Arquivo da tag: ToNaJornada

Foto de alunos e professores na Jornada de Extensão da UFMG em 2023

Jornada compartilha atividades que impactam a comunidade

Seminário com a presença de estudantes e parceiros externos reafirmou a força da extensão da UFMG

Estudantes de Psicologia e bolsistas do programa Culthis no seminário da Jornada | Foto: Comunicação Proex
Estudantes de Psicologia e bolsistas do programa Culthis no seminário da Jornada | Foto: Eduardo Maia | Comunicação PROEX

“Porque eu descobri o segredo que me faz humano; já não está mais perdido o elo; o amor é o segredo de tudo; e eu pinto tudo em amarelo”.

O poema, da canção Principia, de Emicida, foi evocado na abertura do seminário da 22ª Jornada de Extensão da UFMG, interpretado pelo Mestre de Cerimônia (MC) do evento João Pedro Salles, que é estudante do curso de Jornalismo da UFMG e participante do coletivo Temporona.

 “Tudo que a gente tem é nós e se a gente não for pela gente, quem vai ser?”, provocou João Pedro na abertura.

O seminário ocorreu na quarta-feira, dia 10 de maio, no auditório nobre do CAD1 (campus Pampulha), com participação de professores, estudantes, técnicos e comunidade externa. Em 2023, o tema foi: #comunidadepresente: relação da universidade com outros setores da sociedade.

A pró-reitora de Extensão, Claudia Mayorga, explicou que o tema diz respeito à volta do contato das atividades de extensão com as comunidades após o advento da pandemia. “A gente vê concretamente como que os projetos estão colaborando com os diversos setores da sociedade”, disse a pró-reitora.

O vice-reitor da UFMG, Alessandro Fernandes Moreira, reiterou a importância de momentos como esse. “Como é  bom ver a UFMG com a natureza dialógica da extensão. A sociedade aprende conosco e a gente aprende com a sociedade”, afirmou.

Comunidade presente e impacto social

Foram apresentadas cinco atividades de extensão premiadas no Encontro de Extensão (evento realizado em 2022).

Uma das representantes da comunidade externa foi Nilmara, participante de curso do Projeto Compartilhado de formação de agentes sociais na RMBH. “Esse ‘abraço’ que esse projeto deu pra gente foi muito importante. No final, posso dizer que aprendi muito nesse curso e posso levar isso para minha vida e minha área de atuação”.

Fala de Nilmara durante a apresentação do projeto compartilhado de formação de agentes sociais na RMBH / Foto Eduardo Maia / Comunicação Proex
Fala de Nilmara durante a apresentação do projeto compartilhado de formação de agentes sociais na RMBH | Foto: Eduardo Maia/Comunicação PROEX

Outro projeto apresentado foi Culthis: Espaço de atenção psicossocial à pessoa presa, ao sobrevivente do cárcere e familiares. “A nossa atuação no Culthis é formada pela demanda que chega até nós pela comunidade. Nosso trabalho é feito pela comunidade para a comunidade”, explicou a estudante de Psicologia Isabela Prado.

A militante antiprisional e mobilizadora social Maria Teresa dos Santos reiterou a importância da iniciativa. “O Culthis é o espaço onde a família do preso se sente acolhida e segura”.

Ela acrescentou: “sempre que procuramos apoio a gente tem. O curso dado foi um divisor de águas. A gente sabe quais são nossos deveres porque o sistema cobra todo dia; mas ninguém fala de nossos direitos. Eu sou muito grata a essa Universidade por abrir as portas pra nós enquanto familiares”.

O Diretor de Pecuária da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento de Itabira, Igor Nero Kelles, também compartilhou suas impressões sobre o Programa de apoio ao desenvolvimento sustentável da pecuária bovina. “Eu fiquei envolvido diretamente com a turma da UFMG e a gente quis fazer esse convênio por ser uma instituição forte. O produtor já olha pros alunos com um olhar diferente”, afirmou.

O programa teve 58 produtores rurais inscritos e realizou mais de 200 visitas em domicílio.

