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Foto de alunos e professores na Jornada de Extensão da UFMG em 2023

Jornada compartilha atividades que impactam a comunidade

Seminário com a presença de estudantes e parceiros externos reafirmou a força da extensão da UFMG

Estudantes extensionistas participantes da 22ª edição realizada ano passado | Foto: Raphaella Dias/UFMG
Estudante Isabela Prado (centro), que apresentou seu projeto, com os colegas na 22ª Jornada de Extensão | Foto: Raphaella Dias /UFMG

“Porque eu descobri o segredo que me faz humano; já não está mais perdido o elo; o amor é o segredo de tudo; e eu pinto tudo em amarelo”.

O poema, da canção Principia, de Emicida, foi evocado na abertura do seminário da 22ª Jornada de Extensão da UFMG, interpretado pelo Mestre de Cerimônia (MC) do evento João Pedro Salles, que é estudante do curso de Jornalismo da UFMG e participante do coletivo Temporona.

 “Tudo que a gente tem é nós e se a gente não for pela gente, quem vai ser?”, provocou João Pedro na abertura.

O seminário ocorreu na quarta-feira, dia 10 de maio de 2023, no auditório nobre do CAD1 (campus Pampulha), com participação de professores, estudantes, técnicos e comunidade externa. Nesse ano, o tema foi: #comunidadepresente: relação da universidade com outros setores da sociedade.

A pró-reitora de Extensão, Claudia Mayorga, explicou que o tema diz respeito à volta do contato das atividades de extensão com as comunidades após o advento da pandemia. “A gente vê concretamente como que os projetos estão colaborando com os diversos setores da sociedade”, disse a pró-reitora.

O vice-reitor da UFMG, Alessandro Fernandes Moreira, reiterou a importância de momentos como esse. “Como é  bom ver a UFMG com a natureza dialógica da extensão. A sociedade aprende conosco e a gente aprende com a sociedade”, afirmou.

Comunidade presente e impacto social

Foram apresentadas cinco atividades de extensão premiadas no Encontro de Extensão (evento realizado em 2022).

Uma das representantes da comunidade externa foi Nilmara, participante de curso do Projeto Compartilhado de formação de agentes sociais na RMBH. “Esse ‘abraço’ que esse projeto deu pra gente foi muito importante. No final, posso dizer que aprendi muito nesse curso e posso levar isso para minha vida e minha área de atuação”.

Fala de Nilmara durante a apresentação do projeto compartilhado de formação de agentes sociais na RMBH / Foto Eduardo Maia / Comunicação Proex
Fala de Nilmara durante a apresentação do projeto compartilhado de formação de agentes sociais na RMBH | Foto: Eduardo Maia/Comunicação PROEX

Outro projeto apresentado foi Culthis: Espaço de atenção psicossocial à pessoa presa, ao sobrevivente do cárcere e familiares. “A nossa atuação no Culthis é formada pela demanda que chega até nós pela comunidade. Nosso trabalho é feito pela comunidade para a comunidade”, explicou a estudante de Psicologia Isabela Prado.

A militante antiprisional e mobilizadora social Maria Teresa dos Santos reiterou a importância da iniciativa. “O Culthis é o espaço onde a família do preso se sente acolhida e segura”.

Ela acrescentou: “sempre que procuramos apoio a gente tem. O curso dado foi um divisor de águas. A gente sabe quais são nossos deveres porque o sistema cobra todo dia; mas ninguém fala de nossos direitos. Eu sou muito grata a essa Universidade por abrir as portas pra nós enquanto familiares”.

O Diretor de Pecuária da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento de Itabira, Igor Nero Kelles, também compartilhou suas impressões sobre o Programa de apoio ao desenvolvimento sustentável da pecuária bovina. “Eu fiquei envolvido diretamente com a turma da UFMG e a gente quis fazer esse convênio por ser uma instituição forte. O produtor já olha pros alunos com um olhar diferente”, afirmou.

O programa teve 58 produtores rurais inscritos e realizou mais de 200 visitas em domicílio.

