A disciplina “Perspectivas Globais de Saúde Indígena/Global Perspectives of Indigenous Health”, ofertada pela Formação Transversal em Estudos Internacionais (FTEI) da Diretoria de Relações Internacionais (DRI) da UFMG, contou, neste semestre, com a participação de professores e mestres tradicionais da Venezuela, Colômbia e México.

Coordenada pela professora do Departamento de Saúde Materno-Infantil e Saúde Pública da Escola de Enfermagem da UFMG, Érica Dumont Pena, a disciplina tem como objetivo discutir sobre perspectivas regionais e globais de saúde indígena e seus determinantes sociais e estruturais. Nesta oferta, abordou temas da saúde indígena a partir de reflexões sobre experiências de povos indígenas brasileiros e outros ameríndios da Venezuela, Colômbia e México, a fim de buscar compreender cosmopolíticas e discutir competências culturais básicas para atuação na saúde indígena.

Participaram estudantes de Enfermagem, Medicina, Psicologia e Odontologia da UFMG e estudantes de odontologia da Universidad Antonio Nariño, da Colômbia, estiveram presentes em aula compartilhada com a professora Luz Alba Ballén Sierra. “Refletimos sobre a integração entre conhecimento científico e o conhecimento tradicional indígena previsto nos protocolos de saúde no Brasil e buscamos reconhecer questões relacionadas à saúde na cosmovisão de diferentes povos indígenas, na perspectiva de “indigenizar as lógicas de saúde” e consequentemente as universidades”, explicou a professora.

Ainda de acordo com Érica Dumont, foram realizadas rodas de conversas com as parteiras indígenas mexicanas Dora Lucia Méndez Alfonzo e Amparo Soto Calderón, traduzidas e mediadas por Nora Inés Serrano Pineda, da Universidad Autónoma de México e também com a enfermeira indígena Simone Xakriabá, com a parceria da professora da EEUFMG Lívia de Souza Pancrácio de Errico. “Compreendemos que é fundamental o espaço para que os próprios indígenas possam falar e discutir sobre sua saúde, como tem nos alertado o movimento indígena: “Nada sobre nós, sem nós”, reforçou a professora.

A estudante do curso de Enfermagem da EEUFMG, Raissa Paula Viana, destacou que a disciplina proporcionou aos estudantes um intercâmbio sócio-cultural com parteiras indígenas do México. “Conheci um pouco a realidade que elas vivenciam e com a professora da Colômbia conhecemos um pouco do Sistema de Saúde desse país”.

“Perspectivas Globais de Saúde Indígena foi uma experiência engrandecedora dentro da universidade. Pude expandir meus horizontes como acadêmico e membro da sociedade, ao me aprofundar em conceitos de pluralidade cultural e indígena, além de desenvolver reflexões sobre nossa conduta na sociedade para com os saberes tradicionais e científicos”, relatou o estudante Flávio Patrus Ananias, da Faculdade de Arquitetura.

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