Arte e cultura

Apresentação cultural grupo Teatre / Foto Eduardo Maia / Comunicação Proex
Apresentação cultural grupo Teatre | Foto: Eduardo Maia /Comunicação PROEX

O seminário teve também apresentações de arte e cultura. O grupo Teatre, da Escola de Belas Artes (EBA/UFMG), é um curso de extensão de teatro voltado para pessoas trans. O projeto apresentou uma peça que levou o público à reflexão sobre a invisibilidade enfrentada por essa comunidade. “A gente desenvolve o corpo, desenvolve voz, desenvolve ação”, declarou na apresentação a aluna Morena Maria Fonseca Martins, participante do projeto.

A Oficina Tambores de Minas, também da EBA, apresentou duas canções populares, entre elas Maria, Maria, de Milton Nascimento. A oficina contribui para formação musical dos participantes e divulga e valoriza os sons, os ritos, os instrumentos, as danças e as imagens do Congado, propiciando o reconhecimento dos territórios negros.

Educação básica presente

O seminário teve ainda a participação especial de alunos do Fundamental I da Escola Municipal Ulisses Guimarães, que fica no bairro São Pedro, região centro-sul de Belo Horizonte.

Em tom de descontração, o vice-reitor da UFMG, Alessandro, destacou a importância da presença das crianças no espaço da instituição: “Vocês têm um compromisso comigo: vocês vão chegar em casa e falar que tinha um cara ‘magrelo’ na Universidade, que falou que a Universidade é nossa; ela é sim de vocês e de todo mundo. Um dia eu quero reencontrar vocês aqui”.

Homenagem e “alegria da extensão”

A Jornada realizou uma justa homenagem à professora Elza Machado de Melo, do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina, que faleceu na mesma semana. 

A pró-reitora Claudia Mayorga lembrou as contribuições de Elza para a extensão da Universidade e seu trabalho na área de políticas para mulheres: “Ela fundou e coordenou um mestrado profissional voltado para a questão da violência contra mulher. Fundou e coordenou um ambulatório para atender as mulheres vitimas de violência”.

Todo o auditório fez um minuto de barulho (literalmente) em homenagem à docente. “Essa alegria é a cara da extensão universitária que a professora Elza deixa como legado”, disse Claudia, emocionada.

Outras informações sobre a Jornada de Extensão estão disponíveis no site do evento.

Giulia Di Napoli | Assessoria de Comunicação da Proex

Alunos no estande do Xilorido, o Xilofone Colorido, apresentado pelo professor da Escola de Música Fernando Chaib | Foto: Comunicação Proex

Mostra de Produtos materializa diversidade e riqueza da extensão da UFMG

Público conheceu cartilhas, instrumentos musicais, jogos, aplicativos, oficinas, entre outros resultados das atividades

Mostra de produtos da extensão na Jornada de Extensão da UFMG de 2023
Mostra de produtos da extensão na Jornada de Extensão da UFMG de 2023 | Foto: Eduardo Maia/Comunicação PROEX

Novidade na programação da 22ª Jornada de Extensão da UFMG, a Mostra de Produtos Extensão divulgou 48 produtos.

Estudantes, docentes e técnicos expuseram seus trabalhos no hall do CAD1 (campus Pampulha) na quarta-feira, dia 10 de maio. Visitaram a atividade pessoas da comunidade acadêmica e externa.

Os produtos foram selecionados por comissão avaliadora formada por docentes da Universidade.

Caracterizam-se como produtos de extensão as produções desenvolvidas no âmbito das atividades de extensão, como publicações e produtos de caráter social, cultural, científico ou tecnológico, divulgados e difundidos na sociedade.

Alimentação saudável e inovação

Luanna Abreu, da Nutrição, expôs as cartilhas educativas desenvolvidas projeto Alimentação Saudável  Foto Comunicação Proex
Luanna Abreu, da Nutrição, expôs as cartilhas educativas desenvolvidas projeto Alimentação Saudável | Foto: Eduardo Maia/Comunicação PROEX

O projeto de extensão Alimentação Saudável, da Faculdade de Farmácia, expôs cartilhas distribuídas em escolas públicas para uma melhor qualidade de vida de crianças.

Bolsista no projeto, Luanna Abreu, do curso de Nutrição, falou da importância da participação na mostra. “Estou muito feliz de estar aqui. Nosso trabalho concilia informação e promoção da saúde”.

