Com base nestes aspectos, o Espaço Interativo de Ciências da Vida é um projeto que foi implantando em Belo Horizonte, Minas Gerais e reuniu esforços de três grandes instituições e foi um trabalho desenvolvido ao longo de cinco anos que reuniu muita criatividade, tecnologia e determinação para ser implantado.

 

A Agência Estadual para a Pesquisa e Desenvolvimento de Minas Gerais – FAPEMIG desencadeou todo o processo investindo na implantação desse espaço interativo através do seu “Programa de Disseminação e Popularização da Ciência e Tecnologia”, não somente no financiamento para sua instalação, mas também na sua manutenção, melhoria e expansão. Considerando-se os custos totais para viabilização do projeto, a FAPEMIG buscou parceiros para juntarem-se ao investimento.

 

A Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG aceitou o convite e recebeu o projeto que foi implantado dentro do Museu de Historia natural e Jardim Botânico da UFMG e também ficou com a incumbência da coordenação, implantação e administração de todas suas atividades.

 

Esta proposta foi submetida, em 2007, à Fundação Lampadia, um parceiro potencial na participação deste importante projeto. Em bases preliminares, o projeto foi analisado e aprovado. Como resultado, foram contratados especialistas internacionais para avaliar o projeto e espaço físico da instalação do Museu, e aconselhar as melhorias necessárias para refinar o projeto.

 

Depois de acertada toda estrutura para a implantação do espaço, em setembro de 2008 foi assinado o termo de outorga entre a Fapemig e a Fundep, fundação da UFMG, responsável pelo gerenciamento de recursos, no valor de US$ 1.500.000,00. Esses recursos foram capitados de duas fontes, US$ 750.000,00 do Governo do Estrado de Minas Gerais através da Fapemig e US$ 750.000,00 da Fundação Lampadia.

 

A partir de então iniciaram os trabalhos para alcançar a disseminação da ciência e tecnologia como proposto neste projeto cuja intenção foi construir um centro interativo em Minas Gerais a ser denominado Espaço Interativo de Ciências da Vida, EICV, a ser instalado no Museu de História Natural e Jardim Botânico – MHNJB da UFMG.

 

Ao criar esse espaço focado no homem e na saúde, o objetivo fundamental é contribuir com a educação, formação de professores e alunos sobre esta importante matéria, e fortalecer a compreensão do público sobre ciência e tecnologia relacionadas à saúde humana.

 

Após cinco anos de trabalho, em agosto de 2013 a UFMG inaugura, no Museu de História Natural e Jardim Botânico, o Espaço Interativo Ciências da Vida (EICV) com essa perspectiva de promover a difusão e popularização da ciência e tecnologia. A estrutura nasce com a proposta de apresentar ao público o funcionamento do corpo humano em uma abordagem lúdica, digital e participativa, tendência museológica que esta sendo seguida em varais instituições museais no Brasil.

 

O EICV conta com sete salas representativas da célula e dos sistemas fisiológicos e biofísicos do homem – além da recepção, onde o visitante já entra em contato com as primeiras estruturas em exposição. Cada sala trata de um dos subsistemas do organismo: Corpo e movimento (ossos, estruturas, reações), Digestão e nutrição, Coração e circulação, Reprodução, Célula ao alcance da mão, Sentidos e Sentir, lembrar e agir (sistema nervoso).

 

A interatividade é muito mais que uma tendência museológica. Hoje as crianças nos primeiros anos de vida já criam intimidades com as tecnologias brincando com games, tocando as telas touchscreen dos celulares dos pais, utilizando computadores. Os museus e demais ambientes de aprendizagem não tem como desprezar essa nova realidade e certamente devem tirar partido dessas grandes possibilidades.

 

O EICV também conta com uma biblioteca virtual, com quatro nichos estruturados para a imersão em temas previamente preparados, que dialogam com as demais estruturas do MHNJB. O homem e a natureza se relaciona com as atividades de ciências naturais; O homem e o universo busca uma aproximação com os trabalhos desenvolvidos no Museu no campo da astronomia; O homem e seu espaço de vida dialoga com as atividades de geografia, cartografia e geociências; e O homem e sua história toca em temas voltados para a arqueologia histórica e pré-histórica.

