A UFMG no 13º Festival de Fotografia de Tiradentes – Foto em Pauta

Começa no dia 6 de março o 13º Festival de Fotografia de Tiradentes, um dos mais importantes eventos do calendário da fotografia brasileira. Como acontece nos últimos anos, a UFMG marca presença na programação com atividades que envolvem professores, técnicos, alunos e ex-alunos da universidade. Em 2024, haverá exposições no Quatro Cantos Espaço Cultural e nos jardins do Museu Casa Padre Toledo, que integram o Campus Cultural UFMG em Tiradentes, além de uma projeção noturna na praça principal da cidade.  

Paula Huven, água viva

As exposições Água viva e outros seres, de Paula Huven, e Três momentos de um rio, do duo Paisagens Móveis, formado por Bárbara Lissa e Maria Vaz, serão apresentadas no Quatro Cantos Espaço Cultural. Em um mundo distópico, as obras convidam-nos a imaginar o que não podemos ver, mas sentir, e a sonhar outros futuros possíveis. Paula Huven expõe um conjunto de trabalhos desenvolvidos nos últimos anos acerca das relações entre o sensível e o visível, entre o real e a imaginação. O duo Paisagens Móveis, por sua vez, parte do material de arquivo para explorar as possibilidades de fabulação inscritas nas imagens fotográficas. No trabalho das três artistas, percebe-se o diálogo entre a pesquisa artística e a pesquisa acadêmica. Paula Huven defendeu recentemente o Doutorado no PPG-Artes (UFMG). Sua tese, Reativar o vivo, atravessar a floresta: corpos, imagens, sonhos, traz uma investigação acerca da imagem como vínculo com as forças vivas da floresta, a partir de uma aproximação com a cosmologia Yanomami, e recebeu o Prêmio UFMG de Tese 2023. Bárbara Lissa e Maria Vaz, por sua vez, cursaram o mestrado na EBA, onde desenvolveram pesquisas sobre os arquivos fotográficos, e atualmente são doutorandas na UFMG, no PÓS-LIT (FALE) e no PPG-Artes, respectivamente. Na sexta, dia 8 de março, às 16h, o trio vai conversar com os curadores Anna Karina Bartolomeu e Eduardo Queiroga, dentro da programação de palestras do festival. No sábado, dia 9, às 11h, haverá uma visita guiada no espaço expositivo.

Gustavo Rizzo e Gustavo Franca, em si há raiz, 2022

Nas noites de 8 e 9 de março, às 20h, no Largo das Forras, será exibida Impermanências do visível, mostra em formato de projeção audiovisual, com trabalhos selecionados a partir de uma chamada aberta a estudantes, servidores e participantes de projetos de extensão e pesquisa da UFMG. A Comissão Curadora, formada por Anna Karina Bartolomeu, Eduardo Queiroga e Marcelo Drummond, selecionou obras de: André Ferreira Carneiro; Beatriz Pessoa; Carlos Henrique Rezende Falci; Cia da Hebe, Tika Tiritilli, Mônica Sucupira, João Barim; Daniel Borges, Maria Eduarda Espindula Marques, Matheus Arcanjo e Livia Radane; Daniel Pettersen; Equipe do Espaço Arteducação FaE/UFMG; Fernando Costaa; Gabriel Lauriano; Gustavo Franca; Gustavo Rizzo; Isabela Santos; Jeanne O. Santos; Juliana Sarti; Mariana Laterza; Marília Lima; Rogerio D. Pateo; Victória Sofia; Vit Leão; Yurika Morais. A projeção será acompanhada por trilha sonora executada ao vivo pelo percussionista Rick Vargas. Tanto a projeção quanto as exposições do Quatro Cantos têm a realização do N’Foto – Núcleo de Pesquisa em Fotografia (EBA), Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade e Campus Cultural UFMG em Tiradentes. 

Noemia Augusto – OP – Comboio d´Olhos

Nos jardins do Museu Casa Padre Toledo, está programada a exposição Comboio d’Olhos, que resultou do encontro de Justino Cardoso, desenhista e teatrólogo moçambicano, com Eduardo Vargas, antropólogo, fotógrafo e professor da UFMG, em torno do trem de passageiros que corta o norte de Moçambique e de seus usuários makuas. A realização é do LACS – Laboratório de Antropologia das Controvérsias Sociotécnicas (FAFICH-UFMG). Na sexta, dia 8, às 16h, Eduardo Vargas receberá o público para uma visita guiada no local da exposição.

