A 9ª Primavera de Museus foi realizada entre os dias 21 e 27 de setembro de 2015, por 809 instituições museológicas de todo o Brasil, em 393 cidades. Com o tema “Museus e Memórias Indígenas”, o evento nos instigou a uma reflexão sobre a diversidade sociocultural dos mais de 200 povos indígenas que vivem em nosso país.
A programação da cidade de Tiradentes foi iniciada com a exposição virtual do fotógrafo Edgar Corrêa Kanaykõ, do povo indígena Xacriabá, realizada entre os dias 19 e 27 de setembro nas fanpages do Campus Cultural UFMG em Tiradentes e da Ação Educativa Museu Casa Padre Toledo , no Facebook, (veja as fotos na galeria da exposição ).
Também no dia 19, duas exposições presenciais foram abertas, com visitação até o dia 11 de outubro: A Urna da Minha Aldeia, projeto coordenado pelos professores Cristiano Lima e Zandra Coelho de Miranda, que pretendeu ser um manifesto pela diversidade cultural humana; e a exposição Frágil Memória da Pedra – a arte rupestre como herança indígena nos caminhos da Estrada Real, de Cristiano Lima, em que o registro fotográfico de grafismos rupestres – desenhos, pinturas e gravuras – teve o intuito de conscientizar a população sobre a importância do patrimônio gráfico-arqueológico existente ao longo da Estrada Real, tanto como patrimônio nacional quanto memória indígena. Os locais escolhidos para as exposições foram, respectivamente, o Museu Casa Padre Toledo e a Casa de Cultura UFMG, ambos integrantes do Campus Cultural UFMG em Tiradentes.
No dia 20 de setembro, foi realizada a Oficina de Ilustração Infantil na AMAT Tiradentes (Associação de Moradores do Bairro Alto da Torre), que abordou mitos e histórias dos povos Guarani, Kaingang e Xetá, coletados e transcritos pela antropóloga Gláucia Buratto.
De 22 a 27 de setembro, a instalação sonora Memorial de passagem do canto indígena brasileiro, do professor Marco Scarassatti (UFMG), pôde ser vivenciada no Museu Casa Padre Toledo. Foram utilizados cantos das etnias Xakriabá, Pataxó, Maxakali, Pankararu e Guarani, atendidas no curso de Formação Intercultural de Educador Indígena (FIEI/FaE UFMG.
Nos dias 23 e 24 de setembro, a Casa de Cultura UFMG foi o local escolhido para o curso de formação para professores sobre a cultura indígena, com o intuito de desenvolver um percurso que abordasse a realidade indígena no Brasil, esclarecendo preconceitos e mistificações e também auxiliando os processos de ensino. O curso foi ministrado por Andreia Duarte, que possui 15 anos de experiência e pesquisa com a cultura indígena. A atriz e pesquisadora também foi responsável pela contação de histórias indígenas para crianças, que aconteceu nos dias 24 e 25 de setembro, no Museu Casa Padre Toledo e na Escola Municipal Prof.ª Alice Lima Barbosa.
Como parte da programação, o Museu foi palco da apresentação teatral “Cena do índio”, nos dias 25 e 26. A diretora Juliana Pautilla e a atriz Andreia Duarte apresentaram o processo cênico de criação de um espetáculo sobre a questão indígena no Brasil, na linguagem do teatro físico. E, para finalizar a 9º Primavera de Museus, foi realizada no Museu Casa Padre Toledo, no dia 26, uma Roda de Conversa coordenada pela antropóloga Gláucia Buratto, que participou da Oficina de Ilustração infantil que aconteceu na AMAT.