4° Festival de Verão da UFMG

Sentidos do Conhecimento

Universidade Federal de Minas Gerais

12 a 16 de fevereiro - Carnaval 2010
Escola de Arquitetura da UFMG
Rua Paraíba, 697 - Funcionários - Belo Horizonte

Oficinas

Oficina conta a trajetória do rock no Brasil

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010


Divulgação
mutantes.jpg
Arnaldo Baptista, Rita Lee e Sérgio Dias formavam Os Mutantes, uma das bandas mais influentes do rock nacional

Já se passaram mais de 50 anos desde que Cauby Peixoto gravou a música Rock 'n' Roll em Copacabana, considerada a primeira canção de rock feita no Brasil. A partir daí, surgiram bandas de sucesso, movimentos que revolucionaram a chamada Música Popular Brasileira (MPB) e canções que marcaram gerações da nossa juventude. As histórias do rock nacional e de suas personalidades são o tema da oficina Rock Brasil – História, Mercado & Rebeldia, que acontece entre os dias 13 e 16 de fevereiro, na Escola de Arquitetura, como parte integrante da quarta edição do Festival de Verão da UFMG.

“A ideia é explicar e desmistificar o rock produzido no Brasil”, afirma o pesquisador Marcelo Dolabela, responsável pela oficina. Autor do livro ABZ do Rock Brasileiro e roteirista do filme Maldito Popular Brasileiro, documentário dirigido por Patrícia Moran sobre Arnaldo Baptista, líder da banda Os Mutantes, Dolabela conta que pretende explorar as diversas facetas do rock nacional em ordem cronológica, alternando aulas expositivas com audição de algumas canções essenciais de cada estilo. “Eu já selecionei aproximadamente 100 músicas para ouvirmos na oficina”, afirma.

Marcelo pretende começar o curso com uma explicação sobre o surgimento do rock nos Estados Unidos, no final da década de 40, e a chegada do estilo ao Brasil, na segunda metade dos anos 50. O primeiro encontro também deve abordar dois movimentos que ajudaram a dar uma cara ao rock nacional: a Jovem Guarda e a Tropicália, de onde saíram Roberto Carlos, Caetano Veloso e Gilberto Gil.

O segundo dia se foca nos anos 70, época em que vários músicos de sucesso da década anterior foram exilados pela ditadura militar, como os próprios Gil e Caetano. “Nesse período, surgiram outros artistas importantes como Secos & Molhados, Novos Baianos e Raul Seixas”, afirma Marcelo. O pesquisador conta ainda que foi nos anos 70 que o rock brasileiro desdobrou-se em várias vertentes, absorvendo ritmos e características regionais. “Belchior e Fagner no Nordeste e o Clube da Esquina em Minas Gerais são bons exemplos dessa nova sonoridade”.

Nos anos 80, segundo Marcelo Dolabela, foi quando “o rock ensinou a MPB a fazer shows e ganhar dinheiro”. Com a popularização do estilo, os grupos começaram a investir mais na produção de seus espetáculos e houve uma modernização na estrutura musical. Surgiram bandas que até hoje fazem sucesso, como Os Paralamas do Sucesso, Titãs e Barão Vermelho. “Foi uma época em que o punk e o heavy metal ganharam força também”, afirma Marcelo.

O último encontro da oficina aborda a cena roqueira dos anos 90 e o cenário atual, fortemente alimentado pela produção independente. Marcelo ainda pretende abordar alguns personagens difíceis de classificar como Jorge Ben e Tim Maia, além de pontos polêmicos como a rixa entre o rock e o sertanejo. “O rock brasileiro atual é muito segmentado. É como se o “pop” e o “rock” estivessem brigados. Muitas bandas de qualidade não conseguem atingir o grande público e, quando conseguem, a qualidade de seu trabalho cai consideravelmente”, afirma Marcelo Dolabela. “É preciso entender que o rock nacional tem características próprias e se mistura muito com outros estilos. É isso que eu quero mostrar na oficina”.

Rock Brasil – História, Mercado & Rebeldia
Período: 13 a 16 de fevereiro
Horário: 14h às 18h30
Local: Escola de Arquitetura
Vagas: 35
Público-alvo: Músicos, críticos de música e jornalistas, compositores, professores (Língua Portuguesa, História, Educação Artística etc.); alunos de Letras, Comunicação, História, Música etc.; fãs e apreciadores de Rock e MPB.

Todas as notícias sobre o 4º Festival de Verão