A discente contou que participa de visitas semanais do projeto às escolas, a fim de distribuir o material e difundir práticas saudáveis de alimentação. “É muito enriquecedor. A gente tem a chance de exercer a profissão ainda na graduação”, entusiasma a estudante.

Os visitantes conheceram também produtos provenientes de processos inovadores. A professora do Departamento de Química (ICEx/UFMG) Renata Costa Silva Araújo apresentou óleo e carvão obtidos (por pirólise) a partir de resíduos não recicláveis coletados pela Associação de Catadores de Materiais Recicláveis (CAMAR) de Mariana (MG).

Professora Renata, da Química, apresentou, aos visitantes, óleo e carvão obtidos a partir de materiais não recicláveis | Foto: Comunicação Proex
Professora Renata, da Química, apresentou, aos visitantes, óleo e carvão obtidos a partir de materiais não recicláveis | Foto: Eduardo Maia/Comunicação PROEX

A docente explicou que a ação foi desenvolvida em parceria com colega da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). “Os materiais, que seriam inicialmente descartados, nos serviu de matéria-prima para produção de carvão e óleo sustentáveis. Esses produtos poderão agora ser comercializados pelos catadores”, destacou Renata, ao comentar os potenciais da iniciativa.

Infância, robótica e música

João Marcos, da Escola Municipal Ulisses Guimarães curtiu os robô autônomo seguidor de linha do Cora UFMG Foto Comunicação PROEX
João Marcos, da Escola Municipal Ulisses Guimarães curtiu os robô autônomo seguidor de linha |
Foto: Eduardo Maia/PROEX

A Mostra de Produtos da Extensão teve a visita de turmas da educação básica de Belo Horizonte. João Marcos Souza, de 10 anos, que é aluno da Escola Municipal Ulisses Guimarães (Morro do Papagaio), conheceu a UFMG pela primeira vez. “O produto de que mais gostei foi o carrinho”, exaltou-se João Marcos.

O “carrinho” que encantou o pequeno João é conhecido como robô autônomo seguidor de linha, produto presente na mostra desenvolvido por estudantes do Programa de Educação Tutorial da Engenharia Elétrica (PETEE/UFMG).

“Acho muito importante a presença das escolas aqui. As crianças têm contato com robótica e também com outros produtos; é uma mostra bem diversificada”, afirmou o estudante de Engenharia Elétrica Isaias Barbosa, do projeto Cora UFMG (Competição de Robôs Autônomos).

Quem também prestigiou a atividade foi a graduanda em Matemática Rafaela Araújo, que conheceu os trabalhos ao lado de colegas e professora. “Amei vários produtos, como o xilofone e o curta-metragem sobre as crianças na pandemia”, declarou Rafaela, ao referir-se, respectivamente, ao Xilorido, o Xilofone Colorido, apresentado pelo professor da Escola de Música Fernando Chaib, e ao filme Infância em tempos de Pandemia, um dos resultados divulgados pelo projeto de extensão Universidade das Crianças (UC).

Veja a relação completa dos produtos que participaram da mostra.

Oficinas revelam oportunidades e boas práticas na extensão universitária

Participantes da 22ª Jornada de Extensão debateram as possibilidades e o fortalecimento da extensão 

Estudantes participaram de oficina e deram contribuições para aprimorar a extensão na UFMG| Foto: Giulia Di Napoli/Comunicação Proex
Estudantes participaram de oficina e deram contribuições para aprimorar a extensão na UFMG| Foto: Giulia Di Napoli/Comunicação Proex

A 22ª Jornada de Extensão oportunizou aprendizado e trocas de experiências. Nos dias 8 e 9 de maio, ocorreram oficinas sobre extensão universitária com a participação de estudantes de diversos cursos, além de membros dos CENEX e pessoas da comunidade externa.

Os encontros foram no CAD1 (sala 102). A primeira oficina foi realizada na segunda-feira (8), sob o tema A relação da universidade com a comunidade.

Uma das participantes foi Gabriela Pereira Resende, estudante do curso de Direito da Universidade. Ela destacou que a vontade de saber mais sobre extensão a levou a participar de uma das turmas. “Particularmente, no Direito, eu sinto dificuldade de conhecer as oportunidades e a extensão na prática. A oficina me permitiu conhecer como ela funciona”.

