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Projetos que democratizam a universidade são destaque na 23ª Jornada de Extensão

Atividades voltadas para educação básica, promoção da igualdade racial e humanização do parto e nascimento foram exemplos que contribuem para uma Universidade mais inclusiva e democrática

Evento teve a apresentação de atividades por estudantes e parceiros externos, que relataram as contribuições da extensão para a democratização da universidade | Foto: Eduardo Maia/Proex
Evento teve a apresentação de atividades por estudantes e parceiros externos, que relataram as contribuições da extensão para a democratização da universidade | Foto: Eduardo Maia/Proex

A abertura do seminário da 23ª Jornada de Extensão da UFMG, na tarde de quarta-feira, dia 8 de maio de 2024, relembrou as vítimas decorrentes das enchentes no estado do Rio Grande Sul e convocou o público a refletir sobre como enfrentar os desastres ambientais provocados pelo homem, as injustiças, as desigualdades sociais.

O evento foi conduzido pelo estudante do curso de Jornalismo da UFMG João Pedro Salles. Foram apresentadas três atividades de extensão da UFMG que atuam na reflexão crítica, conscientização da sociedade e emancipação humana por meio da educação e da democratização da universidade pública. O seminário, prestigiado por estudantes e parceiros envolvidos em projetos de extensão, praticamente lotou o principal auditório do CAD1, no campus Pampulha.

 Culturas afro-brasileira e indígena nas escolas

O estudante do 2º período do curso de graduação em História Gabriel Gomes apresentou o projeto Ciclo Permanente de Estudos e Debates sobre Educação Básica, do Centro Pedagógico (CP/UFMG). Por meio do diálogo com escolas de ensino básico de Belo Horizonte, a ação dissemina as culturas afro-brasileira e indígenas. Uma das instituições parceiras do projeto é a Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Santa Cruz, da região nordeste de BH, foi representada pela professora Maria de Jesus e pela assistente social Janaina Uiara.

Equipes projeto de extensão Ciclo Permanente e da EMEI Santa Cruz | Foto: Eduardo Maia/Proex
Equipes projeto de extensão Ciclo Permanente e da EMEI Santa Cruz | Foto: Eduardo Maia/Proex

O estudante Gabriel, que é bolsista da atividade, explicou que a iniciativa tem como eixo a formação de professores focados nas relações étnico-raciais. Ele ressaltou a importância da interdisciplinaridade para as ações. “A interação transdisciplinar é fundamental, pois a formação étnico-racial demanda a participação não só das disciplinas de ciências humanas, mas também das de ciências exatas, por exemplo”, disse.

Janaína Uiara, por vez, disse que a iniciativa contribui para o cumprimento das leis federais 10.639/2002 e 11.645/2008, que estabeleceram a obrigatoriedade da inclusão desses temas nos currículos escolares. “Infelizmente, isso ainda não é uma realidade nas escolas. A EMEI Santa Cruz, por outro lado, foi certificada e é hoje exemplo de promoção da igualdade racial”, destacou Janaína.

Saúde da mulher e alfabetização

O projeto de extensão Sentidos do Nascer foi apresentado na jornada pelas estudantes Ryanne Menezes e Gabriela Coelho, respectivamente, dos cursos de graduação em Terapia Ocupacional e Enfermagem da UFMG.

As integrantes do projeto sensibilizaram o público sobre a importância da valorização do parto normal e a redução da cirurgia cesariana no Brasil. “A meu ver, isso é um assunto que diz respeito a todos. A forma como nós nascemos mostra como é a sociedade em que a gente vive”, refletiu Ryanne, em sua exposição.

Ryanne (à esquerda): humanização do parto e nascimento diz respeito a todos | Foto: Eduardo Maia/Proex
Ryanne (à esquerda): humanização do parto e nascimento diz respeito a todos | Foto: Eduardo Maia/Proex

Outra ação participante da jornada foi o Laboratório de Alfabetização e Letramento (LAL), da Faculdade de Educação (FaE/UFMG), que foi relatado pelas bolsistas Isadora Felipe e Letícia Lima, ambas do curso Pedagogia.

Criado em 2021, o LAL promove eventos, encontros formativos e produz materiais didáticos de alfabetização para estudantes de licenciaturas e professores da educação infantil das redes públicas. “Nós vamos até as escolas promover essas ações e também trazemos os representantes das escolas até a nossa comunidade acadêmica”, explicou Letícia.

A professora Sônia Souza, das escolas municipais Francisca Alves e Dom Orione, ressaltou que o projeto têm contribuído para que as crianças aprendam de forma lúdica. “É encantador o crescimento delas. Essa experiência mostra quão importante e transformador é a interação entre a universidade e a educação básica”, frisou a professora.

LAL: parceria exitosa em prol da alfabetização e letramento | Foto: Eduardo Maia/Proex
LAL: parceria exitosa em prol da alfabetização e letramento | Foto: Eduardo Maia/Proex

“Coração” da universidade

O seminário teve também debate mediado pela pró-reitora de Extensão, Claudia Mayorga, com a participação dos estudantes, comunidades e público.

