As principais vantagens que a adoção da estrutura formativa de tronco comum pode trazer, segundo a discussão realizada na tarde de ontem, na Faculdade de Ciências Econômicas (FACE) são uma gestão mais eficiente e uma escolha mais acertada do curso de graduação por parte dos estudantes. A reunião de trabalho, organizada pela Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), com o tema Convergências no ensino de graduação: possibilidades de organização curricular dos cursos de graduação, contou com a presença de 113 participantes entre coordenadores e subcoordenadores de Colegiados, presidentes de Núcleos Docentes Estruturantes, chefes de Departamentos e diretores das Unidades Acadêmicas.
Nas Normas Gerais de Graduação, essa estrutura formativa é definida como “estruturas articuladas em torno de eixos temáticos comuns a cursos de determinado campo do conhecimento, que objetivam propiciar ambientes compartilhados de formação de estudantes, provendo atividades de atuação conjunta”.
A Resolução CEPE No 06/2022, aprovada em 23 de novembro de 2022, que regulamenta a estrutura formativa de tronco comum aborda os seguintes aspectos: diretrizes para a organização curricular; as formas de gestão acadêmica e coordenação didática e critérios para escolha definitiva do curso pelos estudantes vinculados a um tronco comum, quando este constituir opção de ingresso no ensino de graduação. O documento define que existem três formas de implementar um tronco comum, sendo duas delas nos períodos curriculares iniciais, com ou sem ingresso único nos processos seletivos, e, a terceira, predominantemente, nos períodos curriculares finais, visando uma formação interprofissional.
“A institucionalização de ambientes compartilhados para formação de estudantes, por meio das estruturas formativas de tronco comum, contribuirão para uma formação acadêmico-profissional mais sólida, assim como para a permanência qualificada de nossos estudantes de graduação, favorecendo uma gestão mais eficiente e equânime dos cursos de graduação e o surgimento de novos cursos de graduação (ou expansão dos existentes) de forma mais dinâmica”, explica o pró-reitor de Graduação, Bruno Otávio Soares Teixeira.
O documento prevê um único colegiado como a instância responsável pela gestão acadêmica e coordenação didática de todos os cursos de graduação que a compartilham, no caso da adoção do tronco comum nos períodos iniciais da graduação, preservando-se a necessidade de um Núcleo Docente Estruturante (NDE) específico para cada curso, em observância aos instrumentos de avaliação dos cursos.
A resolução também buscou, entre outras definições, ampliar a autonomia do estudante em seu processo formativo, colocando como uma das possibilidades, também para o caso da adoção do tronco comum nos períodos iniciais, e a ser analisada de acordo com as propostas, a escolha de qualquer um dos cursos articulados pelo tronco comum para obter grau, sendo vedada a limitação do número de vagas para acesso a cada curso.
Reunião
A abertura da reunião foi realizada pelo pró-reitor de Graduação que fez uma apresentação onde detalhou como funciona a estrutura formativa de tronco comum. Depois foram apresentadas três propostas, atualmente em análise pela Diretoria Acadêmica da Prograd.
Uma das propostas é o “Tronco Comum em Metalurgia e Materiais” apresentada por Pedro Ferreira, coordenador do curso de Engenharia Metalúrgica e membro da Câmara de Graduação. Ela consiste na criação do curso de Engenharia de Materiais que terá tronco comum com a Engenharia Metalúrgica. “A ideia é ter uma entrada única para os dois cursos e que o estudante possa optar depois por um deles”, segundo o professor. Em sua fala, ele mostrou que os espaços compartilhados são uma forma de oferecer mais possibilidades e diminuir a evasão, pois proporciona uma escolha mais consciente.
As outras duas propostas apresentadas foram sobre “Estrutura formativa de tronco comum em computação”, pelo professor Douglas Macharet, coordenador do curso de Sistemas de Informação, prevendo entrada única para os cursos de Ciência da Computação e Sistemas de Informação e, a outra, abordou o “Tronco comum em Antropologia e Arqueologia” para os dois cursos assim denominados e foi realizada pelo professor Andrei Isnardis Horta, do Departamento de Antropologia e Arqueologia.
A reunião contou com uma dinâmica onde os participantes, divididos em treze grupos de até oito membros, foram levados a refletir sobre as novas possibilidades trazidas pelo tronco comum e, entre os desafios apontados, está a necessidade de uma mudança de cultura, a percepção de como o tronco comum se encaixaria nas necessidades de formação demandadas pela sociedade, as especificidades de cada curso e a questão da gestão compartilhada.
Foto: Mayara Veloso/estagiária do Setor de Comunicação e Eventos da Prograd