Michelle Gonçalves, caloura do Turismo, contou que estava perdida sobre o que é e como participar da extensão. “No primeiro período, as informações para calouro são meio confusas, então eu queria saber o que é extensão. Eu sempre quis participar de algum projeto”.

Formação em Extensão

Dinâmica com alunos da Oficina "A relação da universidade com a comunidade" | Foto: Giulia Di Napoli/Comunicação Proex
Dinâmica com alunos da Oficina “A relação da universidade com a comunidade” | Foto: Giulia Di Napoli/Comunicação Proex

A qualificação se mostrou ainda mais necessária no contexto atual de mudança geral nos currículos acadêmicos (denominada, na UFMG, Formação em Extensão Universitária – FEU).

Todos os 91 cursos de graduação da Universidade estão em processo de adequação à normativa que estabeleceu 10% de carga horária obrigatória para atividades de extensão.

No encontro, Glaucinei Rodrigues Corrêa, da Diretoria de Apoio à Gestão da Extensão (DAGE/Proex), esclareceu que cada colegiado determinará o funcionamento da nova norma dentro dos projetos pedagógicos.

Porém, Glaucinei explicou que a proposta é que uma disciplina ofertada possua vínculo com uma atividade de extensão, e os alunos matriculados na disciplina também participem do projeto. “Se ela [disciplina] tem essa atividade vinculada, ela será de Formação em Extensão, e essas horas serão computadas no histórico escolar do estudante”, disse.

Percepções e impacto social 

Em dinâmica, os participantes deram contribuições para aprimorar a extensão e relataram percepções e oportunidades descortinadas por essas atividades.

A estudante Jéssica Moreira Alves, de Nutrição, contou como o projeto Brincando e Aprendendo com alimentos mudou suas percepções.

“Eu faço parte de um projeto que mexe com criança dentro de escola e a gente muda os hábitos dos meninos desde cedo e leva muita informação para eles, promovendo saúde. A gente está lá dentro ensinando, mas também aprende através da prática e tem um pouquinho do gosto de vivenciar a profissão”, afirmou. “Na sala de aula aprendi e coloquei em prática no projeto”, concluiu Jéssica.

Paola Carolina Cunha Parreiras, participante do projeto Biblioteca Móvel (Programa Carro-biblioteca), contou emocionada: “Eu consigo ‘ver’ o impacto social do que eu faço quando eu saio com o carro da biblioteca e a gente para na Lagoa da Pampulha e vai entrando gente para poder pegar os livros”.

Quem também compartilhou vivências foi Fabrícia Ribeiro Gontijo, estudante de Pós-Graduação Educação e Docência. Ela ressaltou que a extensão está a serviço não apenas do conhecimento formal. São também importantes os conhecimentos não acadêmicos e tradicionais e o intercâmbio entre a universidade e as comunidades.

Gestão da extensão

CENEX compartilharam experiências exitosas de gestão da extensão das unidades | Foto: Comunicação Proex
CENEX compartilharam experiências exitosas de gestão da extensão das unidades | Foto: Eduardo Maia/Comunicação Proex

A oficina Boas práticas para a gestão da extensão nas unidades contou na terça-feira, dia 9, com a participação de coordenadores, secretários e membros dos Centro de Extensão (Cenex) das unidades.

Os participantes partilharam entre si experiências da gestão nas unidades, divulgaram ações bem-sucedidas desenvolvidas e dividiram com os colegas informações relevantes para aperfeiçoar os processos internos. O encontro foi também fundamental para a comunidade se informar sobre as novas normativas da UFMG.

A proposta da Pró-reitoria de Extensão (Proex) é continuar com as oficinas nas próximas edições da Jornada de Extensão, no âmbito das ações em curso de aprimoramento da relação com as unidades.

Giulia Di Napoli |Assessoria de Comunicação da Proex

Oficinas, seminário, mostra de produtos da extensão e muito mais!

A 22ª Jornada de Extensão tem como tema:
#comunidadepresente: relação da universidade com outros setores da sociedade.

Evento vai rolar de forma presencial no campus Pampulha no CAD1.

