Como proposto no 35° Festival de Inverno, em 2003, será dada continuidade ao projeto Limites, rupturas e desdobramentos, buscando mapear novas fronteiras para a produção artística contemporânea.
Estamos em uma era em que a arte, cada vez mais, se avizinha da ciência, das tecnologias de ponta, da pesquisa experimental e, principalmente, sedimenta-se na experiência individual com reverberações pelo coletivo.
Nosso tempo propicia uma ótima oportunidade de tornar possível esse trabalho, de romper e estabelecer outros limites, buscar por novos conhecimentos e, principalmente, educar pela arte, formando um público com uma capacidade crítica autônoma, coerente e participativa.
Arte - fronteiras contemporâneas são possíveis desdobramentos para a produção da arte. São esses os referenciais propostos para reflexão e prática no Festival de 2004.
Será proposta a busca por uma outra ótica para o campo das artes, um lado mais humano, mais delicado e sensível no processo da criação. Na arte, e através dela, é possível avançar no terreno fértil da sensibilidade para uma maior compreensão de nosso significado, enquanto seres humanos, criativos, re-criadores do universo. Neste universo poético é que pretendemos instaurar uma busca maior do conhecimento de nós mesmos, de nossa posição e nosso centro diante das coisas. A arte é o nosso meio de ser, de educar, de mostrar, de enxergar, de criar e nos transformar.
Transitando
entre a natureza e a cultura, entre tradição e vanguarda - razão
pela qual ocupa um lugar absolutamente ímpar no contexto artístico
internacional - Frans Krajcberg pode ser considerado um artista de fronteira,
um explorador de limites e possibilidades da arte, compreendida como forma
peculiar de conhecimento e também como projeto de emancipação
do homem.
Por esse motivo, e por seus vínculos históricos com o Festival
de Inverno da UFMG, sua obra e sua trajetória servem de referência
à proposta conceitual desta edição do evento - Arte -
fronteiras contemporâneas - a que ele empresta assim o prestígio
de seu nome. São dele as imagens que fundamentam o trabalho de identidade
visual do 36º Festival de Inverno da UFMG.
As fotografias aqui reproduzidas resultam de uma de suas inúmeras incursões pela paisagem de Minas Gerais - Itabirito, Diamantina, Curralinho - onde o artista pesquisa os impactos causados à natureza pela ação predatória da atividade econômica. Movido pela propósito de denúncia, Frans Krajcberg no entanto resgata do ambiente degradado os elementos que apontam para um ideal possível de beleza e harmonia entre o homem e a natureza.
Ao homenageá-lo, o Festival de Inverno da UFMG se associa a esse ideal e reafirma compromisso idêntico com o futuro da arte e com o destino da humanidade.
Clique aqui para assistir vídeo com imagens de Franz Krajcberg.