Arte e cultura

Apresentação cultural grupo Teatre / Foto Eduardo Maia / Comunicação Proex
Apresentação cultural grupo Teatre | Foto: Eduardo Maia /Comunicação PROEX

O seminário teve também apresentações de arte e cultura. O grupo Teatre, da Escola de Belas Artes (EBA/UFMG), é um curso de extensão de teatro voltado para pessoas trans. O projeto apresentou uma peça que levou o público à reflexão sobre a invisibilidade enfrentada por essa comunidade. “A gente desenvolve o corpo, desenvolve voz, desenvolve ação”, declarou na apresentação a aluna Morena Maria Fonseca Martins, participante do projeto.

A Oficina Tambores de Minas, também da EBA, apresentou duas canções populares, entre elas Maria, Maria, de Milton Nascimento. A oficina contribui para formação musical dos participantes e divulga e valoriza os sons, os ritos, os instrumentos, as danças e as imagens do Congado, propiciando o reconhecimento dos territórios negros.

Educação básica presente

O seminário teve ainda a participação especial de alunos do Fundamental I da Escola Municipal Ulisses Guimarães, que fica no bairro São Pedro, região centro-sul de Belo Horizonte.

Em tom de descontração, o vice-reitor da UFMG, Alessandro, destacou a importância da presença das crianças no espaço da instituição: “Vocês têm um compromisso comigo: vocês vão chegar em casa e falar que tinha um cara ‘magrelo’ na Universidade, que falou que a Universidade é nossa; ela é sim de vocês e de todo mundo. Um dia eu quero reencontrar vocês aqui”.

Homenagem e “alegria da extensão”

A Jornada realizou uma justa homenagem à professora Elza Machado de Melo, do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina, que faleceu na mesma semana. 

A pró-reitora Claudia Mayorga lembrou as contribuições de Elza para a extensão da Universidade e seu trabalho na área de políticas para mulheres: “Ela fundou e coordenou um mestrado profissional voltado para a questão da violência contra mulher. Fundou e coordenou um ambulatório para atender as mulheres vitimas de violência”.

Todo o auditório fez um minuto de barulho (literalmente) em homenagem à docente. “Essa alegria é a cara da extensão universitária que a professora Elza deixa como legado”, disse Claudia, emocionada.

Outras informações sobre a Jornada de Extensão estão disponíveis no site do evento.

Giulia Di Napoli | Assessoria de Comunicação da Proex

Alunos no estande do Xilorido, o Xilofone Colorido, apresentado pelo professor da Escola de Música Fernando Chaib | Foto: Comunicação Proex

Mostra de Produtos materializa diversidade e riqueza da extensão da UFMG

Público conheceu cartilhas, instrumentos musicais, jogos, aplicativos, oficinas, entre outros resultados das atividades

Mostra de produtos da extensão na Jornada de Extensão da UFMG de 2023
Mostra de produtos da extensão na Jornada de Extensão da UFMG de 2023 | Foto: Eduardo Maia/Comunicação PROEX

Novidade na programação da 22ª Jornada de Extensão da UFMG, a Mostra de Produtos Extensão divulgou 48 produtos.

Estudantes, docentes e técnicos expuseram seus trabalhos no hall do CAD1 (campus Pampulha) na quarta-feira, dia 10 de maio. Visitaram a atividade pessoas da comunidade acadêmica e externa.

Os produtos foram selecionados por comissão avaliadora formada por docentes da Universidade.

Caracterizam-se como produtos de extensão as produções desenvolvidas no âmbito das atividades de extensão, como publicações e produtos de caráter social, cultural, científico ou tecnológico, divulgados e difundidos na sociedade.

Alimentação saudável e inovação

Luanna Abreu, da Nutrição, expôs as cartilhas educativas desenvolvidas projeto Alimentação Saudável  Foto Comunicação Proex
Luanna Abreu, da Nutrição, expôs as cartilhas educativas desenvolvidas projeto Alimentação Saudável | Foto: Eduardo Maia/Comunicação PROEX

O projeto de extensão Alimentação Saudável, da Faculdade de Farmácia, expôs cartilhas distribuídas em escolas públicas para uma melhor qualidade de vida de crianças.

