Evento reflete sobre transições nos processos de ensino-aprendizagem trazidos pela pandemia

“Muito foi aprendido, nós temos que, de fato, fazer uso de todo esse aprendizado e tornar nossos processos de ensino-aprendizagem cada vez mais inovadores e comprometidos com a nossa missão como universidade pública que somos”, disse Sandra Goulart Almeida, reitora da UFMG, na abertura do Encontro Temático Transições “Ensino híbrido, remoto e presencial: das realidades que temos para as transições que queremos”. O evento, virtual, aconteceu na sexta, 29, e está disponibilizado no canal do YouTube da Coordenadoria de Assuntos Comunitários (Cac)

A reitora ressaltou que é importante refletir sobre como podemos, ao mesmo tempo, utilizar o que foi aprendido, em modelos de ensino-aprendizagem utilizados durante a pandemia em associação com a necessidade da presencialidade na UFMG, que é tão necessária para a construção da Universidade.

O Encontro abriu as ações desse período letivo do Laboratório de Formação em Docências do Ensino Superior (LabDocências), iniciativa da Diretoria de Inovação e Metodologias de Ensino (Giz) da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd). É, também, um dos eventos que antecedem o VI Congresso de Inovação e Metodologias do Ensino Superior e Tecnológico (VI CIM).

Sobre o tema proposto para o encontro temático, o pró-reitor de Graduação, Bruno Otávio Soares Teixeira, ressaltou que encontra-se em discussão no Conselho Nacional de Educação (CNE) uma proposta de diretrizes para o que estão chamando de aprendizagem híbrida, em contraposição à educação a distância, enquanto modalidade educacional já regulamentada. “Este encontro temático abre, neste ano, o espaço para amplo debate desta matéria, visando construir diretrizes e ações concretas para melhoria contínua dos processos de ensino-aprendizagem na Universidade”, destacou.

Tecnologias

“A pandemia deixou evidente para todos, o que já temos falado há muito tempo, a divisão social no Brasil, a exclusão de boa parte da população. Essa exclusão não se trata apenas do acesso aos meios digitais como internet, celular, tablet, mas também da compreensão desse ambiente digital. Um exemplo concreto é a dificuldade que boa parte da população teve em solicitar o auxílio emergencial porque isso era feito através dos aplicativos do celular controlados por algoritmos”, explicou Virgílio Almeida, professor emérito do Departamento de Ciência da Computação (DCC) da UFMG durante sua apresentação. Ele falou sobre os avanços de tecnologias digitais e as reconfigurações socioeconômicas do trabalho na sociedade pós pandemia e destacou como já vivemos nesse mundo digital.

O professor Virgílio Almeida ponderou sobre alternativas possíveis para o futuro digital que podem oscilar entre ser mais inclusivo ou com mais desigualdades. Nessa direção, ele chamou atenção para o papel da academia nas escolhas a serem seguidas na relação com as tecnologias e finalizou sua apresentação indagando sobre “Como as transformações digitais têm sido tratadas pelos cursos de graduação da UFMG?” E “como os alunos de graduação têm sido preparados para esse futuro tecnológico?”

Já Ilma Bicalho, diretora acadêmica da Prograd, tratou sobre os currículos universitários atuais e o ensino mediado por tecnologias: realidades e expectativas. “Quando se pensa em um currículo, há diversos elementos a serem considerados, mas eu gostaria de destacar dois, que são mais gerais, mas que são balizas muito importantes na estruturação dos currículos, que seria a regulação, nesse caso, referindo aos marcos normativos estabelecidos para a educação superior e a autonomia universitária”, destacou. No evento, ela abordou os parâmetros para a organização dos currículos e a legislação relacionada à autonomia universitária e como isso é trazido para a realidade da UFMG, além de como as tecnologias digitais podem ser integradas ao ensino e os desafios a serem enfrentados nesse processo.

LabDocências

O LabDocências, ao mesmo tempo é um espaço institucional e também um conjunto de ações orgânicas de natureza científica que articula ensino, pesquisa e extensão de forma multidisciplinar. As ações do Laboratório podem ser acessadas na página da iniciativa são direcionadas a docentes e estudantes de pós-graduação da Universidade.