Zezinha (Maria José Gomes da Silva)
Posted on 03. mai, 2013 by ufmgtube in Cultura e Arte, Humanidades, Saberes Plurais
DADOS TÉCNICOS:
Responsável(s):
Maria Aparecida Moura – CPINFO, Belo Horizonte, Brasil.
Data e local: Belo Horizonte, sexta-feira, 03 de maio de 2013
Contato: colaboratorio@ufmg.br
Realização e disponibilização online:
Maria Aparecida Moura (CPINFO/UFMG)
Camila Mantovani (CPINFO/UFMG)
Débora Mini (CPINFO/UFMG)
Flávia Brandão (CPINFO/UFMG)
Robson Paulo Santos (CPINFO/UFMG)
Rubia da Fonseca Duarte (CPINFO/UFMG)
Helton Santos (Núcleo WEB/CEDECOM/UFMG)
Tema(s): Memória , patrimônio material, patrimônio imaterial
Idioma(s): português
APRESENTAÇÃO
Na série Saberes Plurais, artesãos, lideranças comunitárias e cidadãos comuns refletem sobre a sua trajetória , visões de mundo, valores, ética, projetos sociais, processo de criação e referências.
Tempo:01:00″
Biografia
Conheci a Zezinha em meio a um ritual de descoberta e encantamento com o Vale do Jequitinhonha. Era outubro de 2012, fomos recebidos por ela e Ulisses em sua casa em uma noite regada a singeleza e boa acolhida.
O sorriso nos lábios em tudo parecia com aqueles aos quais ela dá vida no oleiro.Como grande maioria das ceramistas do Vale, Zezinha começou sua arte fazendo peças utilitárias em um aprendizado que é fundamentalmente feminino.
Zezinha começou o trabalho cedo, pois é a primeira de uma família de 10 filhos. Naquela época o artesanato era a única opção para conseguir o “ pão de cada dia”.
Ela conta que a profissionalização da atividade foi incentivada nos anos 1970 com o apoio da Codevale na forma de cursos, oficinas e escoamento da produção.
A qualidade dos trabalhos melhoraram, assim como ampliou a esperança das mulheres da região em poder um dia viver do artesanato. A lida continuou grande, pois tinha que produzir as peças durante a semana, embalar cuidadosamente e ir para o ponto de encontro dos artesãos com as peças na cabeça na esperança de vendê-las.
Quando completou vinte anos , pensou que o céu estava próximo, pois se casaria e, quem sabe, sairia daquela vida difícil.
Depois de casada, Zezinha pensou em deixar o barro, mas o dia ficava grande demais,principalmente quando O Ulisses, seu companheiro, foi trabalhar nas Usinas de cana.
Quando vejo o capricho com que as suas noivas são adornadas, dá bem para entender o caráter salvífico que o casamento representava para as mulheres do Vale.A riqueza de detalhes dos vestidos,o sorriso e a esperança de uma vida menos sofrida salta aos olhos nessas bonecas -mulheres.
A criação das condições para se viver do artesanato é projeto de vida construído pelo casal. Segundo eles, no princípio, nem tudo eram flores.Hoje em dia, dá gosto de se ver a a beleza e dignidade que marcam a vida e obra desta artista singular.
Fonte: MOURA, Maria Aparecida. Zezinha e os encantos das bonecas-mulheres.