Em sentido horário: Benigna (UFMG); Cássio (intérprete UNIFAL-MG); Daniel (UFABC); Nadege (UFCG) e Ivan (UFSJ) | Foto: Reprodução YouTube

Extensão nos currículos foi tema de uma das mesas do 9º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária (CBEU). Os palestrantes defenderam a importância da integração dessas atividades aos currículos dos cursos de graduação e a relevância delas no percurso formativo dos discentes.

A mesa-redonda, que foi mediada por Nadege Dantas, professora da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG/PB), compartilhou experiências no reconhecimento das diretrizes da extensão e na creditação curricular dessa dimensão acadêmica.

Soluções e caminhos

Daniel Pansarelli, professor na Universidade Federal do ABC (UFABC), defendeu a adoção de novas estratégias e metodologias pedagógicas.

“O objetivo não é só acrescentar algo, a ideia é olhar para o currículo e o projeto pedagógico e pontuar quais componentes poderiam ser ensinados usando uma metodologia diferente. A proposta é romper com a ideia ultrapassada de que o estudante vai aprender somente em duas circunstâncias: ouvindo o professor ou praticando em laboratório. Não se trata de conteúdo, mas de metodologia de produção ativa em que o estudante, por meio das práticas da extensão, pode aprender”.

De acordo com Pansarelli, a inserção das atividades de extensão é mais viável do que se imagina. “Há diversas atividades que tem caráter prático e que envolve a ‘saída’ dos estudantes do ambiente universitário para a comunidade, porém, é necessário fugir da postura de resistência em buscar estratégias e metodologias diferentes”, disse o palestrante, que defendeu ainda a importância da aproximação e articulação entre colegiados e gestores das instituições.

Transformações 

Professor de Comunicação Social da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), Ivan Vasconcelos Figueiredo argumentou que os processos e ações da extensão devem sempre se vincular à realidade e ao contexto em que a universidade está inserida. “É preciso ter em mente os impactos no percurso formativo e a integração social e cidadã dos discentes, atrelados às transformações das comunidades”, declarou.

Ivan lembrou também a importância do conhecimento surgido a partir da interação entre a universidade e sociedade. “A possibilidade de abertura que perpassa a formação na universidade, que integra, que conversa, significa agir em prol da construção de um espaço de conhecimento que vai emergir com as estruturas sociais. Conviver com as diferenças vai abrir novas possibilidades, haverá outras formas de ver e entender o mundo. É realidade não dada, mas construída, é uma ponte para a formação de espaços sociais organizantes e organizados”, afirmou.

Experiências na UFMG

A professora Benigna Oliveira, atual pró-reitora de Graduação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), destacou experiências da federal de Minas Gerais na integração dos estudantes em iniciativas de extensão.

Segundo ela, “mesmo que haja um esforço contínuo para oferta de bolsas e uma política de fomento consolidada na instituição, muitos estudantes participam como voluntários por reconhecem a importância da extensão na sua formação. A maior parte dos envolvimentos é na área temática da saúde, educacional e tecnologia e produção”, observou.

Na UFMG, o percentual mínimo de atividades de extensão na carga horária curricular da graduação foi aprovado pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) – Resolução 10/2019 – após uma proposta apresentada pelas Câmaras de Graduação e de Extensão da Universidade.

Para o cumprimento da resolução, a comunidade acadêmica local vem se mobilizando em amplas discussões, que são lideradas por uma comissão instituída e integrada por servidores docentes e técnico-administrativos das pró-reitorias de Extensão e de Graduação. A comissão atua também na elaboração de estudos, levantamentos e materiais de apoio a docentes, coordenadores, orientadores e demais atores extensionistas.

Resolução nacional

Aprovada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE/MEC), a Resolução 07/18 estabeleceu diretrizes para a extensão na educação superior brasileira e fixou um percentual mínimo de 10% da carga horária curricular dos cursos de graduação para atividades de extensão. Clique para ver resolução .

A mesa-redonda Extensão nos currículos, do 9° CBEU, ocorreu, ao vivo, no dia 10 de março. O vídeo encontra-se disponível no canal da UNIFAL-MG no YouTube.

Reportagem: Gabriela Francine  – Assessoria de Comunicação da Pró-reitoria de Extensão da UFMG