PROGRAMAÇÃO

Exposições

Água viva e outros seres, de Paula Huven

Sinopse: A exposição reúne trabalhos desenvolvidos nos últimos anos acerca das relações entre o visível e o sensível; entre o humano e as forças misteriosas da natureza. Água-viva é um ser marinho, mas sua presença imaginária e temida pela menina na cachoeira não o torna menos real, ao contrário, o que não vemos diante de nós, mas relampeja dentro de nós, compõe a experiência sensível. Se durante o dia a mineração pode ser invisível no horizonte da paisagem, a escuridão da noite revela os dentes afiados dos “comedores de terra”, os espíritos forasteiros, segundo Kopenawa. Ainda que não possamos vê-los, suas forças não param de atuar. E o que vemos é sempre mais do que os olhos veem. O vivo – a água, a natureza, os corpos, os espíritos – vibra, ressoa e se afeta. Ver é sentir.

Quatro Cantos Espaço Cultural – Rua Direita, 5

6 de março a 28 de abril

Horários de funcionamento durante o festival: Quarta, de 19h às 21h; Quinta a sábado, de 9h às 20h e Domingo, de 9h às 18h

Três momentos de um rio, do duo Paisagens Móveis | Bárbara Lissa e Maria Vaz

Sinopse: Em 2025, a cidade de Belo Horizonte é tomada por um dilúvio consequente do descaso público de seus rios urbanos. Rios que transbordam o asfalto, atravessam tempos, transportam a cidade, sonham barcos. Rios que insistem. “Três Momentos de um Rio” (2017-2024) é uma fabulação poética e fotográfica dos rios urbanos da cidade de Belo Horizonte, numa profusão de tempos que olham seu passado, presente e futuros possíveis: no limiar entre a realidade e a imaginação e na busca por resgatar o azul e seus afetos de volta à paisagem urbana. Em meio à narrativa distópica, um trabalhador constrói um barco. Não ignorando as águas que submergem a cidade, ele agora navega rumo a um outro futuro.

Quatro Cantos Espaço Cultural – Rua Direita, 5

6 de março a 28 de abril

Horários de funcionamento durante o festival: Quarta, de 19h às 21h; Quinta a sábado, de 9h às 20h e Domingo, de 9h às 18h

Comboio d’Olhos, de Justino Cardoso e Eduardo Vargas

Sinopse: Comboio d´Olhos resulta do encontro de Justino Cardoso, desenhista e teatrólogo moçambicano, com Eduardo Vargas, antropólogo e fotógrafo brasileiro. A exposição aborda o trem de passageiros que corta o norte de Moçambique e cuja circulação tem sido duramente afetada na última década por comboios carregados de carvão mineral. Desenvolvimento é o sortilégio invocado. Paisagens biodiversas e modos de vida tradicionais ou alternativos das pessoas, makuas em especial, são o que estão em risco. É a favor de suas (r)existências que Comboio d´Olhos se movimenta.

Jardins do Museu Casa Padre Toledo – Rua Padre Toledo, 190 

6 a 22 de março

Palestra

Água viva e rios rompantes: a fotografia entre o testemunho e a imaginação
Bárbara Lissa e Maria Vaz, do duo Paisagens Móveis, e Paula Huven conversam sobre suas produções e pesquisas em artes visuais, com mediação de Anna Karina Bartolomeu e Eduardo Queiroga. Além de uma reflexão sobre a fotografia que se situa entre o testemunho e a imaginação, serão abordadas as potencialidades da prática artística associada à pesquisa acadêmica, bem como as particularidades de um pensamento que se produz com as imagens.

Centro Cultural Yves Alves – Rua Direita, 168

Sexta, 08/03, 16h

Projeção

Impermanências do visível

Largo das Forras – 8 e 9 de março, às 20h

Projeção fruto de uma chamada aberta a estudantes, servidores e participantes de projetos de extensão e pesquisa da UFMG.

Visitas guiadas

No Museu Casa Padre Toledo: sexta, dia 08/03, às 16h

Comboio d’Olhos

No Quatro Cantos Espaço Cultural: sábado, dia 09/03, às 11h

Água viva e outros seres

Três momentos de um rio