Eletrodos de nióbio ampliam capacidade de dispositivos que armazenam energia
Com patente depositada, tecnologia desenvolvida na UFMG possibilita a produção de baterias e supercapacitores que podem ser recarregados por um número grande de ciclos
Um novo material para a fabricação de eletrodos que podem ser usados em dispositivos de armazenamento de energia, como baterias e supercapacitores, é objeto de patente que foi depositada por grupo de pesquisadores da UFMG, do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG) e do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG).
A patente protege uma tecnologia que usa eletrodos baseados em nióbio e corante azul de metileno, além de seu processo de obtenção e uso. Segundo um dos coordenadores do estudo, o professor Rodrigo Lassarote Lavall, do Departamento de Química do ICEx, o emprego do material desenvolvido pelo grupo possibilita a produção de baterias e supercapacitores que podem ser recarregados por mais ciclos, sem perda de suas propriedades. “Uma bateria normal suporta, em média, 2 mil ciclos de carga/descarga. O eletrodo produzido com a tecnologia que estamos patenteando aguentou cerca de 70 mil ciclos”, compara.
O professor explica que a literatura da área já descreveu baterias e supercapacitores que usavam compostos de nióbio, mas a tecnologia desenvolvida pelo grupo é inovadora e já se mostrou viável. “Desenvolvemos um novo eletrodo e o caracterizamos em diferentes condições. Durante esse processo, verificamos propriedades muito interessantes, que poderiam levar a uma vida útil mais longa dos dispositivos que armazenam energia.”
Lavall acrescenta que o material também é muito versátil e pode ser configurado para outras aplicações. “Seu processo de síntese favorece alterações para gerar diferentes materiais. O pedido de patente que depositamos é de um material específico, mas, com base nele, podemos obter outros. Podemos construir uma bateria ou um supercapacitor que podem ser empregados para aplicações que os sistemas convencionais não conseguem, mesmo que o custo seja um pouco maior. A versatilidade do processo abre um leque de possibilidades”, ressalta o professor do ICEx.