Bolsista no projeto, Luanna Abreu, do curso de Nutrição, falou da importância da participação na mostra. “Estou muito feliz de estar aqui. Nosso trabalho concilia informação e promoção da saúde”.

A discente contou que participa de visitas semanais do projeto às escolas, a fim de distribuir o material e difundir práticas saudáveis de alimentação. “É muito enriquecedor. A gente tem a chance de exercer a profissão ainda na graduação”, entusiasma a estudante.

Os visitantes conheceram também produtos provenientes de processos inovadores. A professora do Departamento de Química (ICEx/UFMG) Renata Costa Silva Araújo apresentou óleo e carvão obtidos (por pirólise) a partir de resíduos não recicláveis coletados pela Associação de Catadores de Materiais Recicláveis (CAMAR) de Mariana (MG).

Professora Renata, da Química, apresentou, aos visitantes, óleo e carvão obtidos a partir de materiais não recicláveis | Foto: Comunicação Proex
Professora Renata, da Química, apresentou, aos visitantes, óleo e carvão obtidos a partir de materiais não recicláveis | Foto: Eduardo Maia/Comunicação PROEX

A docente explicou que a ação foi desenvolvida em parceria com colega da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). “Os materiais, que seriam inicialmente descartados, nos serviu de matéria-prima para produção de carvão e óleo sustentáveis. Esses produtos poderão agora ser comercializados pelos catadores”, destacou Renata, ao comentar os potenciais da iniciativa.

Infância, robótica e música

João Marcos, da Escola Municipal Ulisses Guimarães curtiu os robô autônomo seguidor de linha do Cora UFMG Foto Comunicação PROEX
João Marcos, da Escola Municipal Ulisses Guimarães curtiu os robô autônomo seguidor de linha |
Foto: Eduardo Maia/PROEX

A Mostra de Produtos da Extensão teve a visita de turmas da educação básica de Belo Horizonte. João Marcos Souza, de 10 anos, que é aluno da Escola Municipal Ulisses Guimarães (Morro do Papagaio), conheceu a UFMG pela primeira vez. “O produto de que mais gostei foi o carrinho”, exaltou-se João Marcos.

O “carrinho” que encantou o pequeno João é conhecido como robô autônomo seguidor de linha, produto presente na mostra desenvolvido por estudantes do Programa de Educação Tutorial da Engenharia Elétrica (PETEE/UFMG).

“Acho muito importante a presença das escolas aqui. As crianças têm contato com robótica e também com outros produtos; é uma mostra bem diversificada”, afirmou o estudante de Engenharia Elétrica Isaias Barbosa, do projeto Cora UFMG (Competição de Robôs Autônomos).

Quem também prestigiou a atividade foi a graduanda em Matemática Rafaela Araújo, que conheceu os trabalhos ao lado de colegas e professora. “Amei vários produtos, como o xilofone e o curta-metragem sobre as crianças na pandemia”, declarou Rafaela, ao referir-se, respectivamente, ao Xilorido, o Xilofone Colorido, apresentado pelo professor da Escola de Música Fernando Chaib, e ao filme Infância em tempos de Pandemia, um dos resultados divulgados pelo projeto de extensão Universidade das Crianças (UC).

Veja a relação completa dos produtos que participaram da mostra.

Oficinas revelam oportunidades e boas práticas na extensão universitária

Participantes da 22ª Jornada de Extensão debateram as possibilidades e o fortalecimento da extensão 

Estudantes participaram de oficina e deram contribuições para aprimorar a extensão na UFMG| Foto: Giulia Di Napoli/Comunicação Proex
Estudantes participaram de oficina e deram contribuições para aprimorar a extensão na UFMG| Foto: Giulia Di Napoli/Comunicação Proex

A 22ª Jornada de Extensão oportunizou aprendizado e trocas de experiências. Nos dias 8 e 9 de maio, ocorreram oficinas sobre extensão universitária com a participação de estudantes de diversos cursos, além de membros dos CENEX e pessoas da comunidade externa.

Os encontros foram no CAD1 (sala 102). A primeira oficina foi realizada na segunda-feira (8), sob o tema A relação da universidade com a comunidade.