Teremos as seguintes atividades:

– Mostra de Produtos da Extensão: dia 10 de maio, das 14h às 18h;
– Seminário com apresentações de atividades de extensão e debate público: dia 10 de maio, das 14h às 17h;
– Oficina para estudantes e comunidade: 8 de maio, das 14 às 17h;
– Oficina para CENEX: 9 de maio, das 14 às 17h.

A programação completa está publicada nesta página.

Relembre a edição comemorativa de 20 anos, que despertou a esperança de ‘viver Freire’

Estudantes extensionistas da UFMG relataram experiências de aplicação dos ideais do educador homenageado

Em sua atuação, as atividades de extensão da UFMG são transformadas e impactadas pela interação com comunidades, saberes e sujeitos diversos. Essa relação dialógica, que é um dos pilares do pensamento e método do educador Paulo Freire, foi demostrada na 20ª Jornada de Extensão da UFMG. O evento foi realizado virtualmente na quarta-feira, dia 16 de junho, com o tema 20 anos da Jornada de Extensão e centenário de Paulo Freire – extensão para a autonomia, o diálogo e a esperança.

O Projeto Pequi, vinculado ao Instituto de Ciências Biológicas (ICB), nasceu, em 2012, como alternativa de renda para a comunidade quilombola de Pontinha, em Paraopeba (MG). Segundo a extensionista, Luisa Couto de Souza, todo trabalho é realizado “em comunhão” e utilizando ferramentas participativas. “Houve a participação ativa e crítica, a construção do conhecimento e da autonomia dos comunitários, que passaram a produzir e a vender produtos à base de pequi de forma sustentável”, relatou a estudante, que mencionou, ainda, o impacto da experiência na sua formação. “É uma contribuição que vai além da academia. A interação com o mundo contribuiu para eu dar sentindo ao que aprendo e me tornou ‘mais humana’”.

No evento, a estudante Luisa apresentou a interação do projeto Pequi com comunidade quilombola de Pontinha, em Paraopeba, Minas Gerais (Reprodução YouTube)

Na área da comunicação, o estudante Ian Figueiredo Braga Netto apresentou sua participação no projeto ‘Ciência na Web’, iniciativa do programa ‘1000 Futuros Cientistas’, do Departamento de Química da UFMG. O projeto busca democratizar a ciência por plataformas virtuais a partir de situações corriqueiras e experiências do cotidiano. “Dedicamo-nos a explicar química de forma acessível e democrática. Assim como sugerido por Paulo Freire, todas as pessoas têm um conhecimento proveniente da sua cultura, da vivência, que não é menos importante do que o conhecimento teórico”, afirmou Ian, para quem o educador homenageado é, desde o ensino médio, “uma grande fonte de inspiração”.   

O discente de Química da UFMG, Ian Figueiredo, inspira-se em Paulo Freire para desenvolver ações de divulgação da ciência (Reprodução YouTube)

O projeto Observatório de Estomaterapia: feridas e estomas foi representado na Jornada pela discente do curso de Enfermagem, Laura Ellen França Soares. Ela explicou que, a partir dos princípios de Freire, a iniciativa visa contribuir para a qualidade de vida de pacientes atendidos no Hospital das Clínicas da UFMG, provenientes do Sistema Único de Saúde. “Há uma troca recíproca de conhecimentos com o paciente, que se torna sujeito ativo do tratamento para que ele possa alcançar a autonomia do autocuidado e a qualidade de vida”.

Ao mediar debate com os discentes acerca dos ideais freireanos, a professora da Faculdade de Educação (FaE) da UFMG, Lúcia Helena Alvarez Leite, disse que “a proposta do homenageado visa problematizar a partir da realidade, da interação, da troca e da prática social. É um grande desafio ‘viver Paulo Freire’ dentro ou fora da UFMG”.  

Laura França demonstrou como a método de Freire pode também ser aplicado à Enfermagem (Reprodução YouTube)

Inspiração de longe

A pró-reitora de Extensão da UFMG, Claudia Mayorga, ressaltou que Paulo Freire inspirou a concepção, na década de 80, das diretrizes da extensão universitária no Brasil, como a interação dialógica, a formação do estudante, a transformação social e a interdisciplinaridade. “Essa inspiração é fundamento para que cumpramos, hoje, nossa função de universidade pública”, afirmou.     