Claudia salientou que a história da universidade é permeada pela busca por sua democratização, a exemplo do enfrentamento à desigualdade histórica em relação ao acesso ao ensino superior público. Segundo ela, “a universidade se democratizou, mas ainda temos um longo caminho a percorrer. A universidade que entendemos é aquela que está alinhada com a realidade concreta do nosso país e com a diversidade de sua população. Hoje, esse evento deixou claro que a extensão universitária cumpre um papel fundamental para essa missão. A extensão é o ‘coração’ da universidade”, afirmou.

A jornada contou com apresentação cultural do Grupo de Percussão da UFMG, sob a coordenação do professor Fernando Chaib, da Escola de Música. A iniciativa atua na democratização da música entre alunos de escolas da rede municipal de Belo Horizonte.

O evento teve ainda a participação da pró-reitora adjunta de Extensão, Janice Amaral, da pró-reitora de Assuntos Estudantis (Prae), Licínia Maria Correa, e de docentes da gestão da Pró-reitoria de Extensão.

Aberta na terça-feira, dia 7 de maio, com duas oficinas na Estação Ecológica, a Jornada de Extensão é promovida anualmente pela Proex e visa incentivar a troca de saberes e experiências entre os participantes, estimular o protagonismo estudantil, dar boas-vindas aos novos bolsistas e voluntários e divulgar a extensão da Universidade para os públicos interno e externo.

Em 2024, a jornada teve como tema Extensão e a democratização da universidade.

Participantes contribuíram para a democratização da universidade via extensão universitária | Foto: Eduardo Maia/Proex UFMG

Estudantes aprendem sobre extensão e sugerem ideias para fortalecer a dimensão acadêmica

Oficinas propiciaram discussões relevantes e trocas de experiências entre discentes, bolsistas e docentes da UFMG

Participantes contribuíram para a democratização da universidade via extensão universitária | Foto: Eduardo Maia/Proex UFMG
Discentes deram contribuições importantes para a democratização da universidade via extensão universitária | Foto: Eduardo Maia/Proex

A democratização da universidade e o fortalecimento da extensão como dimensão acadêmica foram os eixos das discussões das oficinas da 23ª Jornada de Extensão.

A atividade ocorreu no dia 7 de maio de 2024, na Estação Ecológica (campus Pampulha), e reunimos discentes de diversos cursos de graduação da Universidade, bolsistas, voluntários e professores.

Com o tema Democratização da universidade, a oficina da tarde propiciou um momento singular de interação entre discentes interessados em aprender mais sobre a atuação da extensão universitária, conceito, modalidades, diretrizes, áreas temáticas, entre outros assuntos.

A atividade contou principalmente com a participação de estudantes do Instituto de Ciências Agrárias – campus da UFMG em Montes Claros. “Foi uma oportunidade única de interação e de aprendizado sobre os projetos de extensão da Universidade como um todo”, destacou o estudante do ICA Elias Barbosa Rodrigues. Ele participa do Programa de Desenvolvimento Rural e Apoio a Reforma Agrária (Prodera). “Apesar de estar no programa há cerca de três anos, aprendi hoje coisas que ainda não sabia sobre extensão”, disse Elias.

Capacitação, gestão e democratização

 A oficina serviu também para capacitar os estudantes que ingressaram recentemente nas atividades, como é o caso da aluna do curso de Enfermagem Débora Ana, que começou a participar há um mês do projeto de extensão “O cuidado de enfermagem ao paciente portador de disfunção do trato urinário inferior”. “Foi muito bom conhecer mais sobre a extensão, interagir com colegas de outros cursos e saber como posso contribuir para o desenvolvimento de meu projeto”, afirmou a estudante.

O encontro ainda evidenciou o protagonismo dos discentes, que compartilharam ideias para fortalecer a extensão. Eles sugeriram mais valorização, melhoria das condições de participação nas atividades, visibilidade das ações, aprofundamento das parcerias com comunidades, entre outras coisas.

No mesmo dia, no turno da manhã, a programação da Jornada de Extensão ofereceu a oficina As boas práticas da gestão na extensão. A oficina teve a participação exclusiva de coordenadores, secretários e membros dos Colegiados de Extensão (Cenex) das unidades, como Escola de Engenharia, Colégio Técnico (Coltec), Centro Pedagógico (CP), ICA e Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO).

Nessa oficina, os participantes partilharam informações e experiências sobre a gestão da extensão nas unidades e debateram como podem contribuir para melhorar a extensão.

Cenex na oficina “As boas práticas da gestão na extensão”  | Foto: Eduardo Maia/Proex UFMG

A coordenadora do Cenex do ICA, professora Maria Fernanda Lousada, ressaltou que as oficinas “foram essenciais para a interação entre estudantes e professores das diversas unidades da UFMG e para a compreensão acerca da democratização da universidade”.

Veja a programação completa da jornada.