Uma das participantes foi Gabriela Pereira Resende, estudante do curso de Direito da Universidade. Ela destacou que a vontade de saber mais sobre extensão a levou a participar de uma das turmas. “Particularmente, no Direito, eu sinto dificuldade de conhecer as oportunidades e a extensão na prática. A oficina me permitiu conhecer como ela funciona”.

Michelle Gonçalves, caloura do Turismo, contou que estava perdida sobre o que é e como participar da extensão. “No primeiro período, as informações para calouro são meio confusas, então eu queria saber o que é extensão. Eu sempre quis participar de algum projeto”.

Formação em Extensão

Dinâmica com alunos da Oficina "A relação da universidade com a comunidade" | Foto: Giulia Di Napoli/Comunicação Proex
Dinâmica com alunos da Oficina “A relação da universidade com a comunidade” | Foto: Giulia Di Napoli/Comunicação Proex

A qualificação se mostrou ainda mais necessária no contexto atual de mudança geral nos currículos acadêmicos (denominada, na UFMG, Formação em Extensão Universitária – FEU).

Todos os 91 cursos de graduação da Universidade estão em processo de adequação à normativa que estabeleceu 10% de carga horária obrigatória para atividades de extensão.

No encontro, Glaucinei Rodrigues Corrêa, da Diretoria de Apoio à Gestão da Extensão (DAGE/Proex), esclareceu que cada colegiado determinará o funcionamento da nova norma dentro dos projetos pedagógicos.

Porém, Glaucinei explicou que a proposta é que uma disciplina ofertada possua vínculo com uma atividade de extensão, e os alunos matriculados na disciplina também participem do projeto. “Se ela [disciplina] tem essa atividade vinculada, ela será de Formação em Extensão, e essas horas serão computadas no histórico escolar do estudante”, disse.

Percepções e impacto social 

Em dinâmica, os participantes deram contribuições para aprimorar a extensão e relataram percepções e oportunidades descortinadas por essas atividades.

A estudante Jéssica Moreira Alves, de Nutrição, contou como o projeto Brincando e Aprendendo com alimentos mudou suas percepções.

“Eu faço parte de um projeto que mexe com criança dentro de escola e a gente muda os hábitos dos meninos desde cedo e leva muita informação para eles, promovendo saúde. A gente está lá dentro ensinando, mas também aprende através da prática e tem um pouquinho do gosto de vivenciar a profissão”, afirmou. “Na sala de aula aprendi e coloquei em prática no projeto”, concluiu Jéssica.

Paola Carolina Cunha Parreiras, participante do projeto Biblioteca Móvel (Programa Carro-biblioteca), contou emocionada: “Eu consigo ‘ver’ o impacto social do que eu faço quando eu saio com o carro da biblioteca e a gente para na Lagoa da Pampulha e vai entrando gente para poder pegar os livros”.

Quem também compartilhou vivências foi Fabrícia Ribeiro Gontijo, estudante de Pós-Graduação Educação e Docência. Ela ressaltou que a extensão está a serviço não apenas do conhecimento formal. São também importantes os conhecimentos não acadêmicos e tradicionais e o intercâmbio entre a universidade e as comunidades.

Gestão da extensão

CENEX compartilharam experiências exitosas de gestão da extensão das unidades | Foto: Comunicação Proex
CENEX compartilharam experiências exitosas de gestão da extensão das unidades | Foto: Eduardo Maia/Comunicação Proex

A oficina Boas práticas para a gestão da extensão nas unidades contou na terça-feira, dia 9, com a participação de coordenadores, secretários e membros dos Centro de Extensão (Cenex) das unidades.

Os participantes partilharam entre si experiências da gestão nas unidades, divulgaram ações bem-sucedidas desenvolvidas e dividiram com os colegas informações relevantes para aperfeiçoar os processos internos. O encontro foi também fundamental para a comunidade se informar sobre as novas normativas da UFMG.

A proposta da Pró-reitoria de Extensão (Proex) é continuar com as oficinas nas próximas edições da Jornada de Extensão, no âmbito das ações em curso de aprimoramento da relação com as unidades.

Giulia Di Napoli |Assessoria de Comunicação da Proex