 

Novos conteúdos também serão apresentados em mostras especiais, assim como oficinas temáticas. Esta prevista em seu planejamento realizar a cada mês uma oficina relativa a uma das sete salas. Serão voltadas para a capacitação de professores do ensino fundamental e médio, de forma que eles possam levar para as salas de aulas novos conhecimentos e perspectivas educacionais.

 

Uma das principais características do Espaço é a utilização da tecnologia para a transmissão de conhecimento. As salas são equipadas com instalações interativas (como jogos), vídeos e modelos anatômicos, tanto em tamanho natural quanto em versões ampliadas. As instalações da sala a Célula ao alcance da mão são acessíveis a públicos diversos, como os deficientes visuais, pois são, em grande parte, tateáveis.

 

O processo de concepção e desenvolvimento do Espaço envolveu equipe multidisciplinar de professores e pesquisadores da UFMG, além de designers e especialistas nas áreas de multimídia e interatividade. Além dos professores do ICB, atuam docentes da Escola de Belas-Artes (EBA). Enquanto os professores do ICB fizeram toda a transposição didática dos sistemas para as exposições do museu, os da EBA elaboraram os projetos das instalações interativas e cuidaram do desenvolvimento de programas computacionais, equipamentos e da produção audiovisual. O objetivo é combinar entretenimento com educação, formando num ambiente ao mesmo tempo educativo instigante.

 

Além de todos esses profissionais envolvidos, o EICV ainda conta com o trabalho contínuo de um grupo de pesquisa formado por professores envolvidos com as atividades do Espaço. Sua principal contribuição é levantar informações sobre os processos cognitivos ligados ao aprendizado via tecnologia digital. Os primeiros resultados desses estudos surgiram ainda em tempo de serem usados já como referência na configuração do Espaço. Atualmente, o grupo realiza pesquisas voltadas para a criação de softwares focados no aprendizado por meio da tecnologia.

 

Com a inauguração do EICV os pesquisadores iniciarão o processo de análise e avaliação de perfil do público. Os visitantes do museu serão convidados a responder uma pesquisa eletrônica aplicada por monitores para que seja possível implantar os resultados no próprio museu – e em seguida publicar os softwares criados a partir desses resultados.

 

O projeto do museu prevê o amplo envolvimento de estudantes nas operações. Para além das monitorias, a ideia é que o Espaço seja o ambiente para que alunos de graduação e de outros cursos realizem as suas pesquisas e experiências, tanto em novos experimentos como modificando os experimentos já existentes no Espaço e no Museu de História Natural.

 

Em última instância objetivo é despertar curiosidades e vocações na área de ciências. Se, de cada 1000 jovens que visitarem o Espaço, conseguirmos inspirar a formação de pelo menos um profissional voltado para a ciência, o Espaço Interativo de Ciências da Vida terá conquistado seu objetivo.

 

 

Prof. Dr.Fabrício Fernandino

Coordenador de implantação do projeto do EICV

Projetos /Ensino / Espaço Interativo de Ciências da Vida

Espaço Interativo de Ciências da Vida

 

 

Existe um consenso mundial sobre a importância da Educação em Ciência, Tecnologia e Inovação como base para o desenvolvimento sustentável de qualquer país. Também tem sido aceito que estes elementos devam ser incorporados pelas pessoas comuns como valores importantes para se construir uma sociedade desenvolvida.

 

Neste contexto, iniciativas para a disseminação da ciência e tecnologia tem um papel importante. Uma forma de encaminhar essas questões é através da criação de centros interativos e museus onde, desde o início do processo de educação, as pessoas sejam orientadas para e atraídas por esta metodologia de aprendizagem. Além disso, a Ciência da Vida é um campo de conhecimento de importância e relevância cruciais especialmente quando focados na saúde pública e do homem.