Para a reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida, homenagear o educador nos 20 anos da Jornada é uma forma também reafirmar a importância assumida pela extensão. “Esse evento atesta a qualidade dos trabalhos que vêm sendo desenvolvidos com as comunidades e a extensão como elemento integrador das ações da Universidade. Que Paulo Freire nos inspire sempre no cotidiano, na formação humana e no desafio de lutar por um país mais equânime, justo e melhor”.

Atrações culturais

Orquestra de Choro da UFMG se apresentou no evento com a canção ‘Ele e Eu’, do mestre Pixinguinha (Reprodução YouTube)

A programação da edição de 20 anos da Jornada de Extensão também incluiu a participação da Orquestra de Choro, da Escola de Música da UFMG, coordenada pelo professor Marcos Flávio, que interpretou a música Ele e eu, de Pixinguinha, e do projeto Arte e Diferença, da Escola de Belas Artes, que apresentou a performance Freiriarte.

Ao fim do evento, foi apresentado vídeo do cordel Aprendi lendo caju, escrito e encenado pelo professor do Teatro Universitário (TU), Fernando Limoeiro, em que o próprio Limoeiro interpreta o protagonista ‘Vitorino Sabe-Ler’, um lavrador que sente vergonha de não ser alfabetizado. Ao conhecer Paulo Freire, ‘Vitorino’ descobre um mundo de possibilidades descortinado pela leitura e pela escrita.

A 20ª Jornada de Extensão da UFMG contou com intérpretes de Libras.

Os estudantes inscritos receberam certificado de participação.

Vídeo completo do evento.

Foto de Capa: Em sentido horário Luisa, Laura, Ian, Lucinha e Lorena Diniz (Intérprete de Libras) Reprodução: YouTube Extensão UFMG

Veja abaixo mais imagens do evento.

Jornada inspira edição especial do Boletim UFMG

Tradicional publicação da UFMG celebra as duas décadas do evento com matérias especiais sobre atividades extensionistas da Universidade

As atividades extensionistas orientam-se por ideias que o educador Paulo Freire defendeu com paixão e método. Ele é o homenageado da 20ª Jornada de Extensão da UFMG, destaque da edição 2103 do Boletim, que focaliza iniciativas como o cursinho popular Guimarães Rosa, o curso de astronomia para professores da rede básica e a capacitação de docentes que atuam na Educação de Jovens e Adultos (EJA) – todas guiadas pela máxima segundo a qual “quem ensina aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender”.

O evento será realizado nesta quarta-feira, dia 16, e reunirá estudantes, professores, servidores técnicos e representantes das comunidades parceiras dos programas e projetos. Leia o conteúdo da edição.

Paulo Freire, o pensador do diálogo, da autonomia e da esperança
Em artigo, a professora Claudia Mayora, pró-reitora de extensão da UFMG, descreve temas centrais do pensamento do educador.

Herdeiros de Freire
Homenagem ao educador marca a 20ª edição da Jornada de Extensão.

O céu sob as lentes freireanas
Curso de extensão para professores que ensinam astronomia no ensino básico valoriza a cultura e o conhecimento prévio do participante.

O campo enfrenta a pandemia
Pesquisadores, agricultores e estudantes de Montes Claros criam alternativas para compartilhar saberes e manter atividades.

‘Mestre não é quem sempre ensina, mas quem, de repente, aprende’
Cursinho popular ajuda jovens de baixa renda a ingressar na UFMG.

Ele tem fome de quê?
Trupe A Torto e a Direito, dirigida pelo dramaturgo Fernando Limoeiro, recorre à arte popular nordestina para dar voz a quem não tem.

Aula de diversidade
Curso estimula a construção de projetos de inclusão e cidadania no âmbito da Educação de Jovens e Adultos.

Angicos vive
Faculdade de Educação programou várias atividades para celebrar o centenário de Paulo Freire; especialistas analisam a sua obra e a experiência de alfabetização de adultos no Rio Grande do Norte.

Emancipação, autonomia: liberdade
Professora da FaE conta como conheceu o universo do educador e diz que viver Paulo Freire é a melhor forma de homenageá-lo.

