Em fórum, professores mostram como tecnologias apoiam a inclusão e o ensino híbrido

O uso de recursos educacionais abertos em disciplinas na graduação em Letras, ferramentas do Microsoft Teams que propiciam aulas inclusivas no curso de engenharia e os esforços para adoção de um modelo híbrido de ensino em matérias práticas na Odontologia foram as experiências com uso de tecnologias na educação apresentadas na tarde desta quarta-feira, 11, em mais um fórum promovido pelo Programa Integração Docente.

Daniervelin Marques, da Faculdade de Letras, tratou de sua experiência com o emprego de Recursos Educacionais Abertos (REAs), que são, segundo definição da Unesco, “materiais de ensino, aprendizado e pesquisa em qualquer meio disponível no domínio público, que foram disponibilizados com licenças abertas, permitindo acesso, uso, redestinação, reutilização e redistribuição por terceiros, com poucas ou sem nenhuma restrição”. Os REAs podem incluir cursos, livros didáticos, aplicativos, arquivos de mídias diversas, entre outros.

A professora listou alguns dos cuidados técnicos e legais na produção e utilização dos REAs, tais como o uso de softwares livres como o LibreOffice – cujas funcionalidades não são mantidas por decisão de uma única empresa –, a citação da fonte e da autoria e a importância de disponibilizar o acervo em locais de fácil acesso a possíveis interessados.

“Nós temos pouquíssima prática, como docentes, em compartilhar os nossos materiais de aula. Às vezes, a gente compartilha com o colega, mas isso não beneficia um grande público, em espaços como sites pessoais e repositórios institucionais. “Acho que, numa universidade pública, essa é uma questão importante: os materiais que eu crio são só meus e ninguém pode usá-los ou compartilhá-los?”, ponderou. Dedicada à pesquisa sobre essas ferramentas desde 2014, Daniervelin mantém o projeto Recursos Educacionais Abertos para leitura e produção de textos nas licenciaturas, que reúne em um site materiais de uso livre para o ensino dos idiomas português, espanhol e inglês.

Ferramentas de ensino

O professor Ramon Silva, da Escola de Engenharia, apresentou um tutorial do uso do Microsoft Teams e Stream com vistas à acessibilidade, em especial a parte de inserção de legendas. O uso da ferramenta com esse objetivo veio a partir da demanda de um discente com deficiência auditiva. O professor fez um mea culpa ao lembrar que o Núcleo de Acessibilidade e Inclusão da UFMG (NAI) fez um guia, que pode ser acessado no site do Integração Docente (em Acessibilidade), que ele poderia ter utilizado anteriormente na elaboração das videoaulas.

Em uma reflexão rápida, ele lembrou que há tecnologias que facilitam a inclusão e que “um ingrediente fundamental é o desejo consciente e deliberado dos docentes de fazer mudanças e adaptações em nossas práticas”.

Rogéli Ribeiro, da Faculdade de Odontologia, tratou de ensino híbrido no Laboratório Multidisciplinar de Odontologia Restauradora, antes da pandemia. Ela fez um histórico de como se deu a criação da nova metodologia no laboratório, que se destina às práticas pré-clínicas. “Não é fácil mudar, mas é preciso, e é muito gratificante quando começamos a constatar os resultados desse esforço”, disse Rogéli. Ela recomendou que sejam feitas, a princípio, mudanças pequenas, com planejamento, e que elas sejam ampliadas aos poucos.

(Assessorias de Comunicação da Prograd e do Caed-UFMG)

Imagem: Raphaella Dias/UFMG