO/UFMG)
Camila Mantovani (CPINFO/UFMG)
Débora Mini (CPINFO/UFMG)
Flávia Brandão (CPINFO/UFMG)
Robson Paulo Santos (CPINFO/UFMG)
Rubia da Fonseca Duarte (CPINFO/UFMG)
Helton Santos (Núcleo WEB/CEDECOM/UFMG)
Tema(s): Memória , patrimônio material, patrimônio imaterial
Idioma(s): português
APRESENTAÇÃO
Na série Saberes Plurais, artesãos, lideranças comunitárias e cidadãos comuns refletem sobre a sua trajetória , visões de mundo, valores, ética, projetos sociais,processo de criação e referências.
Tempo:01:00″
Biografia
Nascida no interior de Sergipe, na cidade de Poço Verde, no ano de 1925, Josefa Alves Reis, filha de João Alves dos Reis e Josefa Batista dos Reis, foi criada no sertão da Bahia, driblando a seca. Durante uma delas acabou indo para Araçuaí, em 1962, onde começou a talhar a sua história.
Em Araçuaí, junto com Francisca, sua cunhada e grande amiga, que trabalhava como doméstica, Josefa foi buscando seu caminho e rompendo na vida.
A Zefa artesã não veio de repente, passou cerca de dez anos de sua caminhada buscando encontrar sua verdadeira vocação que é o artesanato. Começou com pinturas e obras em barro, na verdade, uma mistura de barro úmido, farinha de trigo e cinza. Até sua matéria prima era original.
Abandonou o barro, após três breves e criativos anos, por acreditar que trabalhar com material estava prejudicando sua saúde.
Escolheu então a madeira e esculpiu com traços firmes e originais a sua obra.
Zefa se tornou mestra, conhecendo e sabendo como poucos explorar em suas peças as características naturais das madeiras da região. Emburana, cabiúna, vinhático, cedro, aroeira, braúna preta, jataipeba e outras. O que a natureza rica do Vale fornecia, ela transformava em arte.
Ela conta que hoje possui peças com colecionadores e amigos na Alemanha, França, Itália, Áustria, Holanda e nos Estados Unidos. Mesmo sendo uma das mais premiadas e importantes artistas do Vale do Jequitinhonha, vive de maneira simples e humilde. Nunca se preocupou em acumular posses. Sempre que vendia um de seus trabalhos, preferia comprar um bom pedaço de carne e fazer uma festa com seus vizinhos e amigos.
Desde a morte de Francisca, sete anos atrás, Mestra Zefa quase não trabalha mais a madeira com formão, facão e machado. Mas ainda orienta seus discípulos e recebe bem os visitantes, dividindo suas longas histórias e sabedorias acumuladas ao longo de uma vida.
*Adaptado do texto de João Teixeira Júnior