Seguir sempre e mudar quando necessário
O professor Edison Corrêa, que aos 79 anos segue fazendo extensão, baseou sua trajetória na busca por impactos nas comunidades.

Capa: Imagem que ilustra a capa da edição especial do Boletim UFMG (Marcelo Lustosa | Cedecom UFMG)

Edição comemorativa será realizada virtualmente nesta quarta-feira

Programação terá a apresentação de atividades selecionadas em concurso, debate e atrações culturais

As duas décadas da Jornada de Extensão serão celebradas oficialmente nesta quarta-feira, dia 16 de junho, em encontro, ao vivo, às 15h, com transmissão pelo canal da pró-reitoria de Extensão no YouTube.  

Com o tema 20 anos da Jornada de Extensão e centenário de Paulo Freire – extensão para a autonomia, o diálogo e a esperança, o evento terá a apresentação de três estudantes extensionistas da Universidade: Laura França, participante do projeto Observatório de Estomaterapia: feridas e estomas; Ian Figueiredo, participante do programa 1000 Futuros Cientistas, e Luisa Couto, do Projeto Pequi. Haverá debate mediado pela professora Lúcia Helena Alvarez Leite, da Faculdade de Educação (FaE) da UFMG.

A programação também inclui a participação da Orquestra de Choro, da Escola de Música da UFMG – sob coordenação do professor Marcos Flávio –, que interpretará a música Ele e eu, de Pixinguinha, do projeto Arte e Diferença, da Escola de Belas Artes, com o espetáculo Freiriarte, e a apresentação do cordel Aprendi lendo caju, criado e interpretado especialmente para o evento do professor do Teatro Universitário (TU), Fernando Limoeiro.

As inscrições de ouvintes podem ser realizadas gratuitamente por meio deste formulário eletrônico. Todos os inscritos recebem certificado de participação.

Votação expressiva

Em 2021, a Jornada acontecerá pela segunda vez em formato virtual. A edição comemorativa de 20 anos presta homenagem ao centenário do educador e filósofo Paulo Freire, cujos princípios – a autonomia, o diálogo e a esperança – motivaram a mobilização dos discentes em torno de concurso para a escolha das atividades que serão apresentadas nesta quarta-feira.  

Dos 119 vídeos pré-selecionados pela Proex e publicados no site da Jornada, os três mais bem votados, de áreas distintas – Saúde, Comunicação e Meio Ambiente –, foram escolhidos em votação popular.

Os vídeos de autoria de Laura França, da Escola de Enfermagem, Ian Figueiredo, do Instituto de Ciências Exatas (ICEx), e Luisa Couto, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), contabilizaram, respectivamente, 481, 431 e 268 votos. O concurso contou com a participação de 5.667 votantes, que registraram três atividades de sua preferência, totalizando, assim, 17.001 votos.  

Saiba mais sobre a programação.

Foto de capa: Extensionista Laura Ellen França Soares, da Enfermagem, apresentará no evento o projeto Observatório de Estomaterapia: feridas e estomas (Reprodução YouTube)

Experiências de protagonismo são compartilhadas por estudantes

Em 2020, participação dos discentes na reinvenção da extensão e desafios da atuação remota nortearam a primeira edição virtual

A 19ª Jornada de Extensão da UFMG acorreu de forma virtual no dia 7 de julho de 2020. A força e protagonismo dos estudantes durante a pandemia da Covid-19, a reinvenção da extensão e o fortalecimento da atuação junto às comunidades orientaram a programação do evento, que contou com transmissão pelo canal do YouTube Coordenadoria de Assuntos Comunitários (CAC) e tradução em libras pelo Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI).

Comemorando 35 anos de extensão, professores e alunos do Centro de Musicalização Integrada (CMI), da Escola de Música, exibiram uma interpretação especial para o evento da música Sal da Terra, de Beto Guedes. Antes, a diretora do CMI, professora Angelita Broock, apresentou e convidou o público a conhecer as iniciativas de formação musical para crianças e adultos por meio webinários e redes sociais.

