Trajetória de egressa do curso de Matemática a distância é inspiração para celebrar dia do Professor

O gosto pela matemática veio cedo na vida de Astrid Fontani, egressa do curso na modalidade a distância, ofertado pela UAB/UFMG. Sua mãe, professora dos ensinos básico e infantil, a incentivava a lidar com os muitos números presentes no seu cotidiano — as contas de casa, as placas dos ônibus, os preços dos produtos no supermercado.

Não demorou muito para que ela decidisse, logo no quinto ano, que lecionaria a matéria. “Foi na quarta série do ensino fundamental, com a professora Maria Luisa, que tomei total gosto pela disciplina. Meu caderno de matemática era todo colorido, como era o quadro dela, que usava giz de todos os tons”, explica.

Hoje, Astrid é professora de matemática de cinco turmas do 6º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Vivaldi Moreira, em Belo Horizonte, onde ingressou em fevereiro deste ano, após aprovação em concurso público.

Antes de chegar a esse ponto da carreira, no qual se considera realizada, Astrid enfrentou uma série de desafios, que incluiu interromper a graduação quando engravidou, em 1999, e, quando retomou os estudos em 2009, dificuldades para custear o deslocamento de Vespasiano, onde mora, a Conceição do Mato Dentro, onde é sediado o polo de apoio em que estudou, problemas de saúde de familiares e até o acesso à internet.

A alternativa para lidar com esses problemas, comuns a muitos dos professores, especialmente os formados por meio de cursos a distância, era aproveitar o tempo disponível da melhor forma. “Apesar de todos os percalços, quando eu podia estar no pólo, eu me dedicava ao máximo ao estudo”, comenta Astrid, que concluiu sua graduação em setembro de 2016 e foi oradora e responsável pelo juramento dos graduandos em Matemática.

Missão

Mais do que apenas explicar como são feitas operações numéricas, Astrid vê como seu propósito estimular o gosto de seus alunos pela matemática, a partir de uma abordagem prática e instigante, que levem os estudantes a verem a disciplina como parte do seu dia a dia, sem os preconceitos que a envolvem.

“Meu desejo é, principalmente, mudar o paradigma de que a matemática é para poucos, para os ‘nerds’, ou privilegiados, que a aula de matemática é um suplício e o professor, doido. Chegar no fim de uma aula e os alunos dizerem que a aula passou muito rápido, que eles nem sentiram ela passar, é um refrigério para a alma matemática latente no professor”, revela.

Em vias de concluir uma pós-graduação em Neurociências aplicadas à Educação, Astrid planeja cursar o mestrado em Educação Matemática e Neurociências.