Em sentido horário: Guilherme (Intérprete UFMG), Fabiana (UFBA); Ana Rosa (UFRB); Dimitri (UNIFAL-MG) e Isa (Portugal) | Foto: Reprodução YouTube

A programação do 9º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária (CBEU) teve espaço para falar sobre a relação da universidade com a sociedade sob a perspectiva da produção cinematográfica. Na mesa-redonda Cinema na universidade, especialistas na temática defenderam o fortalecimento das atividades extensionistas nessa área e as trocas dialógicas por meio da sétima arte.

A professora de cinema na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Ana Rosa Marques Araujo Teixeira, afirmou que o curso de Cinema sempre teve uma vocação extensionista devido ao processo de produção mais prático e ao convívio geralmente intenso com as comunidades.

“Muitos filmes são realizados com a comunidade e a formação técnica e histórica é para a comunidade. Em paralelo, há, também, uma preocupação em mobilizar os moradores a participarem das atividades”, observou Ana Rosa, destacando também a relação próxima estabelecida, nesse contexto, entre estudantes e comunidades.

Ana Rosa citou documentários que são feitos por negros, indígenas, mulheres, quilombolas. “Essa é uma experiência enriquecedora para visibilizar os projetos, pois temos a possibilidade de escutar e dialogar com outras vozes e outros imaginários”.

Além disso, a docente abordou as novas possibilidades de atuação extensionista surgidas no contexto da covid-19. “Com o distanciamento social, a alternativa para se aproximar da comunidade foi criar uma comunicação pelas redes sociais para realizar as oficinas de documentário. Esse ponto foi importante na extensão e na pesquisa porque é uma situação que não se tinha lidado anteriormente e oferece novos campos para analisar, mapear, pesquisar”, analisou.

Cinema para além dos ‘muros’ da universidade

O professor da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), Dimitri Augusto da Cunha Toledo, defendeu a intensificação de ações extensionistas cinematográficas, como os cineclubes, os festivais e as mostras audiovisuais.

“O cinema na universidade vai além dos recursos didático e avaliativo. Eles são importantes, claro, mas não podemos tratar a produção apenas como um elemento instrumentário. A linguagem cinematográfica tem o mérito de possibilitar a junção de filmes com o imaginário social, e a extensão é primordial e fundamental nesse aspecto”, argumentou.

A professora portuguesa e produtora cultural Isa Catarina Mateus, membro do Comitê Executivo da Federação Internacional de Cineclubes, ressaltou que “a relação extensão e cinema possibilita uma união plural e o desenvolvimento de um espaço democrático”.

A palestrante também fez uma comparação entre a extensão desenvolvida no Brasil e em Portugal. “As atividades extensionistas realizadas no Brasil são similares às de Portugal e podem fazer parte do lema ‘difundir, articular e contribuir’”, disse.

A mesa-redonda Cinema na universidade foi mediada pela pró-reitora de Extensão da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Fabiana Dultra Britto. O debate, que aconteceu no dia 10 de março, no 9° CBEU, está disponível no canal da Pró-reitoria de Extensão da UFMG no YouTube.   

Reportagem: Gabriela Francine  – Assessoria de Comunicação da Pró-reitoria de Extensão da UFMG