Em evento sobre ciência e aplicações de nanotubos, pesquisadores prestam homenagem a Mildred Dresselhaus
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Foto: Bruna Brandão / UFMG

Foto: Bruna Brandão/ UFMG

 

Conhecida como a “mãe do carbono”, a cientista Mildred Dresselhaus (1930-2017) será homenageada na tarde desta quinta-feira, 29, no campus Pampulha, na 18ª Conferência internacional sobre ciência e aplicações de nanotubos e outros materiais de baixa dimensionalidade (NT 17). O evento integra a programação dos 90 anos da Universidade.

Dresselhaus construiu sua trajetória acadêmica nas áreas de nanociência e nanotecnologia, com foco em nanoestruturas de carbono, e recebeu o título de Doutora Honoris Causa da UFMG, em 2012. A professora morreu em fevereiro deste ano.

Na homenagem, pesquisadores de países diversos, incluindo o professor da UFMG Marcos Pimenta, vão falar sobre o pioneirismo e a influência da professora Millie para o desenvolvimento dessa área de investigação e em suas próprias carreiras.

O amor de Millie pela música e em particular pelos instrumentos de corda será lembrado com a apresentação do quarteto 16 Cordas, que vai interpretar obras do brasileiro Heitor Villa-Lobos.

“Em encontros familiares semanais, a professora Millie tocava violino, e seu filho, violoncelo”, relata o pró-reitor de Pesquisa da UFMG, Ado Jorio de Vasconcelos, um dos alunos da pesquisadora no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Ado Jório divide a coordenação desta edição do evento com Marcos Pimenta e Ariete Righi, todos do Departamento de Física.

Os coordenadores também decidiram nomear de Millie Dresselhaus NT17 Poster Award o prêmio a ser entregue para o melhor cartaz apresentado. “Esperamos que esta seja uma fonte de estímulo e encorajamento para todos os jovens pesquisadores que apresentarão seus resultados nas conferências do NT, na continuação do apoio e inspiração que ela trouxe constantemente para estudantes e jovens cientistas”, pondera a comissão organizadora.

Participam do NT 17 cerca de 250 pesquisadores, metade dos quais, estrangeiros. A conferência tem o objetivo de disseminar os mais recentes avanços e aplicações nos campos dos nanotubos de carbono, grafeno e outros elementos químicos de pequena dimensão.

Presença na UFMG

A ligação de Mildred Dresselhaus com a UFMG começou em 1997, quando o professor Marcos Pimenta foi para o MIT passar um ano sabático. “O impacto dessa visita foi de transformação, tanto para a UFMG quanto para mim”, revelou a pesquisadora, ao receber o título.

Marcos Pimenta destaca “atributos de Mildred que vão além da carreira científica”, como sua grande preocupação em estimular a presença da mulher na ciência, especialmente nas “ciências duras”, e sua atuação generosa na formação de recursos humanos. “Ela dava atenção a qualquer estudante que a procurava, era uma pessoa que enxergava o outro.”

Pimenta cita ainda a importância de Dresselhaus para a UFMG, instituição que se tornou líder no Brasil nas pesquisas com grafeno e nanotubos de carbono, por meio da parceria iniciada há exatos 20 anos. “Ela promoveu a UFMG no mundo inteiro. Em fóruns internacionais, reconhecia o grande valor do trabalho aqui realizado”, relembra o professor do Departamento de Física.

Segundo Ado Jorio Vasconcelos, apesar de vinculada a uma das universidades mais importantes do mundo, a professora trabalhou para o desenvolvimento científico de países da América Latina, como o Brasil. “Além da sua excelência científica, atestada por inúmeras premiações e honrarias, Mildred tinha um lado humano impressionante, uma postura de sempre auxiliar os fracos e nunca seletiva e elitista”, testemunha.

A professora esteve diversas vezes em Belo Horizonte, em temporadas de colaboração científica com a UFMG, e escreveu cerca de 100 artigos em coautoria com pesquisadores da Instituição, muitos dos quais recebeu no MIT. “Ela representou para nós, da UFMG, muito mais que uma mentoria científica. Foi um modelo de ser humano”, diz Ado Jorio de Vasconcelos.

Leia mais sobre a relação da pesquisadora com a UFMG

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