Em evento na tarde de ontem (terça, 1º de dezembro), foram apresentados três artigos da seção especial da Revista Docência no Ensino Superior, criada em homenagem ao centenário de Paulo Freire. O encontro tratou do pensamento e da prática freireana no ensino superior.
A publicação, produzida pela Diretoria de Inovação e Metodologias de Ensino Superior da Pró-reitoria de Graduação (GIZ-Prograd), completa 10 anos em 2021 e, atualmente, é publicada apenas on-line. A live foi gravada e está disponível no canal da CAC-UFMG no YouTube.
“Esse é um momento muito importante para nossa instituição, especialmente para a equipe editorial da Revista e para a equipe do GIZ”, disse a pró-reitora de Graduação, Benigna de Oliveira, na abertura do evento. Ela lembrou, também, a relevância da revista como espaço formativo e como a celebração do centenário de Paulo Freire “é importante para quem tem a educação como princípio, como direito”.
“Desde o início do ano, temos nos empenhado para convidar pesquisadores que realizam estudos com base nas contribuições da teoria do conhecimento freireano. Como resultado, temos a seção especial com ricas reflexões sobre o legado de Paulo Freire para o contexto universitário, de modo mais amplo, e para a docência, de modo mais específico”, explicou Thainara Cristina, uma das mediadoras do evento e editora-chefe da publicação. O evento foi mediado também pela editora adjunta da Revista, Pauliane Romano. Além dos artigos, a seção tem duas entrevistas.
Abordagens
“Precisamos partir de algo que o estudante conhece para que a educação seja emancipadora, com compromisso político para a transformação do seu entorno e humanizadora”, disse Hildegard Susana Jung, da Universidade La Salle (Unilasalle), ao abordar pontos da teoria de Paulo Freire. Ela apresentou o artigo Há lugar para a teoria de Paulo Freire na pedagogia universitária contemporânea?. O texto foi produzido em colaboração com Arnaldo Nogaro, da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI).
Hildegard contextualizou o momento vivido pelas universidades, marcado por questões como a pandemia, a demanda por tecnologias para o ensino a distância e a identidade dos docentes, e associou a teoria do educador à educação universitária.
Ana Lúcia Souza de Freitas, da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), tratou do seu artigo Fazer a aula com ‘cartas pedagógicas’: legado de Paulo Freire e experiência de reinvenção no ensino superior. “Minha intenção é propor o diálogo sobre quão fecunda é essa expressão ‘cartas pedagógicas’, que representa um tema muito específico e relevante no legado de Freire, que nos convida à sua reinvenção”, explicou. Segundo ela, Paulo Freire revela o significativo potencial de uma carta.
“Não é à toa que, no ano em que se celebra o centenário de seu nascimento, Freire vem sendo evocado como pensador que denunciou e combateu as mais diversas formas de opressão e, sobretudo, semeou esperança ao afirmar que mudar é difícil, mas é possível”, disse Leôncio Gomes Soares, da UFMG, ao finalizar a apresentação do artigo Diálogo no ensino superior entre a pós-graduação e o legado de Paulo Freire. No texto, ele apresenta a origem e o desenvolvimento de disciplina do Programa de Pós-graduação em Educação, da Faculdade de Educação, sobre a contribuição do pensamento de Paulo Freire.