A estudante do curso de Publicidade e Propaganda da UFMG, Luiza Nestor, representou a Clínica de Direitos Humanos (CdH), vinculada à Divisão de Assistência Judiciária (DAJ) da Faculdade de Direito. Ela expôs sua experiência na comunicação da Cdh, onde tem contribuído para a aplicação do conceito de litigância estratégica para a defesa e promoção dos direitos da população vulnerabilizada. “É uma forma e meio para a solução de casos gerais de violação de direitos humanos recebidos pela Clínica, em especial envolvendo grupos vulneráveis como a população GLBT e a carcerária”, explicou.

Estudante Luiza Nestor no evento: comunicação e direito em prol dos direitos humanos

Ao falar de sua participação e dos resultados do projeto de extensão Apoio às Equipes de Saúde da Família no enfrentamento da epidemia do Covid-19 por meio de dispositivos remotos, da Escola de Enfermagem, a doutoranda Isabela de Caux Bueno afirmou que a iniciativa “permite a integração e compartilhamento de experiências entre alunos, professores e serviços de saúde, as quais são fundamentais para novas práticas em saúde e em enfermagem no enfrentamento à Covid-19 em comunidades parceiras”.

Isabela de Caux Bueno falou de sua participação em projeto que tem apoiado profissionais e gestores de saúde

Um dos mais antigos programas de extensão da Universidade, o Carro Biblioteca se fez representado pela bolsista e aluna do curso de Biblioteconomia, Luana Bozi. Ela apresentou o projeto Rádio Janela, que durante a quarentena tem levado cultura, contação de histórias e informação sobre Covid-19 a comunidades com dificuldade de acesso à internet. “O projeto surgiu de uma demanda das localidades que eram atendidas presencialmente pelo programa. Em sua maioria, são pessoas carentes e sem acesso, por exemplo, às redes sociais. Elas encontram na Rádio Janela uma maneira de ter acesso à informação, cultura e entretenimento”, afirmou a estudante.

Luana Bozi apresentou o projeto Rádio Janela, que foi lançado na pandemia para levar informação e cultura a comunidades carentes

Capacidade inventiva

Os convidados e o público também participaram de debate conduzido pela professora da Faculdade de Odontologia (FAO) e coordenadora do Centro de Extensão da Unidade, Maria Inês Barreiros Sena. Segundo a professora, em meio a vulnerabilidades e iniquidade sociais agravadas pela pandemia, a UFMG tem dado respostas rápidas aos grandes problemas.

 “A capacidade de invenção e renovação ficou claro aqui hoje e mostra a qualidade da extensão que é produzida na UFMG”, destacou a professora, que reiterou a importância da atuação dos discentes na pandemia. “Não é possível fazer extensão sem os estudantes, e a Jornada nos demonstra esse protagonismo e interação dialógica adequados à nova realidade”.

Fortalecimento e desafios

Ao comentar os desafios enfrentados pela Universidade e a importância de se manter “acesa” a tradição da Jornada, a reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida, afirmou que a pandemia veio para ser um “divisor de águas” na Universidade e na sociedade. “Neste momento tão difícil, é muito importante realizarmos um evento como este, que nos faz repensar e refletir sobre os desafios que nos acompanham hoje e nos acompanharão para os próximos anos”, afirmou Sandra, destacando que a pandemia também “marca uma mudança de comportamento da sociedade, exigindo mais inclusão, solidariedade e responsabilidade para com o próximo e o planeta”.

A pró-reitora de Extensão da UFMG, Claudia Mayorga, abordou os principais eixos de atuação da extensão no momento e as ações que têm sido desenvolvidas durante a quarentena, agradecendo especialmente a participação dos estudantes. “A UFMG não parou quando suspendemos as atividades presenciais, no dia 19 de março. Pelo contrário, a Universidade se reinventou e fortaleceu seu diálogo com os setores da sociedade, tendo os estudantes como protagonistas neste contexto”, disse Claudia, enfatizando ainda que o momento “demostrou que é possível, sim, fazer extensão em uma conjuntura de distanciamento social”.

O vídeo da 19ª Jornada de Extensão está disponível aqui no nosso site.

Os estudantes que se inscreveram no evento poderão obter certificado por meio de resposta a formulário de avaliação. Os certificados estarão disponíveis no sistema usado para inscrição.

Confira abaixo imagens do evento.