Publicações/Relatório de gestão 2013

ARTE, CIÊNCIA E VIDA

 

Fabrício Fernandino

Diretor do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG

Professor da Escola de Belas Artes da UFMG

 

 

 

“Você sonha alto o suficiente para dirigir este Museu”. Foi assim que se consumou o convite do reitor para que eu dirigisse uma instituição ligada à ciência. Inicialmente fiquei atônito, mas em seguida considerei ser grande o desafio, uma vez que minha área de conhecimento está ligada às

artes e à cultura.

 

O convite certamente surgiu em função das minhas atividades como Diretor de Ação Cultural da UFMG, da capacidade de coordenação, habilidade na gestão pública, capacidade de captação, emprego de métodos de organização e entusiasmo para propor ideias e projetos inovadores que realmente transformassem o museu.

 

Depois de algum tempo de considerações, e reforçados os convites, eu aceitei. Foi um voto de confiança e um desafio muito grande que me foi conferido. Mais que um estímulo, era um sinal de que as pessoas reconheciam a qualidade de meu trabalho.

 

Foi esse reconhecimento que me deu ânimo para mover mundos e fundos, a fim de alcançar as expectativas. Mas somente depois, muito depois, entenderia o significado pessoal da aceitação de tal convite, e de como ele repercutiria no espírito de um artista, no que tange ao crescimento interior e entendimento da vida.

 

O MHNJB, até então, vinha sendo uma instituição acanhada se confrontada à estrutura que uma universidade poderia oferecer, e também ao potencial instalado, com seus pesquisadores e atividades científicas. O Museu, em grande parte, ainda era desconhecido pela comunidade. O Reitor Prof. Ronaldo Tadeu Pena estabeleceu como meta fazer dele um lugar que marcasse presença no cenário da comunidade de Belo Horizonte, e, dentro da Universidade, uma referência como espaço museal e, principalmente, fosse reconhecido como Jardim Botânico, não só no nome, mas como uma instituição efetiva.

 

Para alcançarmos nossos objetivos, contamos com um investimento muito intenso por parte da reitoria, e um grande empenho por parte de toda nossa equipe. Quando assumimos, definiu-se como tarefa inicial fazer um mapeamento da realidade, realizar um levantamento das instalações e promover entrevistas com os funcionários, para compreendermos a atuação e expectativa de cada um. Era fundamental termos uma noção exata da real situação em que o Museu se encontrava e também nos familiarizarmos com aquele novo universo. Levamos cerca de dois meses nesse processo, para então fazermos um plano de metas ambicioso que abrangeria, desde uma ampla reforma administrativa, até a revitalização do paisagismo, passando pela regulamentação regimental e a valorização e motivação do pessoal. Seria necessário retrabalhar todos os segmentos para que um novo Museu surgisse.

 

Nosso plano de metas foi ousado, mas as mudanças necessitariam ser profundas e de base. Para nossa surpresa, com o tempo e com o apoio irrestrito do reitorado através de sua equipe, e com a confiança e o trabalho de nossos funcionários, conseguimos alcançar a quase totalidade do proposto. Os projetos que ainda estão em andamento, e cuja demanda de tempo era maior, ainda não foram efetivados.

 

Não por dificuldades gerenciais, nem financeiras, mas por questões técnico-administrativas, como licitações, prazos para convênios, participações de terceiros e de instâncias legais – o que independe de nossa energia, trabalho e vontade. Além do inicialmente proposto, novos projetos

foram sendo agregados ao plano de metas e, nesse sentido, muito foi feito.